Pablo Gabriel Ribeiro Danielli
Onde está o progresso
Quando se precisam destruir sonhos,
Para construir muros.
Onde está a bondade
Quando olhar para lado,
É melhor que ajudar.
Onde esta o sorriso
Quando o que te dão,
É motivo para chorar.
Tantos passos em vão
Tantos planos destruídos pelo suor,
Tanta pressa, tanta hora marcada!
Para no fim
Não se levar nada,
Não se orgulhar de nada.
Ser apenas mais uma lembrança
De uma vida que se viveu
Da forma errada.
Significados
Significado de Chacota
s.f. Zombaria, mofa.
Gracejos, sátiras.
Antiga canção popular; trovas burlescas.
Quando se observa os noticiários e ao folhar os jornais, casos de corrupção tomam grande parte das manchetes. Promessas de investigação, punição e mudanças tomam os rodapés juntamente com a credibilidade de nossos políticos.
Não é exagero afirmar que superficialmente o Brasil é uma nação com grande vocação para justiça, apenas esquece-se de fazê-la. Assim como se esquece de limpar a podridão existente no congresso, assim como não se lembra do povo fora da época de eleição, assim como as pessoas esquecem rapidamente os nomes das figuras envolvidas nos escândalos, que diariamente matam milhares de pessoas pelos desvios de verbas, na saúde, educação e segurança.
Estamos todos familiarizados com a corrupção, não ficamos chocados com tamanha falta de escrúpulos, o roubo de diferentes formas se tornou banal. O governo trabalha como uma maquina sem freio, anuncia corte de um lado e aumenta do outro, nunca perde. O uso de nossos impostos é mal aplicado, se gasta mais com benefícios próprios que com o investimento necessário para a população.
Somos todos reféns de nosso silencio, de nossa passividade diante das noticias que se seguem, de forma repita e acabamos por nos transformar em chacota, marionetes de poucos, que contam com a alienação de muitos. A pergunta que se segue é se a maquina não se encontra em seu limite, a engrenagem suportará o quanto mais do uso inapropriado do dinheiro e se a população já estaria em seu limite de tolerância.
Com a velocidade surpreendente e a veracidade incrível, políticos das mais variadas escalas do governo são denunciados por envolvimentos duvidosos. São acusados destituídos de seus postos e seus sucessores já assumem cargos com uma forte tendência a deixa-los da mesma forma.
Estão fazendo pouco caso da opinião publica, estão tratando as pessoas como meros espectadores de uma novela sem fim, falam com desdém de possíveis atos ilícitos, mesmo com gravações e provas contundentes. Eles riem com a certeza de que nada e absolutamente nada acontecerá com sua imagem, contando ainda com a memoria curta do povo brasileiro.
A única certeza que parece prevalecer é que ao abrir o jornal à manchete será de um politico envolvido, restando apenas saber se é vereador, deputado, senador ou ministro. As mesmas desculpas, as mesmas versões e a mesma certeza de que as pessoas logo esqueceram seus nomes, suas suspeitas e mais uma vez a certeza de impunidade no governo em qualquer escalão.
De tempos em tempos
Passam dias, anos e décadas após qualquer fato que assombre o país com tamanha irresponsabilidade e tudo que se ouve e lê são as mesmas respostas de anos e anos atrás. E aqui não se refere apenas á um item isolado, pode ser avião, boate, circo ou ônibus e até mesmo construções, o Brasil é um país de irresponsáveis e o jeitinho brasileiro mata sim pessoas. Talvez fosse o momento de abrirmos mão desta tão aclamada e difundida pratica para sermos, mais responsáveis com nossa própria família.
É necessário pararmos de adquirir vantagem a qualquer custo, sobre qualquer pessoa, para apenas ver lucros, cifras, se não o fizermos, os números que continuaremos a contar será o de corpos. O principal fato disto acontecer é que o país não é único, não caminha na mesma direção, muitas vezes vemos e lemos que as diferenças regionais, são mais importantes que o bem comum. É muito mais fácil ficarmos rindo de sotaques, costumes e tragédias que estão em outras partes, ao invés de todos exigirmos melhorias e isso é mais comum e temeroso do que possamos imaginar.
O povo tem que compreender que independente de regiões ou cidades todos fazemos parte de uma sociedade e a tragédia está esperando para acontecer em qualquer lugar, não escolhe cor ou religião. Somo sim um país mais ou menos, com pessoas mais ou menos, que se conforma com situações mais ou menos resolvidas e com políticos mais ou menos honestos. Precisamos dar um passo à frente, necessitamos nos vestir de orgulho de sermos brasileiros, de coragem, acreditar que nossas exigências, nossas atitudes contribuem para fazer do Brasil um país melhor e mais honesto.
