PETRONILHA ALICE ALMEIDA MEIRELLES

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⁠NO BAILE
Convida-me
Pra valsa
Arrasta-me
Rodopia
Olha-me
Sorri
Eu voo
Deslizo
Miro-te
Admiro-te
Sorrio
Acolhe-me
Em teus braços
Calor
Amor
Não canso
Conduz-me
Sonho
Música
Sublime
Cheiro
Cadência
Devaneio
Momento...

⁠FUNERAL
Não quero flores q exalam a morte,
Quero perfumes exóticos,
Brilho, maquiagem,
Vestido de gala...
Todos os vinhos de Baco,
Comida com fartura,
A presença dos meus amantes,
Amigos? Somente os sinceros,
Nada de choros, velas...
Risos, piadas, gargalhadas, cantoria,
Que ninguém diga foi tão boa e vai deixar saudades,
Mentira, falsidade!!
Tragam confetes e serpentinas,
Sambas enredos para embalar a folia,
Uma bateria de escola de samba,
Em um grito alucinado das escolas que entram na avenida seguirá o cortejo,
Quero que a estrela da manhã brilhe,
Jaz aqui o brilho em versos...

⁠CONVITE
Todos temos nosso tempo para amar,
Possuímos apenas uma vida,
Nela só temos a chance de fazer o que escolhemos,
Então, sonhemos!
Tenho a felicidade de fazê-la doce como o mel,
Esperança de viver o AMOR,
Vivo intensamente meus sonhos,
Eles são tão reais,
AmoR, te convido para entrar nos meus devaneios,
AmoR, te convido para sonhar,
Aceite o convite e sonharemos juntos,
AmoR, nossos sonhos serão inesquecíveis,
Vem, amoR?!?!
Não recuse o meu convite, amoR,
Venha sonhar comigo!

MAGIA
A magia da dança começa no olhar,
Antes mesmo dos primeiros passos,
A magia da dança começa na conexão.
Olhos nos olhos,
A magia da dança começa,
Antes dos corpos se tocarem,
A magia da dança começa no sorriso doce,
O sorriso se mistura com o olhar,
A magia da dança começa com o abraço,
Os corpos se tocam levemente,
A magia da dança começa no bolero,
Com o flutuar na penumbra do salão,
A magia da dança começa com as palavras,
Ditas em sussurros no ouvido,
A magia da dança dura enquanto a música toca,
Ela delicia os corpos no embalo,
A magia da dança começa no estar juntos,
Depois que o baile terminar...
A magia da dança começa,
Entre beijos frenéticos...
E para sempre a magia da dança...

⁠ADORMECIDA
Príncipe chegue bem devagar
Cuidado! Sua princesa dorme
A porta do castelo está aberta
Desperte-a com um beijo doce!
Os passarinhos já cantam em refrão
É a marcha nupcial
As laranjeiras se vestiram em flores
Fadas tecem a grinalda em cores.
Aqui tudo termina em amores
Príncipe, a princesa é tua
Coloque-a na carruagem de abóbora
Não deixe o conto de fadas terminar...

⁠FELICIDADE
Em cada flor,
Em cada cor,
Em cada ser que amamos,
Em cada canto que encanta,
Em cada música que embala,
Em cada palavra escolhida,
Em cada dia que se anuncia,
Em cada momento único...

⁠Travessuras em versos

Já pulei dentro de um livro
Quantas coisas eu vi por lá, era um tal de vira –vira
Que nunca vi igual!
Vira príncipe, vira sapo.
Vira fada, vira bruxa.
Fadas madrinhas aos montes,
Bruxas pra lá e pra cá.
Com muitas varinhas mágicas,
Príncipes desencantei.
No lago que tinha por lá
Muitos sapos encantei.
Com uma vassoura mágica
Voei a Terra do Nunca
Encontrei o Peter Pan
Conversando com os Sete Anões.
Fui ao baile das princesas
Na carruagem de abóbora
Lá estava Alice do País das Maravilhas
Namorando a tal Fera que já não amava a Bela.
Encontrei a Chapeuzinho conversando com a Cinderela.
Rapunzel estava lá com sua trança cortada.
Branca de Neve levava o Patinho Feio na cesta.
Capitão Gancho a Bela Adormecida acordava.
Vi um sapo que dormia
Na cama da princesinha.
Uma menina fugia na pele de asno enrolada.
Um ogro desesperado em seu castelo gritava.
Um gato muito elegante botas vermelhas usava.
De repente aparece um reluzente raio de Sol
Junto com ele está um arco-íris no céu
Pulei no colorido arco-íris
Caí em um pote de ouro
Peguei um tapete mágico
Conheci o Ali Babá sem os quarenta ladrões
Voei até o céu
Brinquei com as fofas nuvens
Fiz carneiros e alazões
Desmanchei feios dragões
E desci até o chão!

