Pietro Kallef

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O fracasso não é ruim. Ruim é não querer notá-lo.

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Antes um ponto de interrogação, sobre quem era, o que queria ser e onde estaria, mas quando finalmente vieram os pontos de exclamações, o entedimento, a grande sacada, a percepção do real e a felicidade no vibrato me veio um ponto final para terminar uma história mal sucedida: a minha vida!

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Pedro, o personagem único de sua única história, disse pra si mesmo que era hora de partir e essa viagem não haveria retorno, nem deixaria saudades às paredes e móveis que deixara, pois, a solidão os faria compania entre a poeira e o cheiro de mofo que a casa teria. As janelas se fechariam pra sempre, como sempre estiveram: fechadas. Ele deitou sobre o chão da cozinha agarrado com uma garrafa d'água - acreditava que passaria sede, e ali esperou a sua hora, mas não havia naquele momento dor, sintomas ou qualquer sinal de morte, porém, esperar era sua única escolha, era triste ver o que o existir causaria àquele homem fiel de suas crenças e valores. A agonia de fechar e abrir os olhos lhe tomou por conta uma vontade de gritar, e assim fez, gritou! Quem o ouviria Pedro? Quem se importaria com você velho Pedro? Então, desistiu de morrer por hoje e se apoiando nas gavetas do armário foi libertando do chão o seu peso e insatisfação. Sentou no sofá com seu livro de Machado e regogitou ódio nos dedos tentando quebrá-los com sua fraqueza. Sempre vejo Pedro fazendo essas mesmas coisas todos os dias, mas tenho medo de dizê-lo que a morte não era algo de que precisasse almejar, pois, já havia ocorrido, o que faltara era aceitar de que não mais existisse em lugar algum, o que ficara foi sua projeção, seus fantasmas e uma possibilidade de tentar enquanto vida, um despertar à alguém que pudesse lhe dizer: sinto saudades sua. Vá Pedro, o Senhor precisa descançar, sai Pedro de mim.

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Não venha me dizer que isso é errado. Errado é eu morrer sem levar comigo nem sequer um beijo ou corpo seu. Aqui é onde tudo começa e termina, não levarei lembranças, muito menos concepções do que foi certo ou errado nos sentimentos que vivo e viverei, pois, quero sublimar como se não me restasse o amanhã ou o depois de amanhã. Se quiser deixar de lado o que outras mentes expurgam me diga apenas: sim, não precisa ser em palavras, o simples gesto de segurar minhas mãos bastará.

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São nos momentos em que você cai e precisa de um olhar sem condenação que se lembra que eu possuo algo verdadeiro para lhe oferecer. Esses momentos me fazem tão feliz e aceitável ao ver luz onde só haviam corvos negros. Seu corpo vem entregar ao meu e aproveito cada parte como um compromido que faz a dor recuar, é uma sede da saliva, uma necessidade do cheiro azul e tranquilo. O que me deixa triste ao final é observar em meio ao êxtase o seu arrependimento e as palavras que tentam disfarçar o verdadeiro sentido de tudo, como se tentasse me fazer acreditar que aquilo foi apenas raiva aculumada ou uma vingança que tácitadamente participo de forma cruel. Aprendi que não sou a redenção, nem o que te salvará dos seus desvaneios sentimentais, pois, é preciso aceitar, não como condição, mas sim, como vontade expressa em amor.

