pauloclopes
Pedacinhos de mim.
Me fiz pedaços
Esqueci os percalços
Deles só restaram carinhos
Acomodados em ninho
Se um pedaço linha fosse
A cada emoção que se trouxe
Muitos cordões se fariam
A cada vez que um pedaço dói
A alma Chora
Simplória
E sem querer algo se destrói
Pedaços que aos poucos se vão
Ao saber
Que jogamos as vezes para perder
Pois à ti carinho que se faz
Aos poucos se desfaz
Nesse jogo da vida
Pedaços que exigem
Carta aberta
Talvez em palavra incerta
Procurando expressar
A dor da alma
Em desejar
Algo que acalma.
Um olhar, as vezes lançado ao infinito ou aqui ao lado, sempre calado mas dizendo algo. Então preste atenção : sem procurar insurgências ou adiar aquilo que precisa ser decidido tome decisões, se erradas; lamentações depois, mas se certas; a certeza da razão.
A mente como que alucinada, faz brotar do nada o que não se falou. O tempo que estava dormente não se calou e ressuscita a dor.
Crônica moderna.
Fazendo atendimento, olho para colega que estava se retirando e brinquei : uai está na hora não. Olhos arregalados responde: é que entrei mais cedo, o engraçadinho ao lado veio com a seguinte pecha "xará você é que chega cedo, saindo de casa as pressas parece que não tem mulher lá". Cliente que estava comigo olha de soslaio para ele como se tomando as dores solta o seguinte: amigo de que adianta você se retardar em casa mesmo tendo algo bonito mais que não usa. O engraçadinho baixou a cabeça e se recolheu
O cavalo passou encilhado os espertalhões o montaram, fizeram chacota e cairam do cavalo, pois muitos não conheciam uma rédea.
Crônica
A água escorre pelo cabelo e mergulha num salto finito, percorre uma extensão antes de explodir no chão sem retumbar, apenas talvez a contemplar o silêncio da espuma que desce ao sabor da gravidade dispersa por um ensaboar quase insano de alguém que busca se confundir com esse sintoma a deixar atemorizado . Algo esquisito como tentando decifrar uma metamorfose quase ambulante, uma andante a deixar sinais em cada lado de um corpo já sofrido a buscar descanso merecido, a vertigem ainda persiste, mente tenta acompanhar uma silhueta que se forma no encontro da espuma com a água que à pouco foi dosada pelo misturador, fazendo deslumbrar que tudo está relacionado a essa velha metamorfose ambulante.
Ferido
Não ferino
Guerreiro aguerrido
Menino
Não morto
mas quem sabe posto
Ainda com grande gosto
De viver
Olhar distante
Errante
Talvez a buscar erros
Ora ou distantes
Mira um lado que vaga a chorar
A contrastar com outro que ri
Que se diz
Um dia amante, ou quem sabe amado
Olhar de saudade
Sem vaidade
A avançar os dias
Olhar que tem idade.
Olhos azuis
Cativa a alma
Acalma
Induz
Olhos Azuis
A dizer
Vem me querer
Seduz
Olhos Azuis
Que o tempo não apaga
Sagaz
Irradia luz
Olhos azuis
A me dizer
Amo, amo, amo
Você.
Escrever é coisa séria, até porque não é entender o que pensamos mas nos fazer entender. Somos indomáveis, as vezes até amáveis, mas brutos na essência, ser carente à procura de uma cura impossível. Cada frase intercalada com um nada e um tudo, fruto da busca insana de uma mente demente procurando talvez no vazio..... entendimento.
Se um dia beijo roubei-te
Consorte fui
pois roubei teu desejo
Deixastes em conluio
Em ânsia cúmplice
Pois a boca ofereceste
E não vi teu assuste
Talvez coisa adulta
Vindo da criança oculta
Despejando sem maldade
Algo que se tornou saudade.
Saudades.