⁠AMAGO
Gosto de vasculhar teu ser
Contemplar teu corpo ardoroso
Descobrir teus desejos profundos
Contemplar teu jeito desafogado
Tudo em ti são doçuras
Gosto de perceber que pensas em mim
Contemplas minha boca afogueada
Sei que me desejas pura
Tocada apenas pela água que me banha
Que passa leve, refrescante no meu corpo
Gosto de desnudar teu ser
Contemplar teu interior serenado
Em cada canto de encantos mil
Descobrir teus recantos virgens
Nunca antes vistos por ninguém
Gosto de descortinar teu ser
Contemplo tuas mãos voluptuosas
No descampado dos teus olhos
Um mar calmo, sem ressaca interior
Capaz de revelar a pureza tua alma
Gosto de contemplar teu caminhar
Contemplo tua voz sossegada
Contemplo tuas palavras adocicadas
Contemplo tua alma vaporosa
Contemplo tudo em você.

SEREIA
Amanheceu...
Céu escuro, parece que com força antropofágica,
As nuvens devoraram o Sol,
A chuva cai,
Como as lágrimas caem dos meus olhos,
A ferocidade do vento,
Engoliu você,
Voando entre nuvens negras você se foi,
Na cama... Só tem minha coberta,
Meu travesseiro é o meu alento.
Volta...
Encantar-te-ei com meus cantos e encantos de sereia,
Faça deste dia que chora como eu.
Brilhante como as noites de estrelas,
Com meus versos nus, encantar-te-ei em sussurros,
Deixe-me beber tuas sementes férteis,
Vem... da forma mais sublime e sensual que existe em ti...
Meu canto de sereia voltará a te encantar
Em cada canto dos teus encantos,
Adormecerás em mim,⁠

SONETO INTRÍNSECO
Vestido de branco, és tu dançarino,
Um sorriso sutil,
A meia luz no salão,
Me leva em teus braços em rodopios,
Meus pensamentos voam,
Cabaré improvisado, pecaminoso,
Perfume afrodisíaco me embriaga,
Meu olhar de bolero te deixa enfeitiçado,
Sublime é a dança,
Saia rodada, livre movimento,
Cheia de segredos, não tente desvendar,
Teu olhar incrédulo, serpente veneno,
Explode de desejo,
Então, te enganas, só te quero na dança, dançar e rodar...⁠

⁠O VENDEDOR DE SONHOS
Conheci em uma bela noite ,
Um vendedor de sonhos,
Seus sonhos eram fantásticos,
Não eram sonhos doces, que vendem em padarias,
Eram sonhos mágicos, raros, caros,
Em cada lugar na sua bolsa preta,
Tinha um sonho pra vender,
Todas queriam comprar sonhos,
Princesas, rainhas, mulheres comuns,
Todas, todas tinham sonhos,
Ele também tinha seus sonhos,
E era através das vendas,
Ele realizava os seus,
Eu comprei logo meus sonhos,
Outros encomendei,
Com o vendedor de sonhos,
Muitos sonhos vou viver,
Ajudando ao vendedor,
Viver os dele também…

PAI

Pai, um dia quem sabe, pai?
Quando teus cabelos branquearem,
Tuas retinas cansadas perderem a luz,
Tuas mãos enrugarem,
Tuas pernas enfraquecerem,
Teus filhos que com tanto amor e hombridade.
Tu, só tu, soubeste conduzir,
Serão a luz dos teus olhos,
As mãos que afagarão os teus cabelos brancos,
E as pernas que te guiarão,
Até os dias derradeiros da tua vida.
Pai, um dia quem sabe, pai?⁠

