Pablo Gabriel Ribeiro Danielli
Olha
Revolta,
Volta!
A sua volta
O vazio
Revolucionando
O nada.
Perdeu-se
A utilidade,
Seu prazo
De validade?
Ainda Vale!
Volta
Olha a sua volta,
E se revolta!
Como em antigos
Mares!
Hoje, navegáveis.
Diante do gesto
Indiferença!
Diante do ato
indiferença!
Diante da miséria
Indiferença!
Diante da dor
Indiferença!
Diante do preconceito
Indiferença!
Diante da corrupção
Indiferença!
Diante de afirmações
Indiferenças!
Diante das duvidas
Indiferenças!
Diante da vida eminente
Indiferença!
Como poderíamos
Ser todos iguais a final,
Se o resultado é a distorção
Das palavras, dos gestos,
da própria cultura?
Como ser considerado racional
Se o primeiro gesto é o de abandono,
Boa ação, apenas como intenção não salva!
Usar exemplos de terceiros não garante
Seu lugar no céu primeiro.
Todos sabemos o que deve ser feito
Todos ficamos calados diante da necessidade,
Pois enquanto a gota não nos atinge
Não há motivos para consertar o que se quebrou.
De todos os brinquedos jogados fora
A vida certamente é mais precioso,
De todas as palavras abandonadas ao vento
As que fazem falta são as verdadeiras.
De todos os olhares perdidos
Mesmos os na escuridão, na solidão,
Os de indiferença são os que não tem salvação.
Mais uma morte
Ninguém viu!
Mais uma criança drogada
Nunca existiu!
Mais um desvio de verba
Ilusão, no Brasil!
Mais um bom livro
Se perdeu no vazio!
Mais um ser humano
Confundido com artigo raro
Numa pátria que nunca existiu!
Indiferença
Palavra forte, que define,
Um ser fraco e hostil!
A poesia
É como um grito
Silencioso que ecoa,
Pelas paredes espessas
De um livro.
Implora por amor!
Clama por justiça!
Há espera ao menos
De um bom leitor,
Para se fazer livre.
Algumas mudanças não conseguimos ver e poucas vezes conseguimos percebe-las, são como leve brisas, que nos refrescam sem saber.
Não é apenas o fato da mudança que nos assusta, mas, é o não saber o que vai acontecer posteriormente que ela nos encontrar.
A duvida tão frequente quando nos deparamos em frente ha um espelho, nos questionando e as vezes de forma tão impessoal, o que virá depois?
Medo, raiva, acomodação e quem sabe fúria! Admitir-se perdido em meio a tantas escolhas é o maior gesto de bravura que se pode ter em um mundo decadentemente mecânico.
Encontrar uma razão que fuja a logica, em cada passo dado é mais que um pequeno desafio.
É descamar lentamente com uma navalha cega nosso ego, é cegar nossos desejos e privar nossa superficialidade, castigar lentamente o lado subversivo de nossos atos. Requer muito mais que uma amostra tola de força, requer algo que muitas vezes está ausente e perdido no mais intimo de nós, nossa parcela de humanidade.
Sobras
São sobras e apenas isto
De tempo, esperança, descrença
De comida, de sonhos, de maldição.
De humanidade, dignidade, bondade,
Oferecida aos porcos, ratos tão desprezados.
Peles em decomposição, olhares tortos
Prédios em ruínas, sociedade corrompida.
Mal dizeres, que trazem as velhas novas!
Uma idolatria arcaica que poda o que é assombro.
E toda sombra sente a dor de uma alma colorida
Mesmo que seja envolto de sacos pretos
Pra se proteger dos azedos dedos do destino.
São restos de histórias, mistura clássica popular
Ignorância, indiferença, distração, corrupção,
Ingredientes de uma fraca socialização.
"Um sorriso não é a certeza de felicidade. Da mesma forma que uma lagrima não significa que seja apenas tristeza, as emoções vão muito além de um olhar é necessário respira-las para entender seu real significado".
