Phill Veras
Me perdi andando em ruínas por não ter onde rodar
Percebi de longe as meninas, logo temi tropeçar
Percebi os traços dos prédios, corri alguns quarteirões
Me assustei com bêbado velho mas não bati nos portões
Isso é o que eu devia fazer, to aqui pra espairecer
Sai pra me acalmar, ninguém vai me encontrar
Se alguém telefonar: morri
Foi, aconteceu
E nesse fim se perdeu
Tanto que viveu
Se eu nunca quis apostar
Quis vir te salvar
Quem sobreviveu
Quem não dançou sossegou
Sorte não morreu
Por sorte tem seu lugar
A se chamar lar
Grato por não recusar
Olha em volta
Olha em volta
Quem se arrependeu
Desejou mesmo apagar
Bater as botas
Quem já sonhou se afogar
Foge de pensar
Foi, pra onde foi?
Misteriosa canção
Falsa canção sã
Uma canção sobre estar
Mesmo sendo lá
Grato por não recusar
Olha em volta
Olha em volta
Papo banal e a realidade
Verdades, histórias
Perco meu tempo fazendo música
Desde um tropeço, um refrão, dois versos
E as fracas quis guardar
Desde um verão, se eu quiser me imerso e a vida vingará
Só qualquer coisa, qualquer coisa que vem no meu pensar
Escrevo aí mesmo sobre um tempo pra folha acabar
E se eu faço força, outra moça ou rei de algum lugar
Um rabisco a esmo, assim mesmo e eu faço a música
Era pra ser diferente
Tudo mais decente
O certo é que não funcionou
Sempre pensei bem da gente
Até que a gente sente
Mas não deu, não dá, não vou
Acho que já vou tarde
E mais, viver contigo arde mais
Guarde seus gritos para o rapaz
Que for amar mais tarde