KIZOMBEIRA DA RAÇA

Sou afrodescendente. Sou negra! Qual é? Sou negra de sorte!
Meus cabelos revoltos da cor do grafite, beleza da cor.
Já fui renegada. A dor da chibata já marcou demais.
Em lamentos de dor meu povo gemeu derramou muito sangue,
Nunca mais Ku Klux Klan! Vem Luther King lutar pela paz!
Apartheid jamais! Salve Desmond Tutu! Viva Mandela!
Sou livre e capaz! Tenho a força tenaz! Orgulho demais!
Ecoou as kizombadas na festa da raça ao som do tambor.
Eu sou da kizomba e da capoeira jogada que gira o corpo,
Que chuta bem alto com o canto de fé ao som do atabaque.
No ritmo do afoxé, do agogô eu sambo meu samba na ponta do pé.
De saia rodada, penduricalhos nos pulsos e canelas a chocalhar,
De pés descalços na areia da praia vou levar flores pra Dandalunda.
Com meu traje branco no candomblé só peço axé pros meus orixás,
Minha mãe é Oxum e meu pai é Ogum a força da fé.
Eu como abará e acarajé com dendê. Feijoada rapaz! Com pimenta é demais!!
É dia de festa da nossa cultura com sol ou com lua, vale até chuva.
Povo afrodescendente formando um arco-íris bonito demais!
A minha mãe África está bem aqui! Vem pra cá kizombar!
Deixa de dengo! Vem pro batuque ganhar cafuné.

⁠CIGANA
Sou andarilho...
Caminho ao vento sem rumo,
O Sol queima o rosto,
Adoro a brisa que vem do mar.
Também quero ser cigana andarilha,
Com a saia rodada, rodar e rodar,
Quero em qualquer trilha andar e andar...
Correr descalça na a beira mar
Quero ser cigana,
Cheia de luz e magia,
Ser doce como o mel,
Com encanto dançar,
Vou ser andarilha,
Como tu és,
Vou dançar nas noites ao redor da fogueira,
Quando a lua brilhar,
Vou colocar você nos meus sonhos de amor,
Livre vou ser é meu coração deixar seguir,
Com muita emoção,
Vou seguir meus instintos,
Vem andarilho, estou te esperando,
De saia rodada, com flor no cabelo, de pés no chão...
Cigana já sou...
Vivendo caminhos, dançando e rodando,
Minha saia estampada, minha blusa cigana,
Com ombros de fora,
Cigana feiticeira, lançando feitiço em qualquer lugar,
Uso rosa vermelha nos cabelos longos,
Revoltosos ao vento,
Cigano andarilho...
Veja meus encantos,
Com mãos de violonista,
Me toque em sinfonia,
Ao redor da fogueira,
À luz do luar...

⁠AMOR...
Hei de amar-te até morrer, com toda a intensidade que incendeia meu ser,
Na solidão das noites, penso em ti,
Loucamente dentro da minha desvairada mente sempre estarás presente,,
És tempestade em mim, tormenta,
De todos os amores que tive,
Você permaneceu único,
Não sei se é vício,
Não sei se é virtude este amor guardado, diamante raro...
A ele dediquei todos meus momentos felizes,
Sem nada em troca,
Foi paixão desde a adolescência,
De inquietude, de desejos insanos...amei,
Eu só sei que amei, amei, amei...
Sei que houve cumplicidade da tua parte,
Amantes... sonhos consolidados,
Somente eu a ti não julguei,
Não exigi nada, eras meu!
Silenciosamente amei em todos os momentos,
Só que um dia a morte chega, implacável, impiedosa, fria...
Sem dó me roubou você,
O que importa é que me dedicasse amor,
Até o último suspiro,
Agora distante...por onde andarás???
Alma gêmea da minha alma...