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Esperei uma palavra confortável, uma verdade inquestionável, uma liberdade indescritível, um gesto raro, uma memória que me inclua, uma abraço quente em dias de desespero, uma sanidade insana, uma ousadia singular, um olhar fixo e doce, um fôlego que me trouxesse vida, uma novidade boa, um sorriso com riso e dentes, um toque suave sobre meus ombros me mostrando que estará sempre que eu precisar, noite com estrelas, novos ventos, sem a poeira do passado, uma fotografia para provar que um dia tudo esteve bem, um livro com um bilhete seu dentro, um telefonema me dizendo onde esteve esse tempo todo, uma visita do São Jorge direto da lua, um lugar que houvesse encaixe, um lado da cama que eu me acomode sem sentir sua falta, um grito no portão, dizendo: cheguei, um doce de leite com ameixa, um amor que trouxesse a cura e uma fidelidade particular. Hoje não espero por nada, vou enfrente à procura do tão esperado, porque, tenho um botão pronto pra continuar do instante em que parei, que deixei de ser para reviver e reconstruir. Quero as mesmas coisas, mas com uma pessoa diferente, pois, o erro não estava naquilo que almejei, mas na forma em que acreditei que seria capaz de ser tudo o que apostei. O caminho é só e é preciso andar descalço para sentir durante a jornada cada pedra furando seus pés para perceber que há um final e a dor de cada encrave lhe fará jamais esquecer o que palavras doces ou um toque ao rosto pode fazer. O foco não está na boca que lhe diz palavras doces, mas sim, nos olhos onde a verdade habita.

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Queria escrever algo positivo, como um novo amor, um reencontro com um velho amigo, uma frase que me caísse como uma luva, um sorvete de pistache, um beijo quente, uma música que me fizesse embalar mais uma vez ou uma grande viagem dentro de mim mesmo, mas, nada disso foi real, tudo passa tão igual e repetitivo. Odeio minhas rotinas e as circunstâncias pelas quais recorro, porém, o que mais me deixa irritado é essa minha insistência em querer mudança sem nada fazer para atingí-la.

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Aspas

"Tudo que digo é entre aspas. Uso de maneira exacerbada, provocada e intencional. Nela falo tudo o que me vem a cabeça, com exageros e sem preocupação de me encontrarem, co-autuarem ou me responsabilzarem, não quero compromisso e muito menos apego ao que penso. Tem política, música, poesia e uma nota de nostalgia e todos se perguntam: Quem disse isso? As aspas funcionam como esconderijo, pois, me falta coragem de assumir aquilo que acredito e grito, por isso, é confortável usá-las. Preservo meu nome e sobrenome, nem é preciso codinomes, nem mesmo siglas. Quem sabe um dia saio das aspas e de meu casulo e escancaro as palavras sutis e grosseiras também." Quem escreveu isso? Porque se está entre aspas foi dito por alguém, que não foi eu. Quem foi que disse? "Eu".

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Hoje me faltou um amor. Eu que acreditava que já tinha tudo, percebi que sem o amor não tenho nada. Observei ao meu redor que todas as coisas são movidas para o amor e por ele, e foi assim que a força se esgostou dentro de mim este dia, quando senti que estava sentado no final de domingo com minhas malas e uma passagem na mão. Tenho ido e voltado diversas vezes e não trago comigo um sentimento de cura e libertação, pois, ainda estou aprisionado em velhas feridas, mas neste dia me bateu uma vontade de esquecer o passado e conquistar um amor, ou então, ser conquistado pelo acaso. Decidi me abrir pro simples e notório, para o amargo doce, para o desejo e abdicação, para o sorriso e lágrimas, para a voz do coração e o som lúdico dos pássaros nos ouvidos. Vem amor, que estou aberto para recebê-lo e tome todo meu corpo, porque, finalmente o aceito.

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Não é que eu seja depressivo é que na minha história há um grande buraco, uma enorme depressão na planície de meus sentimentos.

A mudança dói, ainda mais quando acontece dentro de você.

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Desejo que você ligue.
Desejo que você ligue.
Desejo que você ligue.
Desejo que você ligue pra ela e diga que a ama mais do que a mim e por isso a escolheu pra viver o resto de sua existência.
E eu?
Desejo que eu te esqueça e não te ligue.
Desejo que eu te esqueça e não te ligue.
Desejo que eu te esqueça e não te ligue.

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Que eu tenha apenas um minuto de felicidade por dia, porque mais que isso é demasia, exagero, enfim, não é felicidade.