E você esperando a violência acontecer
O próximo tiro, o próximo grito!
Brincando de adivinhar,
Qual será o beco escuro
Que um politico vai se corromper.
Feridas que nunca cicatrizam
De uma sociedade corrompida,
Aonde impera o caos, corrupção!
Roleta russa com o cidadão
Dia sim, dia não, no circo da civilização,
Mais um corpo que cai ao chão.
As manchas de sangue, são Capas de jornais,
Garantia de ibope na televisão
A festa acontece no nosso quintal
Em quanto você se prepara pro jantar!
Fingindo que não tem mais medo
Rezando em silencio, chorando em segredo,
Para que sua família não vire vitima
Da sua omissão, falta de expressão!
Pode protestar, mas não pode atrapalhar o transito!
Pode lutar pelos seus direitos, só que não depois das seis!!!???
Estudante paga meia pra que brigar? Que corrupção??? Se a mídia não mostra é porque não aconteceu!!!hã???
Pessoas que justificam ser contra protestos só podem estar satisfeitas com as filas, nos hospitais, com as mortes no transito!
Como assim? Não é bem assim? protesto de teclado funciona! Só se for no mundinho apático de quem não quer se incomodar!
Pressão popular é o que atinge o governante, o medo de perder o salário e gratificação, isso quando não outros meios ilícitos é o que assusta!
Colocaram cinco mil hoje, que amanha sejam dez! depois quinze! que os protestos sejam pela falta de estrutura, pelo mau uso do dinheiro publico!
Que seja pelo livre arbítrio e o direito de ir e vir a cinco reais e ônibus lotados na volta do trabalho!!!! Sem ar condicionado!!!
(Só em terceiro mundo, no Brasil isso não existe! Será?????)
O governo diz que não, a mídia finge que não vê! E tem gente que ainda defende a parte podre da sociedade,
quando tudo que se busca é um pouco(??) mesmo que uma miséria de igualdade!
Se não atrapalhar a rotina dos apáticos é claro!
OBS: Não esquecer de pedir licença quando for passar!
Medíocre instante
Do botão, explosão!
Propagação da incerteza
Duvida e escuridão.
Dedos que condenam
Sem saber, sem ter um porque,
Justo sofrimento
Por escolha da sorte?
Ou da falta de saber!
Em um piscar de olhos
Uma caricatura bem apresentada,
Do mal, em forma de fada.
Auto, convencimento
De que o melhor para você
Talvez seja também para a nação!
Leve instante de esperança
Que se acabe a apreensão,
Mesmo que seja nas mãos
Manchadas de um duvidoso ser.
O voto é a guilhotina do povo
Que lentamente mata milhares
Pelas desculpas esfarrapadas
De homens que se dizem exemplares.
Ao amanhecer restam apenas vestígios
De mais uma fantasia, que esfarelou vidas,
Em troca de um barato assistencialismo.
Que começa no alento de uma urna
E termina com a esperança em um caixão.
Nem tudo que falo é verdade,
Mas nem tudo que sinto é mentira!
Nem tudo que vejo é belo
E nem tudo que ignoro é cinza!
Nem tudo que ouço é doce
E nem tudo que passa é atoa.
Certas coisas deixam um pedaço
Certos momentos deixam um rastro,
Um caminho.
Para quando olhar para trás perceber
Que existe sentimento,
Mesmo quando se parece estar
Sozinho.
Memorias de curto prazo.
Ocupam sua calçada
Sua rua, sua vida,
Escondidos pela mídia
Ignorados pelos que podem ver.
Não estão nos jornais
Em nenhum programa na tv,
Não tem dinheiro
Agua ou pão pra comer.
Mas sentem fome de tudo
Atenção, dignidade, afeto e carinho,
Excluídos por entre sombras
Vivem de sobras de um rebanho mesquinho.
Falsas ideologias postas por políticos
Abraçados por demagogias (demagogos) dilaceradas (dilacerados),
Memórias desumanas de curto prazo
Que se preocupam apenas com o futuro do umbigo.
