Pauli Aragon
Quando as flores se amaram,
Quando as flores se amarão?
Quantas flores nasceram,
Quantas flores nascerão?
Quanto de amor virá a tona,
Quanto de amor sairá do chão?
Nessa vida, perdemos um tempo um tanto precioso pra entender aquilo que nunca é dito. Perdemos também com aquelas coisas não entendemos nunca. E com aquelas, as mais doloridas, que por mais que possamos entender, algo em nós não pode aceitar: Aquele sonho deixado de lado porque, além de complicado, não era sinônimo de futuro; aquele alguém que dizia que tanto te amava mas quando a situação apertava parecia cada vez mais se afastar. Sobre esse último, em especial, é que tenho algo a dizer: Voltando àquele tempo, precioso, perdido para entender as coisas que não são ditas, nisso, o meu foi investido, e a lição dolorida que entendi, embora não possa aceitar, é que as pessoas criam barreiras em torno de si, barreiras que não nos permitem ver o que se passa dentro de seus corações, e nos deixam como cegos, olhando somente para a bagunça que se forma dentro dos nossos. São defesas, e como ouvi certa vez, não devemos atacar as defesas de alguém, ou elas só aumentarão diante de nós. Precisamos abordar a angústia que cria a defesa, precisamos, cada um à sua maneira, abordar as coisas que não são ditas, para que não se transformem em conteúdos que nunca entenderemos, ou em memórias doloridas.
Ouvi tanto silêncio que não sei qual som,
soa,
o verbo solto, até mudar de tom,
à toa,
o tempo passa leve,
leva,
a impressão do que já foi,
ela,
queria tanto ver, o invisível,
queria tanto ouvir, o inaudível,
queria tanto sentir, o insensível.
Agora,
me deixa só saber do impossível.
Que de nós,
o sofrimento seja afastado,
para o mais longe possível.
E a dor,
que não puder ser levada,
que seja então vivida,
como lição que passa,
e depois, ao pensar se diz:
Foi pena, mas valeu,
foi pena que valeu,
valeu a pena,
e aprendi.
Há os que vão dizer,
que ela não via,
não sorria,
não falava.
Que por trás daqueles olhos,
a moça era calma,
morna,
talvez gelada.
E só ela entendia,
o que sentia por dentro.
- Ora!, ela dizia
- Não é meu o sentimento?
Ela sentia que era pouco,
e assim transbordava.
Sentia que era rasa,
enquanto a vida a afogava.
Sentia que era presa,
mas em sonhos mergulhava.
A moça sentia o mundo,
e o mundo sentia nada.
Saiba que a vida renova-se a cada dia, tenha fé, força, e sorria, seja sempre você mesmo e tudo o que te destina assim será.
Perdoa as rasteiras que vida te deu, perdoa os tropeços do teu próprio pé.
Acerta o caminho, aceita o caminho, e caminha além do 'até'.
Vejo que o perdão pode ser o que de bom que você dá, quando, por mal ou não, algo de você, alguém tira.
Ela sonha que o mundo floresce, que ninguém entristece, e que o amor cresce:
em cada canto de terra, de mato, de flor e de pranto.
Que o pensamento navegue, o tempo carregue, porque a vida segue:
de respiro em inspiro, por ar, por chão, entre sopro e suspiro.
A expressão "Não é nada" é só uma abreviação da complexidade: Não é nada que eu possa explicar.
Ou, em piores casos: Não é nada que você possa entender.
A arte do desabafo e do acolhimento consiste em explicar mesmo assim e entender mesmo assim, desembaracem-se.
Ela sonha que o mundo floresce, que ninguém entristece, e que o amor cresce:
Em cada canto de terra, de mato, de flor e de pranto.
Faça o que estiver em suas mãos,
(Há)penas.
O que de você não depende, que não te prenda,
- não se prende!
É pássaro voando, deixa voar.
Avante!
pra iluminar o horizonte,
cruzar a ponte,
E colorir o dia.
Seja pássaro (semeador),
seja amor,
seja amante,
Da alegria.
Quem me dera agora, eu ainda soubesse como se chora.
Ora, e por tudo pra fora.
Tarde, embora, também é hora.
Ter vivido uma determinada vida até ontem, não te impedirá de começar uma nova vida hoje.
Entregue-se, permita-se surpreender: O novo viveu todos os dias dentro de você.