Paula S. Santos
O meu ideal de felicidade está no real, no agora. Está nas coisas simples, no aproveitar cada momento para sentir tudo de positivo que eu puder. SENTIR! Fazer, ouvir, falar. Tocar o inteiro, viver inteira cada momento. Minha saúde não me permite alimentar o negativo e tudo que gera expectativas demais, sonhos demais e projetos demais se tornam negativos, porquê você deixa de viver o agora, para supor um ideal de felicidade que talvez não aconteça.
Quando teu ego te convencer de que fez muito em lavar um copo, olhe para o armário e certifique-se de questionar-se quem lavou todo o resto dos utensílios. Tudo o que você faz é importante, mas nada do que faça é o suficiente para te fazer melhor do que ninguém.
A madrugada grita meu nome em silêncio. Quem sou eu para não escutá-la? Fecho os olhos para escutar melhor cada vazio que ela diz... respondo sendo recíproca: silêncio.
O morno dos dias é de fato confortável e aconchegante. Mas sou gente ruim demais para ficar estacionada. Sou revolta, sou crítica, sou caos, sou movimento, cores. Simulo paz, mas eu amo a adrenalina das guerras. Se me aquieto, sinto dores... e é tediante esperar a dor passar, então causo mais dores por onde eu sangrar. É bonitinho a vida em ordem, mas quem já nasceu destruída, leva algo por dentro que é difícil de explicar. E é como dizia minha vovózinha: se morrer, morreu! Bora viver até não restar nada
Seu tempo não funciona para mim
Tá quebrado, não percebeu?
Sua montanha-russa não me diverte
Nada em você é real
E te vejo como carne quente
Seu tempo não funciona para mim
Você precisa notar, rápido
Minha fome é de folhas frias
Mas te vejo como carne quente
E giro em roda-gigante só pra te confundir
Meu tempo conduz sua fome
Tem fome de mim, ainda??
Não consegue perceber... ainda?
Só como tua carne pra sarar o tédio da roda-gigante
Tu diz e desdiz e eu sorrio
Tu grita, esperneia e chora
E eu só espero sua calcinha encharcar
Pra brincar na sua carne
Sentir você arrepiar e tremer sozinha...
Que ilusão mais imatura a tua.
Seu tempo não é nada para mim...
E o meu tempo é só para me divertir.
Sim, sigo vazia,
enquanto você arde de desejo
Em todo vazio gelado que sou.
Alguém sempre vai formar XXI e
susurrar Blackjack. Depois de dados
lançados, Xeque-mate alcançado, não
dá mais para proteger rainha. Afinal,
em cama de quem vive de blafes
um Peão é só mais uma peça perdida.
Que o jogo continue e nessa rodada,
eu faço questão de "perder". Dissimular
pra quê?!
Às vezes a gente precisa girar um
pouco o pescocinho pro lado, para
enxergar as coisas que estão
lá na frente.
Tudo muda,
eu mudo,
remudo,
desmudo
e sigo de
ouvidos
atentos,
olhos abertos,
boca muda,
risos bobos,
frases grossas,
e piadas de desgostos.
Nos olhos,
na boca,
nos beijos,
ainda escorre
veneno.
Nem sempre meu,
mas engulo a seco
sufoco meu peito
e me mato por dentro.
No fundo, o prazer é todo meu!
Ela é de leão...
Mimada pela própria natureza.
Reage a tudo com altivez,
com profunda certeza de que
a razão só pode ser da mais bela: Ela!
Ela é de leão...
Me faz bola de lã nas tuas garras,
brinca comigo, mastiga meus sentidos,
me desafia só para derreter de prazer
em me mostrar quem é que manda: Ela!
Ela é de leão e eu de capricórnio!
Sou quem conhece cada gosto,
prevê os pensamentos
e entende cada gesto dela.
Sou o maior prazer que ela pode ter
e sou o seu maior tormento.
Se ela é o fogo soberano,
eu sou a terra que sustenta
e equilibra esse arrebatamento.
A filosofia do corpo dela, é reflexo da alma que carrega: livre e quente.
É como aqueles versos de Camões, que falam sobre o amor e arder,
sobre o nunca contentar-se de contente.
Ela não se perde em qualquer chama, nem queima em qualquer cama,
porque no fundo, meu bem,
é o abrasar da liberdade que ela ama.
De poesia em poesia,
lendo cada trecho,
minhas lágrimas corriam.
Deixou de ser belo...
Quem? O amor.
A dor contida nas palavras,
fez do amor melancolia...
Alegria virou lágrimas em brasa.
Quem saberá viver o amor como ele deve ser?
Não ouço uma voz de esperança,
nem na adulta que diz amar,
nem na adolescente que estar a sonhar.
Me angustia tantas belas palavras entregues a dor...
Poeta deveria viver
Para honrar a leveza do amor.
BATERAM EM JOÃO.
E João era um homem bom. Bateram em João, lhe negaram carinho, comida, proteção. João era meu amigo e eu lhe dei abrigo. Ele disse que iria mudar, falou de tudo que estava disposto para que esta mudança acontecesse. João mudou... mas ainda senta com seus agressores. João mudou, mas para os que lhe negam tudo, ele ainda entrega suas flores. João mudou, mas foi só comigo, seu ombro amigo, que hoje ele diz que dentre todos, sou o pior dos seus amores. Ah, João! Que desgosto... Você é tão humano quanto todos os outros.