Não se pode admitir tantos erros, tantas falhas na lei, tanta corrupção, somos uma sociedade em construção, estamos certamente entrando em outro patamar e por isso não podemos mais aceitar tamanha irresponsabilidade de nossa parte e de nossos governantes.
Há esperança existe, nas pessoas e no amanhã melhor e em meio a tantas lagrimas que se derramam a cada nova tragédia que choca, nasce com elas uma forte corrente de humanidade, ainda temos por direito, nos sentirmos humano em um mundo que aos poucos se torna tão frio e mecânico.
O amanhã é uma incerteza, não sabemos se tudo será realmente melhorado, se novas tragédias serão evitadas, mas quando nos unimos para fazermos o melhor, para exigirmos uma país melhor, esta certeza se torna por certos momentos, um pouco menos obscura.
Sangria
Portas e janelas sem paisagens, lâmpadas sem brilho, algo na solidão á seduz. Não há mistério que seja tão grande quanto o seu ego. Passam lentamente as horas, passam lentamente os pensamentos e nada além de paredes cheias de palavras sem sentido, riscadas em algum momento ou por meio de um possível suspiro.
O frio parece aconchegante, o chão parece confortável, seus dedos dilacerados pelas verdades, não apresentam qualquer saída. Seu corpo treme, seu gemido é apenas de dor, algo invisível á todos, tortura deliberadamente seu sentimento.
Um ou dois gritos que como laminas afiadas, rasgam o vazio. Libertando-a de forma inútil da prisão que se tornou seu próprio corpo. Sua imagem se debate entre as paredes, deixando seus olhos marejados de aflição, algo além de sua própria vontade deseja explodir dentro de si.
Todos estão fora de controle, seus pensamentos, seus desejos, suas lagrimas, seus sorrisos, suas dores e seus dentes. No universo limitado de seu corpo, aos poucos não sobram caminhos inteiros para seguir.
Recai sobre si o peso da duvida, exala em seus poros o medo. Lentamente consumindo-a por desejos tão pesados que as sobras não serviriam de banquete aos urubus. Não se houve mais o irritante ponteiro das horas, que a cada volta lhe lembrava o que almejava esquecer, destruir.
Não restam forças, não lhe deixaram sonhos possíveis, seus joelhos por hora castigados, não conseguem levantar. Tudo aos poucos some, em seu olhar se perde qualquer linha que á trate como ser humano, que seja um guia, um horizonte. Saídas possíveis se tornaram pesadelos distantes, lentamente se torna invisível, á única sensação que agora sente é de seu próprio sangue. Forjando sua cama, seu ultimo descanso.
Aroma da realidade
E assim sem mais, pouco a pouco as gotas marcavam o chão de madeira velha, um barulho quase tão sutil quanto de uma folha caindo ao pé da mesa enferrujado. Gotas de um vermelho encantador, com o reflexo da luz tornando-as hora como um vinho, hora vivas como o sangue, destoavam de todo o silêncio contido no tempo.
Tempo este tão vazio quanto às lembranças, quanto às ideias, tanto quanto a falta de planos, como os corpos ali presentes e apenas presentes, seguindo suas sinas. Sem sombras, sem reflexos, sem espelhos, apenas portas e pequenas janelas, sem deixar espaço para sonhos, tão pouco espaço para esperanças, apenas sobreviver, destoados de toda a realidade, que volta e meia, retorna para lhes assombrar.
As palavras distantes, não se faziam necessárias diante de tantos murmúrios, explicar já não estava presente em suas necessidades como pessoa, tão pouco o que restava de sua dignidade, estava ausente assim como sua alegria.
Os meses passam, fevereiro, março, maio, agosto, da vida, das sobras, da esperança em Deus, dor lentamente assimilada pelo seu olhar, em partes tristes e em certas horas vazio. Apenas mais um momento congelado, destoado, ignorado, inexistente para outros tantos, apenas mais uma lagrima que dificilmente faria brotar algo novo e quem sabe se possível e permitido, apenas mais um instante de dor.
Meia hora, uma ou duas passadas na eternidade dos segundos, quem saberia dizer, indiferente para quem não vive, apenas sobrevive. Apenas deixando as paredes ásperas de tristes histórias, olhos fixos no vazio, sentir o aroma espalhado pelo lugar, mistura do pouco que se tem com os sonhos que nunca realizará. Um adeus, um até logo, calçar os sapatos, deixar de lado por momentos a miséria e ir trabalhar.
Solos de alegria
São tantas palavras, são tantas informações, um espaço de tempo muito curto, para assimilar tudo e inevitavelmente nos encontramos em meio a um furacão de decisões para serem tomadas.