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Através de você fui além do que poderia ir. Entreguei simples gestos de carinho, beijei lábios ao mesmo tempo em que sentia vontade de viver mais, toquei um corpo diferente do meu, abri a janela e não me importei com a chuva ou o sol ardente, cantei músicas que falavam de amor, pensei em alguém mais do que no trabalho, dediquei sorrisos soltos e sinceros, abraçei a monotonia e a tornei utopia, dançei sozinho à sua espera no anoitecer dos sábados com uma taça de vinho tinto, dormia, pois, havia a certeza de que sonharia contigo e chorei de tanto achar engraçado o seu jeito de passar as mãos nos meus cabelos para evidenciar meus ouvidos e soprar palavras impróprias. Foi um incidente, alguns acreditam ser acidente, mas encarei como uma passagem. Você se foi e tudo ficou sem tom, sem dom e felicidade. Não quero que passe a nostalgia, porque é dela que firmo meus pés no chão e caminho até o dia em que te reencontrarei debaixo da mangueira que costumávamos nos encontrar. Desejo que no final tenha reticências e continuemos do êxtase em que foi interrompido. Rezo, vou ao supermercado, compro coisas que nunca usarei, descubro novas pessoas, faço cursos de verão, viajo nas férias, perco o foco visual pensando em antes, desabafo para velhos amigos e sento na varanda calçado seus chinelos, mas, não passa - dói e dilacera. Todos dizem que o tempo está passando e estou ficando velho, mas sempre esperei por isso ou até antes disso para ouvir novamente sua voz. Escrevo o que não posso te dizer olhando nos olhos, mas imagino que esteja aqui e com quem ler esta carta de amor, dor, saudade ou o que for, pois, é desespero o que digo e sinto. Até logo meu único amor, saibas que fui feliz até onde me foi permitido.

Assinado: Um amor assassinado.

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Se eu já tiver vivido tudo, quero morrer. Tudo é muito abrangente e completo, mas tem gente que jura conhecer tudo, então pra quê continuar a ver tudo denovo? Odeio o ócio, deja vu e monotonia. Não confundas tudo com quase tudo. Tudo é tudo, tudo é intocável e intangível. Sempre há o que se surpreender, conhecer, sentir, desejar e experimentar. Eu quero tudo, mesmo sabendo que não é real, pois, o "tudo" consiste na busca, no auto-conhecimento e na razão em atrito com a emoção. Morrerei sem querer, mas almejando ter vivido tudo - tudo o que for possível.

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Não tenho nada pra contar, apenas para sentir, mas sozinho.

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O melhor é aquilo que escolhemos para nós e não o que os outros escolheram para si.

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Tive a sensação de que não está sendo feliz, mas você me escancara um sorriso na boca, um brilho nos cabelos, uma postura de aproveitador das coisas boas da vida e uma segurança ao andar, porque seus passos ecoam dentro da minha cabeça, noto a sua chegada a metros de distância. O tempo está sendo cruel com as minhas expectativas, são tantos planos, tantos sonhos, tantos desejos ocultos e te digo com uma consistência pálida: estou cansado de te esperar. Na verdade a sua alegria é tão superficial que consigo decifrar cada nota desafinada da sua gargalhada. E a cidade dorme e acorda e nem se dá conta que você ou eu existe, porém, a sua preocupação se mantém engessada e ríspida consigo mesmo e isso me destrói. Quero que se sente em outra mesa, que não me fale sobre o vácuo existente entre hoje e o final de semana passado, a história é sempre igual e nada muda. Peço que não apareça na minha casa nas madrugadas invadindo a minha promessa de te esquecer. Dessa vez não haverá recaídas, nem surtos de melancolia, muito menos culpa por ter sentido o que não poderia ser conhecido. Desejo sorte e um grande amor que possa ser amado e não tente me convencer da mudança ou do relapso, troque o olhar, pois, ele ainda me diz certas coisas.

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Desejaria que você saísse dessas entre linhas e viesse dormir comigo essa noite. Desejaria que lesse tudo o que eu escrevo e entenda de uma vez por toda o que eu quero que lute. Desejaria que você formasse as frases dos meus manuscritos e me contasse que sente o mesmo. Desejaria que eu estivesse na capa do livro de sua biografia e que vivesse dentro dele também. Desejaria uma nota de agradecimento por ter me conhecido e te trazido esperança. Desejaria poder estar dizendo tudo isso em verdade, em um fato consumado, mas a sua imagem é mais importante que a sua essência, então, recito em presente: desejo esquecer, tudo.