Ame em silencio
Para não aguçar a inveja
De mal humorados,
Mas gritando por dentro!
Arda em desejo
Além de poucos pensamentos
Extrapole tal sentimento.
Faça o olhar brilhar!
O sorriso não caber no rosto!
O coração pulsar mais forte!
Escolha o amor, do que a sorte!
Escreva nas paredes de seu corpo
A intensidade do que você sente,
Por que quando todos estiverem foscos
Você estará reluzente!
Foi o café que não tomou
O sonho que não sonhou,
O beijo que não deu!
O sorriso que não apareceu
Foi a sorte que não sorriu,
A lagrima que não caiu!
O sentimento que nunca existiu
A vida que não viveu!
Muito além das entrelinhas
Existe algo dentro de você, que não percebe ou consegue ver em determinados momentos, mas que ligeiramente te conecta com o mundo, com as pessoas e objetos. Mas você sente, sabe que está lá, adormecido e pequenos olhares e gestos o fazem despertar.
Quando nos deparamos com algo que nos chama atenção, toca e nos prende de forma única, tão sutil, acabamos por descobrir pequenos tesouros e que provavelmente nenhuma outra pessoa no mundo entenderá ou dará o mesmo valor.
Pode ser em forma de uma frase, uma fotografia em preto e branco, uma caneca velha ou até mesmo um empoeirado LP, mas tão valioso quanto ouro ou diamante. O apego nos faz ter outra dimensão de valores, o que era errado se torna certo, o que é inútil acaba por ganhar nova vida.
Nossos olhos lentamente percorrem por entre pequenos objetos, apreciando, lendo e relendo suas cores, seus detalhes, passamos de simples admiradores para entendermos muito além do que se esta nas entre linhas. Começamos a compreender o sentimento que exerce sobre nós determinado nossos desejos, como se pudéssemos sentir sua energia. Quando percebemos, um acaba pertencendo ao outro, a identidade acaba por ser completa, mesmo que isso signifique ser estranho diante de outros olhos ou outras manias.
E esse visitante acaba por nos dar algo mais, diferenciando-nos uns dos outros, nos envolvendo em universo paralelo a realidade tão crua que vivemos. Começamos a sentir aromas diferentes, começamos a perceber cores que não sentíamos e há viver mundos que não imaginávamos.
O silencio
Gota a gota
Entre uma xícara e outra
De palavras solúveis.
Soltas como os pensamentos
Presas na garganta,
Pedindo liberdade
Rasgando o intimo.
Momentos que persistem
Entre olhares desviados
De certos caminhos
Imaginados.
Passos que te prendem
Suspiros que machucam
Leve toque
Que não se sente.
Entre segundos
Não vividos,
Entre destinos repartidos
Escolhas feitas pelo silencio.
Que deixam as janelas e portas
Tão seladas quanto a mente
Machucam o intimo e cegam sorrisos
Dilacerando os ouvidos.
Por mais
Que se insista
Em sentir as noites,
Como se fossem as últimas
Da sua vida.
O amanhecer sempre vem
Com suas agonias e alegrias,
Lembrando-nos que depois de uma noite
Sempre existirá um novo dia.
“Os homens
são feitos da mesma matéria,
mas não dos mesmos sonhos”.
(Rotas da liberdade - Pablo Danielli).
Domínio publico
Letras, palavras,
Pensamentos proibidos!
Diante dos olhos vendados
Chove realidade em forma de caos.
No sistema de faz de contas
Tanto o povo, quanto a estrutura,
Não conseguem esconder a rachadura.
Que existe na mente, na sociedade que finge,
Na realidade coexistente.
Quando a estrutura fracassa
Aprendemos deste o tempo de colégio, que todos participamos de uma democracia, temos hierarquias e nossos representantes são eleitos pelo voto popular. Aprendemos a respeitar leis e que de certa forma temos direitos e deveres, o que a principio no papel parece ser lindo e eficaz.
