Poeta Balsa Melo
No abuso da autoconfiança reside o seu risco... também, quem vive com os carimbos da vida não pode temer esta singela observação.
Vou imprimir o que já está escrito nas páginas de minha vida.
Não me preocupa a iniciativa de alguém querer rasgar o que irá ler.
Causei, disto eu tenho certeza.
As variáveis são as mesmas que definem onde você quer chegar.
Talvez, não sejam as alternativas mais sensatas.
Continuemos na luta. O dia começou com uma porção de segundos (única riqueza que é idêntica para todos: tempo) para mudarmos a vida e de vida.
Há indivíduos que atribuem os seus desencontros à vida, mas se esquecem que somos vidas e traçamos as linhas para o encontro ou para o desencontro. Neste sentido, não me entusiasmo pelas paralelas.
Sinto os afagos todos os dias de Deus.
Até as pequenas porções oriundas Dele me suprem o viver, por isso, rendo-lhe os meus sinceros agradecimentos por poder, ainda, sentir o gosto da vida, o prazer de caminhar, de ver, de apalpar e de reconhecer um coração aflito, mas fervoroso e pronto para a entrega.
Vou tecendo as linhas que merecem o encontro e reconheço aquelas que irão para a incidência para marcar derradeiramente a fatalidade do olhar e que poderá findar um ciclo... mas dará vida a outro caminho que se inicia.
As frases que incitam são as mesmas que possibilitam a reflexão. Os amigos servem, muitas vezes, somente para os aplausos. Então, reflita.
A tendência é exasperar frente às adversidades, mas elas, quase sempre, nos empurram para o nosso melhoramento.
Os atores (o coração e os olhos) vencidos pelo cansaço das cenas deste dia... declaram tempo para o novo dia... os olhos se fecham, sós.
Amar impõe o entendimento sobre o verbo renunciar. Caso não entenda bem a sua conjugação... não blasfeme dizendo que ama.
Para muitos, as flores do jardim alheio despertam desejos inenarráveis, enquanto isso, os seus canteiros fenecem pelo descuido.
Os ciscos incomodam muito, sobretudo, quando estão nos olhos... mas, existem outros ciscos que aniquilam nossas almas.
Dificilmente a convivência, com os indivíduos que concebem a audácia de se acharem os criadores de tudo, registram marcas amenas.
As nuvens sem cores, mas puras e límpidas esfregam meus olhos com o anúncio de novas bandeiras para empunhar noutro dia!
De tanto voltar ao seu ponto de partida, percebi que o poço profundo criado pela repetição transformou-se em mina de lamentações!
Não acaricio os espinhos, mas compreendo a necessidade de conviver com eles considerando que eles mantêm a beleza das rosas!
A essência dispersada no espaço que respiro, embora não me acalente a alma... pode ser o sentido questionável da permanência não pretendida! Por isso, abstenho-me dela!
Cante e conte enquanto há canto e pequenos trechos de uma caminhada!
Não se assoberbe da voz e, tampouco, dos caminhos!
Eles podem, quando muito, com o silêncio isolar-te no mundo ou findar-te pelo cansaço!
Não me imagino sofrente e, muito menos, sofrível. Existo comedindo os espaços e insisto, sobremaneira, para não causar sofrimento e ver as minhas penas misturadas ao cumprimento das dores!
Ir e vir... Direitos e roteiros distintos... Início ou fim. Sair ou chegar. Focar o que se quer e seguir.