⁠DUELO DE AMOR
Quero colher todo o brilho do teu olhar cigano,
Quero todos os caminhos do teu corpo andarilho,
Quero te tirar do rumo, do trilho, do plumo,
Quero te revirar do avesso e revesso,
Quero uma noite infindável de loucuras,
Quero teus beijos, desejos sem limites,
Quero descampar teus implícitos,
Quero teu corpo nu na fome antropofágica,
Quero tuas carícias entre beijos fervilhantes,
Quero invadir teus segredos pecaminosos,
Quero os teus mais exóticos e depravados segredos,
Quero que me possuas sem limites impostos,
Quero percorrer seus intervalos,
Quero que se perca em mim,
Quero toda a plenitude dos teus delírios,
Quero me embriagar em ti,
Quero nos desnovelar amantes noite adentro,
Quero que o Sol demore a descortinar no céu,
Quero embriagar-me até o amanhecer,
Quero ter bebido todo teu néctar perfumado,
Quero te ver exausto de satisfação,
De uma noite quase eterna,
Em que me perdi em ti...

SONETO INVERNOSO

Inverno, dias tristes, sem luz...
As árvores se despem de seus trajes verdes,
Esqueletos inertes,
Meu pensamento fica triste, sinto tua falta!

Em minha cama enrolada em cobertores,
Onde estão teus braços, enlaces, abraços, não sei!
Onde estão nossos abrigos invernais?
Tudo ausente de meus sonhos, encantos, magias...

Por que partiste para tão longe?
Na solidão das minhas noites,
Fecho os olhos, imagino, sinto você
!
Apareces entre anjos imensos…
Em um céu repleto de estrelas,
Sorris para mim…⁠

⁠INVERSOS

A chuva chove lá fora,
Meus olhos chovem em lágrimas,
Queria chuva de meteoros,
Estrelas cadentes,
Faiscando no céu escuro...

Pra que raios e trovões?
Pra que vendaval?
Pra que tormentas?
E furacões?

Quero a brisa leve,
Que bate no rosto,
Esvoaçam os cabelos...
Quero voar ao vento,
Voar pensamentos,
Pairar nas nuvens...

ENTREMEANDO O AMOR

Amar... é entremear de doce,
É aquela luminescência que invade o outro,
É mistura de santificação é maldade,
É uma invasão de privacidade,
É aquela sagacidade que tira do trilho, do rumo, do plumo...
É sentir no íntimo o agridoce,
É embebedar-se da paixão,
Em taças vermelhas deliciando gota a gota,
O brinde do amor...⁠

⁠ESPERA...
Bruxa, fada, princesa...
Do meu castelo suntuoso,
Nas janelas altas da torre,
Te busco no horizonte,
Sou bruxa,
Minha porção do amor fervilha,
Não te vejo...
Sou fada, tenho asas para voar até você,
Mas não sei por onde andarás,
Sou princesa,
Da alta torre jogo as tranças,
Espero que em cavalo branco chegue amante,
Pelas minhas tranças chegarás até mim,
E entregar-te-ei todo o meu amor...

O DANÇARINO NEGRO PROMETIDO
Amei você dançarino, fiquei deslumbrada, pela primeira vez que dancei. Achei até que tinha entrado em um conto de fadas, você dançarino, era o meu príncipe encantado, pura ilusão de mulher poetisa romântica.
Eu chegava até a ser sem graça. Mas, a dança me mudou totalmente o meu destino. A vida é uma constante experiência enquanto estivermos vivos, existe um processo de deslocamentos intermináveis, e cada ser humano passa por estágios, condições e atitudes e eu passava por isso.
Eu aprendi a sorrir! A vida brilhava mais, o avesso virou revesso, eu já não era só avesso, recuperava a capacidade do meu espaço, da minha liberdade até então reprimida. Aprendi a amar você, dançarino prometido.
Homem negro, alto, sorriso encantador! Nosso primeiro olhar foi pura conexão, no bolero, rainha das danças que seduz.
Você falou pra mim que o importante era ser feliz, negar o momento seria empobrecer o crescimento, as possibilidades de explorar os seus limites apreendidos através da passagem na Terra.
É um momento em que a visão é aprimorada, e o medo precisa ser vencido para que possa vislumbrar um novo horizonte, caso o medo permaneça não se vislumbra um novo horizonte, um novo amanhecer.
Por muitas vezes o destino começa a intensificar o processo da vida sem que os protagonistas percebam, e o processo vai se tornando contagiante.
Você foi meu príncipe negro prometido, gostava de perder-se seu corpo negro, dando uns olhares intensos, tu também me olhavas.
Certa vez havia um nevoeiro na serra quando voltávamos do baile, coisa encantadora, lindo de se ver, nós ficamos encantados com a beleza da natureza, conversamos, trocamos olhares. O clima ia cada vez ia tornando-se mais romântico, a natureza oferecia suas dádivas. Eu pensava em te beijar, abraçar romanticamente..
Tudo aquilo já eram as relações simbólicas da vida, aquelas que vão identificando no ser humano uma trajetória para novas descobertas, novas sensações. E tudo ia compondo um pano de fundo sem participação de coadjuvantes.
Tudo era puros desejos, até o dia que nos amamos loucamente entre pétalas de rosas, luz de velas, incenso, música... Ele falou: ”Estava escrito nas estrelas”!