Passa o tempo e acabamos por descobrir, que é função do governo garantir bom atendimento na área de saúde, segurança para todos e educação de qualidade, inevitavelmente começamos a nos deparar com questionamentos, se é função do governo aplicar a pesada carga tributaria para o bem do povo, por que o povo não o recebe da forma correta?
Vemos com o passar das eleições que entra partido e sai partido, as ideologias nas propagandas são diferentes, mas as atitudes na realidade são as mesmas. Acusações de privatizações e corrupção.
O governo é uma estrutura que teoricamente não visa lucro, ele recolhe impostos e com estes impostos ele melhora a qualidade de vida de seu povo. Quando ele privatiza ou terceiriza um serviço, ou entrega um bem publico para ser dirigido por pessoas do núcleo privado o foco muda, passa-se a visar o lucro, pois diferente do governo empresas que assumem esse papel visam cifras e muitas vezes não o beneficio do povo.
Mas os impostos não diminuem mesmo essas estruturas estando administrados por terceiros, uma despesa a menos para o governo e uma carga tributaria a menos para o povo, um bom sonho. Mas não basta apenas demonstrar incapacidade de gerir a maquina publica, é necessário corrompe-la, desviar a verba publica.
Hoje em dia a politica é vista como uma forma de enriquecer, muitas pessoas entram nesse meio não para melhorar suas cidades e estados, mas porque sabem que os salários fora da realidade o faram mudar de patamar, ter melhor vida, já que o trabalhador comum pena com uma renda que beira o vexatório.
As manchetes de revistas e jornais são sempre as mesmas, denuncias e mais denuncias, apenas um reflexo das escolhas mal feitas e da cultura imposta no país. Mas em determinados momentos, raros momentos a estrutura racha, fica praticamente insuportável suporta-la, é quando os protestos começam a ganhar força.
Está escrito na história do mundo, grandes mudanças somente acontecem quando o povo se une por um ideal, não importa a nação, quando as pessoas chegam ao seu limite, quando elas saem do estado de letargia se dá inicio a mudanças significativas na estrutura e na cultura de um país.
Isto não é mais raro de acontecer, com o avanço da comunicação, do esclarecimento, da informação na velocidade da luz, está cada vez rápido tomar conhecimento da dilaceração que existe na politica. O que nos remete a varias perguntas como se estamos no modelo de economia certo, se estamos no modelo politico correto e se estamos no modelo de sociedade ideal.
Ter cidadania, ser justo e correto nem sempre é aceitar o que se apresenta como verdade, é questionar e buscar mais respostas, e se não encontra-las, exercer o direito legitimo de liberdade de expressão. Talvez as pessoas tenham confundido, pagar impostos, calar-se diante das indiferenças, estar confortável em seu sofá muitas vezes é estar tendo uma existência mecânica, viver muitas vezes exige riscos e sentir-se vivo é lutar pelos seus ideais, mesmo que muitas vezes sozinho.
De repente do olhar
Surgiu a duvida,
E da duvida a certeza
De que sua vida precisava mudar.
Não só de amores e estações
Mas o que possuía
No coração.
Marcas
Que pés são esses
Que deixam marcas tão profundas,
De escolhas e histórias.
Que olhos são esses
Que penetram na alma,
Mesmo quando estão fechados.
Que mão são essas
Que calejadas insistem em acariciar,
O rosto do teu amor, do teu inimigo, do teu intimo.
Que voz é essa
Que penetra e ecoa,
No vazio da alma, na mente perturbada.
Porque insistes em lutar?
Porque insistes em viver?
Porque insistes em chorar?
Não basta que teu corpo seja a prova do tempo?
Tão pouco as cicatrizes de teus erros e de teus acertos.
Que sobras desejam ter
Se somente o pó vai sobrar,
O silencio ensurdecedor
Ira dilacerar os desejos mais íntimos,
Mesmo o de vida e o que tiver em morte.
Se sobram olhares,
Faltam palavras.
Se sobram palavras,
Faltam olhares.
Só não pode, em momento algum,
Deixar de ser, todo coração!