PAULO EMÍLIO AZEVEDO, poeta PAz
Que costumes são esses que se acostumam, que nos acostumam, com o frio, a tristeza e a fome que outro sente sem compaixão?
A dialética da existência é saber viver entre o ser social concreto e a experiência líquida da solidão.
Quando o céu não for mais tão longe quem sabe a gente se encontra mais rápido com Deus e pede pra alterar logo o estatuto da Humanidade.
Existem três, talvez, quatro ou mais (deixo para vocês decidirem e indicarem) formas de se tornar visível na cidade. A primeira é sobrepondo a luxúria à miséria; a segunda (que pode ser efeito da primeira) é apontando uma arma para outrem ou a esmo. A terceira, é (ex)pondo o corpo em movimento (que pode ser pausa), trata-se na verdade de uma arma mais potente e criativa.
A obsessão pelas comemorações de centenários me levam a crer que as pessoas ficarão esquecidas por mais cem anos. Vamos comemorar o 99 – somos imperfeitos!
A sensação de que não estamos acompanhando a velocidade do dia-a-dia está correspondente a de que não estamos saindo do mesmo lugar. Chama-se perplexidade.
Desconfio de quem tem mais que quatro ou cinco amigos. Dos que tem mais de quatrocentas ou quinhentas curtidas em cada post ou foto desconfio, ainda mais.
Ser daltônico é a única chance que tenho de não ver as cores nas suas engessadas representações políticas e suas respectivas hierarquias estéticas tão vorazes. Vou começar a pintar outro arco íris por aí. Aceito tintas incolores.
Filho é o amor mais sem vergonha que temos. Sem vergonha alguma em dizer que se ama todo o tempo. Parece um mantra, mas é a melhor das pragas de Deus. Que bom que Deus nos fez crianças sem vergonhas. Já o caráter é coisa dada pelos pais e mestres.