Paulo Ricardo Zargolin
É corriqueiro que, somadas às lembranças reais de cada momento que vivemos, sejam tecidas memórias confusas e que, porventura, possam não ter tido, de fato, o grau que, agora, depois de adultos, atribuímos a elas.
Quando crianças, a tendência é viver. Viver sem fronteiras, sem crises, sem intolerância, sem juízo.
O orgulho e a sensação de superioridade – seja por domínio de um conhecimento científico ou pela posse de fortunas, por convicções filosóficas e ideológicas ou ainda por crença religiosa – são e sempre serão um atraso na evolução.
Ninguém é mais que ninguém. Ninguém é menos que ninguém. E, desde crianças, vamos perdendo essa noção. É-nos incutido o desejo e a fé por ter uma vida regada ao moral e aos bons costumes para livrar-mo-nos dos infernos dos quais, pasme!, ninguém está livre.
Estaríamos livres se tivéssemos a sensatez de olhar para os nossos semelhantes sem desdém, sem se enxergar superior em relação a eles, sem arrogância. Mas enquanto não desenvolvermos verdadeiramente a compaixão, estaremos sempre condenados.
(...) E a inveja e a intolerância não são boas conselheiras. Fazem com que se crie um estigma de que há apenas uma verdade, apenas um modo de ser feliz (...)
Quem não é feliz em vida não vai ser feliz depois da morte! Felicidade é um estado de espírito. Ou se tem ou não se tem.
A cruzada contra o livre pensamento faz com que alguns mintam a fim de fundamentar alegações tão sólidas quanto castelos de areia.
Homem que presta existe, mas é igual ao Papai Noel: vive no seu imaginário enquanto você é inocente, mas, depois que cresce, vira comércio.
Na realidade, a vida é muito cruel com a maioria das pessoas: as obrigações e os compromissos da rotina e, principalmente, as particularidades do círculo social atropelam os desejos, anseios, necessidades e consciências individuais. Então, o sujeito, em algum momento, deve realizar um encontro consigo mesmo e fazer um balanço do que está dando errado, antes que seja tarde...
A corrupção está para o governo como lã para o carneiro; o povo está para o pasto, como o pastor para o dinheiro.
O Brasil nunca foi sério: desde a colônia, o tal Gigante vive adormecido em troca de espelho e bugigangas…
Erros, sendo ou não fatalidades, devem ser corrigidos. E, apesar das investigações sobre culpados darem muita audiência, não resolvem absolutamente nada.
Toda música de sucesso, hoje em dia, só tem monossílabos que são repetidos incessantemente, simulando onomatopeia relativa ao coito.
Não é uma legislação que vai impedir que um indivíduo preconceituoso – seja lá contra qual minoria for – deixe de sê-lo.
A conscientização e a educação – para uma convivência saudável em favor da diversidade – deveriam partir de ações mais inteligentes e de políticas públicas educacionais e não de simples imposições.
Doa a quem doer, cada um tem o direito de pensar o que quiser sobre tudo. O ideal, apenas, é que nos eduquemos constantemente a fim de que cometamos cada vez menos injustiças com nossos semelhantes.
A vítima de preconceito – em qualquer situação – não deve nunca assumir a vitimização, dando valor ao discurso de seu (pseudo)algoz. Deve, ao contrário, valorizar-se e rir da ignorância alheia.
Um racista – ou melhor, “etnicista”, porque a raça é uma só: humana – é um pobre miserável que não sabe valorizar as pessoas por quem elas são e prefere ver, nas aparências, um motivo para definir quem é bom e quem é mau, quem é feio e quem é belo.
Cada um tem direito de pensar e falar o que quiser a respeito de tudo e de todos. Isso não significa, porém, que seu discurso terá fundamento ou que será inquestionável. Nunca!
Tendo em vista que o ponto de apoio teórico inicial do processo de formação está centrado na ideia de professor reflexivo e prática reflexiva, ao fazer o movimento de indagar e produzir respostas, acredita-se que cada professor percebe a si mesmo e as ações que realiza, podendo avaliar e, consequentemente, modificar a sua prática pedagógica.
No mundo contemporâneo, estamos abarrotados de informações por toda parte e qualquer indivíduo pode ser capaz de correr atrás do que lhe interessa. Assim sendo, o professor – novato ou veterano – está cada dia mais longe de ser o detentor do saber.