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Ficar sozinho é poder manipular tudo aquilo que incomoda, é criar um mundo próprio e sentir-se deslocado ao lado de outro ser sozinho. Como é triste ver tanta gente, que busca o complemento de uma parte que nós mesmos fomos capazes de destruir, mas ainda resta a outra parte que padece. Corre, Daniel, você ainda tem salvação. E eu? Vá e não olhe pra trás, o que ficará é a sombra, a sentença, a frase inacabada e o recomeço. Lá existirá plantas com raízes, vozes serenas e uma canção de ninar. Procure a paz meu amigo e não a venda por preço algum, guarde consigo até um fim, se ele existir, porque não acredito que as pessoas de bom coração desapareçam, elas eternizam nas nuvens, elas desafiam a gravidade e flutuam sobre nossas cabeças pesadas. Hoje vi a chuva e uma gota se formou sobre meu pé, era você me pedindo para caminhar até a goiabeira e roubar a verdade de um coró que habitava o fruto, ele Daniel, me disse com uma cara branca, assim: - Sou feito da sua matéria, me tire a abundância das coisas que eu lhe mostrarei a simplicidade de se conseguir a realização pessoal. Ouvi aquilo, e retirei aquele bicho do meio da goiaba, ele caiu na tristeza e morreu, pobre ser. Será que vai ser assim comigo? Morto por aquilo que gerei, da base que constituí? Se houver injustiça essa é uma das bem grandes. Vou voltar para a varanda e ver a chuva e certas coisas passar, até a árvore secar e o "Dani" voltar.

Inserida por PietroKallef

Observei tudo que estava fora de mim e chorei lágrimas de desespero, nunca foi tão cruel ver o tempo brincar de corrida. Confesso que amei, acreditando que o "pra sempre" fosse certo e não foi. Dói ver você e suas convicções se distanciando do passado que insiste em ser meu presente. Queria entrar dentro da sua cabeça e poder arrancar verdades antes nunca ditas, sentimentos ocultos e fazer a sua opinião sobre "nós" mudar. Não te culpo, nem quero vingança, mas você foi omisso, porque deixou que certas coisas tomassem meu coração e sei que definitivamente isso não importa mais, afinal nunca importou. Fui estúpido o suficiente para fechar meus olhos enquanto te beijava, pois, os teus estavam bem abertos e lúcidos. A aventura singular que decretou, construiu uma barreira pro novo e inesperado, agora vivo dentro de estações de rádio, minha voz é dispersa a um turbilhão de chiados e encontrar aquilo que me faz sorrir é uma dificuldade só. Já me humilhei bastante para entender que o desejo é um prisioneiro que jamais verá a luz do sol e que não adianta fazer promessas de que "essa vai ser a última vez" porque não vai ser, ainda estou tentando. Podem me chamar de louco, falar que gosto de sofrer e que não me amo, pois, é tudo verdade, não escondo, aliás, chega de me esconder. Lembrar o gosto do seu doce predileto, sentar à mesa na cadeira que chamava de sua, sentir o cheiro mórbido das margaridas de manhã, tomar a marca do leite que bebia, torrar pão com manteiga e mel e ouvir John Mayer foi tudo que me deixou de concreto. Ante o exposto me exponho perante eu mesmo, sem medo de carregar o que de bom tive de você e assim levo adiante uma esperança de viver um restinho do tempo que me foi dado, sem grandes expectativas, porque, não sei o que quero, mas aprendi a saber o que eu não quero e então decidi: não quero mais você.

