Paulo Ricardo Zargolin
As explicações que são dadas por meio de dogmas e escrituras arcaicas remontam ao período do bronze e estão completamente desatualizadas em relação ao mundo contemporâneo.
Cuidado ao afirmar que livros sagrados sobrevivem aos tempos e, só por isso, eternizam sua inviolabilidade. Vejamos a história de Hércules, que é conhecida e, mesmo assim, não o consideramos como uma pessoa real que viveu em meio aos seres humanos, desempenhando seus doze trabalhos.
Ainda que o conhecimento religioso não seja ilegítimo, é ideal que se compreenda também outras vias para se conhecer as coisas.
Assim como o que há de ruim no mundo não pode ser justificado por um deus da barbárie, também o que há de bom não é manifestação da benevolência divina.
Tendo sido desenvolvida desde que nos entendemos por gente (ou até mesmo antes disso), a via empírica para o conhecimento é a que nos permite descobrir um mundo novo a cada dia.
Ao namorar, a melhor coisa a se desejar é que ambos estejam na mesma sintonia e compartilhem tanto as semelhanças quanto as diferenças, a fim de dosar a vida a dois.
Para aquele que professa uma fé, não pode haver gradação entre o pecado e a pureza nem entre o sagrado e o profano.
Levítico 18:22 e Efésios 4:25 fazem parte do mesmo livro. Só duas hipóteses têm coerência: seguir à risca cada versículo ou desconsiderar cada palavra.
Estudar pode ser, ante cada olhar, uma chance, um castigo ou uma vontade; mas, para todos, é a porta de um futuro melhor.
Os direitos à reflexão, ao raciocínio, ao pensamento livre e às acuidades humanas de se expressar e de se autoconhecer não são assegurados por leis, mas sim pela educação.
A religião é um conjunto de normas e de crenças que se sustenta única e exclusivamente por seus fiéis.
Julgamento de leigos é só especulação. O resultado de atitudes impensadas é que leva à verdadeira condenação.
A divulgação de estudos científicos é uma prática louvável, que permite transmutar a subjetividade do pensamento coletivo.
Conhecendo-se o percurso da história e sua essencial falta de linearidade, percebemos os constantes avanços e retrocessos; o que, em tese, poderia contribuir para traçarmos planos e ações que tragam mais resultados positivos do que negativos.
É preciso preencher as lacunas entre teoria e prática, nem que seja construindo pontes de intersecção.
O adolescente em conflito com a lei não é o principal fator gerador de violência, mas sim a maior vítima.