Paulo Henrique
Se existe um Homem,
Feliz que seja,
De apenas uma coisa sei,
Neste homem não há,
Um grão que seja de ciência,
Pois vive plenamente,
Em sua “dessabedoria”,
Mais valendo que mil vidas sábias.
Está aí a felicidade de um tolo,
Pois desconhece algo que o condene,
E livre de parâmetros se encontra,
Pinta, borda, fora das linhas escreve,
Sua primordial epopeia.
Grandiosa obra,
Do autor errante,
História clássica,
Do coração Amante.
É impressionante o quanto somos insertos e inseguros, pensava eu que em minha adolescência não seria como os demais; não seria tão inseguro, intenso, ou qualquer coisa similar, mas, quando cheguei na tal, descobri, não era eu quem escolhia, ou decidia o que sentia ou passava em minha cabeça, o máximo que podia fazer era apenas escolher quais sentimentos eu deixaria-me sentir e expressar. E tão adolescente como um adolescente jamais foi, eu fui. Com tantas paixões quanto qualquer outro, e tão inserto e tão inconfiável quanto um canastrão, Sim, assim foi minha adolescência, e tenho a firmeza em dizer que foi também a mais incrível de todas, e por ela sou quem sou hoje, nela aprendi a ser como sou hoje, e nela conheci aquela a qual por quem eu morro, mas preferencialmente eu vivo, pois cada momento com ela Vale cada segundo, cada momento de sofrer, e todas as renuncias as quais tive de fazer. Não há maior felicidade que estar com ela.
“Torna ao lar o filho pródigo,
Saiu sem motivos,
Queria provar do que ouvira falar,
Sofre tanto o filho quanto o pai,
Saudades, amor.”
De igual modo,
Passas-te por varias moradas,
A procura de alento,
Leito e aconchego,
A procura daquilo o qual provas-te,
E te oferecia de bom grado.
Não há mágoa,
Nem há ira,
Há o mesmo amor, se não maior,
Estou de braços abertos,
Regressa em breve momento que ainda te Amo.
“Nossa senhora das paixões perdidas,
Mãe e padroeira das almas desiludidas,
Citou a tua reza crida,
Estás na alma de todos os que sofrem pela amante acometida,
Pela bravia ira da dívida,
Que a certo momento a levou da vida,
Mesmo relutando com a morte garrida,
Traz-me de volta a amante querida”
Amém.
O homem o qual deposita o Amor,
Dentro de qualquer coração algor,
Aquece-se e também ao outro amado,
Sendo assim um Amor por dois conjugado.
Choro por quem se foi,
Amante minha a quem eu amava,
Tinha nela meu prazer,
E do Amor dela me compadecia,
Mas já não vive minha deusa,
Foi tirada de meus braços,
Ah já três anos,
Tendo setecentos e trinta dias meu labor,
Os quais sofro de Amor.
Há muitos anos que a conheço,
Durante todos esses anos sua presença me bastava,
Eu me abstinha do vício,
Amor que mais parece droga,
É bom, vicia, e torna-o dependente,
E então se encontra sem saída,
Restando apenas entregar-se totalmente,
E viver como um amante arraigado, perdido, inumerável.
Não sei por qual razão,
Se por sabedoria, ou mesmo insensatez,
Mas acredito que por necessidade,
Confessei-me a minha madre,
Todos os meus anseios, e paixões,
E como que por convenção ela os aceitou e perdoou,
E com sua benção e permissão, deu-me sua mão,
Hoje apenas para amarmos,
Mas para o vindouro,
Dividirmos o mesmo leito,
Com a aceitação de Deus.
Em Santa Igreja,
Oferecemo-nos a crismar,
Usando de áureos elos,
Apresentando de nossos anelares,
Cônjuges agora somos,
Ambos guardadores,
De apenas um cuidadores,
Chama-se Amor,
Filho de nós.
Em meio a dores de parto,
Ouve-se o Amor a pistar,
E como um anuncio do Criador,
De mais um milagre realizado,
E pela sua graça entregue em meio aos homens,
Mas um silencio ensurdecedor,
Toma de conta da casa,
Não ouve-se mais à Amor,
Nem a parteira,
Nem sua negrinha filha,
Nem a Nanferda,
Pois a mesma teve a vida ceifada,
Uma infecção acometeu-a,
E a levou.
Restando apenas a mim e a Amor,
Pai e filho órfãos de madre e genitora,
Um compadecendo-se do outro,
Há nele os mesmos olhos que os da mãe,
Há em mim o mesmo carinho que da madre.
Escrevo agora de Carvalhais de Baixo Em nosso Solar, Amor já está na idade de suas primeiras palavras,
E está a brincar no pátio,
Olho nas mesmas colinas
E apenas lembro-me de nosso Romance, Amor, Vida e Morte.
Que viva pra sempre,
Nanferda, Amor e Nossa Historia.
Cuido-te porque te amo,
Atenho-me à teus desejos,
Renuncio a mim mesmo,
Pois vivo em ti.
Cauteloso à tuas vontades,
Satisfaço-me em ser teu,
E morto estou diante de minhas paixões,
Pois tenho em tua felicidade,
A minha,
Tenho em teu sorriso,
O meu,
Tenho em teu viver,
O nosso.
Mas distante ainda estás,
Não sinto tua presença junto a mim,
Temo que tenhas ido por para não mais voltar,
Responde-me sem tardar,
Porque anseio tua presença,
Necessito de repartir o mesmo ar,
Ar de afago,
À quentes noites,
Embalada por ruidosos sussurros.
Não se entendo o que se houve,
Mas se interpreta o que se sente.
Talvez nem buscamos a pessoa certa pra amar, e sim uma pessoa para tentar sentir a essência do amor.
Ela não é como as outras,ela é diferente, ela sabe fazer um homem se enlouquecer só pelo sorriso dela, ela faz qualquer Homem mudar por ela! ela faz a diferença, ela sim ! é mulher de verdade