Dia de tristeza
entes se foram
passagem sentida
segue a vida
olho o infinito
busco na saudade
e nada a compensar
a dor sentida
Pergunta ao poeta.
Porque o poeta não me contou
Que a cada frase montada
Um coração sente dor
Seja pela saudade
Ou proximidade falsa de um amor
Porque o poeta não me contou
Que não adianta tentar desvendar
Numa rima desconexa
A causa de amargo sabor
Mas, que é fruto da lembrança dos carinhos
Do aconchego do ninho
Que não cansa de esperar
Porque o poeta não me contou
Que até em um sopro de passarinho
Se possa sentir o clamor
De um corpo cuja sina
É buscar o teu calor.
poema.
o que é um poema
algo que acalma
rima à que se trema
ao suor que se exala
cada frase um sentido
algo exprimido
no clamor d'alma
traduzido em sua essência
por aquela à quem dirigido.
nostalgia.
volta comigo
Àquele tempo quase meninos
Onde tímido, te tocar, um pecado
E, trémulo a descobrir num tino
tuas fragilidades.
Vem e, em saudades
Com tudo compensado
Pois hoje vejo sem maldade
Uma vida preenchida
E um retorno no tempo
Ó felicidade.
Dúbio.
Nao posso jamais te perder
tu que aguentas meu peso sem reclamar
embora as vezes um gemido se perceber
ao de ti me levantar.
Ao me receber em teus bracos
não te incomodas se a amasso
já se acostumou com a rotina
essa tua eterna sina.
Mas tenha toda certeza
seras sempre a mais querida
minha preferida
e estarei sempre a te disputar
em todas as minhas tardes
minha querida poltrona/sofá.
Hoje meus olhos fixaram o horizonte
Me veio aquela casinha
Bem ao lado do monte
Muito simplesinha
Mas aconchegante.
Ali quase em noite congelante
Buscava a namoradinha
Com seu perfume enebriante
Colonia "agua de cheiro"
Mas nada entediante
Que saudade da inocência
Hoje tão distante
De minha insipiência
Meus momentos de infancia
Da casinha, quase sapê
Da cuia de beber
Hoje no horizonte.
Hoje meu dia será de asneiras, sem eira talvez um pouco de beira para apaziguar. Hoje serei sorrisos e com siso procurarei fazer de cada palavra um carinho, um ninho para acomodar mau humorados.
Não desisto
Posso até me magoar
Mas insisto
Em lagrimas me afogar
Não desisto
Se há concavo, há convexo
Não há história sem fim
Sei que tenho um averso
Por mais que fuja de mim
Mais não desisto
Posso até acomodar
Mas estou sempre a espezinhar
Não desisto
Me belisque se preciso
Mas não me peça para desistir
Minhas palavras fluem
As vezes machucam minhas própria idéias
Despedaçam faláceas
Incomodam convicções
Destroem falsas ações
Tudo na inocência
Na coerência
Sem dor
Somente o clamor
De quem não grita sozinho
No papel uma busca
Uma procura
Uma frase rebisco
Procurando não machucar
Tudo singelo
Sem paralelos
Apenas dizer
O quão belo
Pode ser um querer
Amanhã talvez
Um gesto pequeno
Pequeno aceno
Pra perceber
Quanto falta faz teu ser
Hoje vou com estigma na alma já antevendo que a leniência não se perpetua; como consequência de nossos próprios atos, o transbordo é inevitável.
As vezes relevamos nossos momentos, uns passaram ao largo, outros ficaram no tempo. Era tão fácil segura-los e nos acovardamos. Tudo era uma questão de luta, hoje já maduro, não o arrependimento mas a reflexão.
Quando criança já buscava meu mundo, rebuscava frases que para muitos sem sentido, me fazia completo. Fazia parte de mim me perder em sonhos que se tornavam pesadelos com a incerteza de um dia conseguir realizá-los. Hoje da janela um sorriso maroto brota, e ainda sonho pois sonhar, ainda me é permitido.