⁠ENCANTOS
No encanto dos encantos
Mora coisas interessantes
Fadas, bruxas e príncipes.
Vestidos, botas, sapatinhos.
Varinhas de condão
Pra quem transformar quiser
Tem sapos que falam e pedem
Um beijo pra desvirar
Um feitiço que a bruxa má
Cismou nele jogar
Com inveja da princesa
Que com ele queria casar.
Crianças com muito medo
Dos fantasmas da floresta
Querem encontrar uma casa
Mesmo que seja da bruxa
Que tem uma casa de doces
Depois é só engana-la
E no caldeirão cozinhá-la
Os lobos são todos galantes
Ficam só observando
As meninas de vermelho
Que vão visitar as vovós
Desfilando de capuz vermelho
Querendo eles esnobar.
Uma menina apressada
Quer fugir da sua casa Pois o pai que era o rei
Por ela se apaixonou
Ajudada pela fada
Fugiu vestida de asno
Patinho feio perdido
O gato de botas encontrou
E um coelho apressado
Para um relógio olhava
Encontrou uma menina Que o coelho acompanhava
No mundo de encantos e contos
Tem muita coisa pra ver
Quem quiser se divertir
É só querer nele entrar
Basta pegar um livro
E com ele viajar!

⁠TRANÇADO DESTRANÇADO
Nos tempos de minha infância
Eu usava tranças longas
Eu lembro ainda até hoje
Eram duas de cada lado
A vida era fantástica
Você nem ainda existia...
Mas o tempo passadiço
Na minha vida você saltou
Meu sorriso abrasou.
Eu era a menina de tranças
Você foi morosamente
Foi cessando o meu sorriso
E tudo foi de mansinho
Só o amargor ficou
Você fuzilou meus sonhos
Destrancei os meus cabelos
Para de ti esquecer
Cabelos banhados de lágrimas
Ocultam meu rosto triste
Todas as lembranças arrefeceram
De um tempo encantador!

⁠VENDAVAL
De repente sou assolada por um vendaval de paixão.
Que joga os meus cabelos, despenteia, embaraça...
Um vendaval de um querer, um vendaval de precisar...
Um vendaval de sentir, um vendaval de prazer...
Eu quero, eu preciso amar-te...
É um quero, um preciso, de um amor amante...
Que tira o ar, que tira o apetite, que tira o fôlego.
Eu sei que esse querer, esse sentir,
Esse precisar não é meu, mas eu quero...
Quero como a Terra precisa do Sol,
Como as estrelas precisam da noite,
Como os seres vivos precisam do ar.
Eu quero!
Preciso...

⁠SONHOS VOADORES
Meus pensamentos loucos devaneiam
Voam por estranhos mundos
Como balões perdem-se entre brancas nuvens
Outras vezes sobre a ilusão perdida da imensidão.
Em sonhos coloridos ou preto e branco
Voam balões em pesadelos loucos, errantes
Voam até a Lua Cheia e caem
Caem nas manhãs ainda sonolentas.
Sobre jardins de rosas cor de púrpura
Que apontam seus espinhos pontiagudos para o céu
Como armas que só querem a morte.
Furam os balões de sonhos flutuantes
Que escorrem pela terra fria
Sonhos derramados pelo chão.