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-Divirta-se, disse Amélia com os olhos cheios d'água, escorrendo uma lágrima apenas no lado esquerdo da face e com uma boca silenciosa. Ela não estava sofrendo por Pedro, ela estava se libertando de uma vida sem felicidade e prazer, realmente daqui pra frente serão dias alegres e muito divertidos querida Amélia, pena que a ação lhe foi tolhida. Porque Senhor tempo, tanto cinismo e sarcasmo? Assim partiu a moça montada em um cavalo preto rumo ao desconhecido, porém, longe de tudo, talvez era essa a plenitude que tanta falava. Hoje vi Pedro sentado sentindo falta. Infelizmente aprendemos apenas quando perdemos certas coisas, objeto ela era. Afinal quem era Amélia? Eu? Você? Nossa, quantas "Amélias"? O destino é esse meu caro, aceitar tudo que não faz sentido em nome da felicidade inventada, imposta e inatingível, quero ir Amélia, com você, me espere.

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Desejo tempestades. Chega de chuvas calmas, que não me molham, que não cobrem minha pele e que não fazem com que o medo seja silenciado pelos raios e trovões.

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Ali, sempre existiu o desejo de ter o que agora é impossível possuir. Ali, meus olhos brilhavam como a estrela mais audaciosa existente no céu. Ali, meu corpo não sabia o que era o toque, mas, ele te queria por perto. Ali, minhas mãos insistiam em ter a suas entrelaçadas como ímã de geladeira. Ali, sorrir era natural e espontâneo, sem disfarces. Ali, acordar, era a grande oportunidade de te ver por mais um dia. Ali, contar as piadas mais sem graça era o que fazíamos nos domingos quentes. Ali, construir a casa na árvore, era o nosso projeto mais concreto sobre o futuro. Ali, chegar até a última fase do videogame era o maior sucesso de todos os tempos. Ali, comer batata frita não havia culpa. Ali, nossas festas de aniversário era divertido de verdade. Ali, brincar na chuva era uma aventura que nos custava um castigo. Ali, cantar sem saber a letra era como se deixássemos uma onda nos carregar para longe do politicamente correto e coerente, pois, não haviam rimas. Ali, esperar as férias de julho era uma ansiedade que atrapalhava até o sono. Ali, ficaram as marcas de giz na calçada enfrente da minha casa. Ali, o pé de manga floriu e deixou que os frutos apodrecessem e germinassem novas formas de sobreviver ao esquecimento de ficar com as mãos amarelas e os dentes cheios de fiapos. Ali, gritar desesperadamente o seu nome no portão será em vão, porque você não vem. Ali, entregar cartas e bilhetes, foi uma atitude imbecil e inútil. Ali, a sua opinião já estava formada e lamento que nos seus planos eu não esteja mais. Ali, seu caminho foi definido pela preocupação do que os outros pensariam e o limite de suas decisões estavam as arestas mais cruéis. Ali, insisti e criei milhares de situações que tapassem a minha visão sobre o que estava acontecendo diante da minha vida toda, porque não é tão fácil se dividir em um antes incrível e um agora sem sentido. Ali, desisti de lutar por uma batalha vencida e continuar a história deste ponto final é algo confuso. Ali, ficou o meu passado, que não renego, porém, me arrependo, não por perder um grande amor, mas por perder a minha essência e a capacidade de me encontrar no tempo certo das coisas. Ali, ficou não só a minha juventude, mas tudo o que acreditei ser você.

Inserida por PietroKallef

Uma coisa de cada vez: primeiro acordar, depois sobreviver. Tudo vai tomando o rumo certo, voltando às suas posições indigestas e insatisfeitas, e isso não vem me cortando os pulsos mais, porque, quando a verdade se expõe o desejo de se livrar dos sentimentos ruins torna-se a única razão para manter a respiração ofegante. Caí sim, e me levantei sem suas mãos ou um olhar condescendente, sua crueldade não é perceptível ou palpável, mas a reflexão em algum momento se fará necessária. A chuva desce, a terra se encharca de fé e colherei os frutos de uma simplicidade essencial. Talvez eu não seja mais o mesmo, e certamente o amor me mostrou seu lado negro, sua face límpida e indecente. Quero a distância do passado, mudar de cidade, ler novos livros, comer diferentes doces, assistir filmes tristes e trabalhar em algo que faça sorrir. Sigo à procura do "eu" que ficou perdido no chão da sala de jantar, quando você disse a melhor coisa que eu pudesse ouvir: adeus!

Inserida por PietroKallef