PAULO EMÍLIO AZEVEDO, poeta PAz
Se a gente não puder ser junto para a vida toda, nenhum minuto mais terá o valor de eternidade como sempre foi.
A sensação de que não estamos acompanhando a velocidade das coisas é correspondente a de que não estamos saindo do mesmo lugar. Viver passou a se tornar uma armadilha à culpa, de que quanto mais se faz mais se tem a sensação de que não se cumprira tudo. Essa respiração ofegante de acordar com a sensação de débito é a ilustração perversa da correria ou o ante passo da ansiedade, é aí que mora a ilusão ou se encontra a porta de entrada de qualquer substância de fuga, super estimulação ou controle.
A internet é igual ao Funk. Todo mundo tem medo, mas ninguém para de usar. Parece uma parada tipo "pulsão da morte" em Lacan - dor e prazer. Pronto é isso: Mr. Catra é a reencarnação de Freud.
Arquibancada de estádio de futebol é igual missa de domingo - um senta e levanta danado esperando Deus marcar um gol pra libertar o delírio
Amigo a gente faz assim - pega na mão. Se não der para o alcançarmos com a mão, a gente pensa nele de coração e põe a mão no peito para ouvi-lo soluçando.
Implicar é uma forma de saudade sem querer ser discórdia. Implicar é uma forma única de se comprometer com a saudade.
Um país desenvolvido se mede, por exemplo, pela quantidade de redes ferroviárias atuantes que dispõe.
Pessoas que vivem em relações pela metade, receberão a parte inteira de indiferença da metade que se sente incompleta.
A melancolia - quando é menos tristeza que melancolia; menos melancolia que angústia e menos angústia que vontade -, pode servir à arte.
Quem tem que escrever sem erros é o revisor. O papel do escritor é o de inventar, inclusive palavras.