Em questão de momentos, instantes, precisamos dizer sim ou não, tomar lado defender ideias que chegamos a ficar sem saber o que fazer. Trocamos prioridades, invertemos valores e aos poucos vamos perdendo nossa humanidade ou o pouco que resta, muitas vezes em pró de algo que pouco vamos aproveitar.
É possível afirmar que mesmo diante de tanta tecnologia, com tanta informação e praticidade em nossas mãos, em muitos momentos nos encontramos perdidos e afoitos. De tanto ouvir dizer o que queremos, esquecemo-nos de ouvir a nós mesmos, para saber o que realmente é bom, a culpa não é inteiramente de influencias externas, de terceiros, mas um pouco nossa, por não saber em alguns momentos filtrar essa onda que nos tomba com tantas distrações.
Assim acabamos criando falsas expectativas, sonhos fúteis e desejos ordinários. È tão grande o tamanho de nosso consumismo, que nossos olhos acabam cegos, para o que realmente nos faz feliz, nossa preocupação em registrar tudo é tão grande que essa sede em mostrar para os outros o que fazemos, não nos deixa usufruir do momento que vivemos.
Assim nossa felicidade verdadeira acaba aos poucos se distanciando, vivemos pequenos momentos de alegria passageira, logo esquecida e devidamente documentada. Acabamos vivendo um circulo vicioso da “indústria da felicidade”, aonde para você ser feliz é necessário comprar, gastar e possuir, não sendo apenas necessário aproveitar o momento ou as pessoas que nos cercam, acabamos transformando em mercadoria o sentimento puro, tal e qual seria necessário apenas ir a uma prateleira de loja e compra-lo.
Uma dose de lagrimas, por favor! Mas de alegrias, sim! Um pacote de romantismo, e assim por diante, mas infelizmente ou felizmente não somos assim, ainda não conseguimos nos transformar em algo tão asqueroso a ponto de negociar sentimentos, mas talvez estejamos chegando muito próximos dessa realidade.
Mas que rumo tomar, quando ser contra é querer regredir, quando o desejo de algo real é considerado por muitos uma fraqueza e ter um sorriso verdadeiro é considerado uma afronta. Devemos cada um escolher o verdadeiro desejo que temos, refletir, sem se importar e querer mostrar para todos que essa reflexão é sobre você, não sendo necessário colocar em todos os lugares para aparecer. Não é uma questão apenas pessoal, mas é sobre a vida de uma forma mais ampla e abrangente, é o que esperamos e cultivamos para os próximos momentos, pois se continuar assim, provavelmente começará a comprar cd, com pequenos momentos e sentimentos para ser ouvido, pois não seremos capazes de viver algo verdadeiro, o que é triste, embora muito próximo de se realizar.
Sobras da natureza humana
Somos escravos justos de nossos desejos e crenças, transformando a figura homem em algo absolutamente banal. Que por si só, nosso reflexo em um espelho nada tem a ver com a verdade, é capaz apenas de nos mostrar a nossa desmedida vaidade.
Um homem totalmente sem compreensão do ser, capacitado apenas para pensar no agora, no ter e no poder, exaltando apenas o material, fingindo buscar acomodar seu ego inflamado em pequenos gestos de bondade, no qual falsamente tenta lapidar sua face de benevolente.
Somos nada mais que pequenos pedaços de carne apodrecendo por tamanha luxúria que nos cerca os olhares, o cheiro que exala de cada um de nós, é a culpa, da qual não conseguimos escapar. Pois por mais que sejamos indiferentes a nossa verdadeira natureza, alguns poucos, mesmo sem perceber, carregam o fardo do conhecimento.
Somos capazes de baixar a cabeça para algo que imaginamos superior, mas somos incapazes, de aceitarmos nossas fraquezas, nossos erros diante de um semelhante, apenas movidos pelo medo, pela total duvida do que virá, pelo medo da escuridão. A ameaça de nos tornamos inválidos e fracos diante de outros é o que nos faz ser perigosos e indiferentes para nós mesmos e para a própria natureza, somos como qualquer outro animal, quando acuados, nós agredimos.
Matamos aos poucos nossa forma comum de pensar, há linha de vida pré-planejada, meticulosamente feita por nossos pais, os pais de nossos pais e os pais de vossos avós, o ciclo básico da vida, nascer, aprender, procriar e a morte. Um fluxo natural, simples sem principio heroico nenhum, afundado na repetição dos dias, asfixiando e transformando lentamente o instinto do saber.
Assim desta forma, o homem contemporâneo se torna um rabisco do que foi seu passado e uma chacota do que poderá vir há ser seu futuro, criando teorias infindáveis para acomodar seu temor, o seu não domínio sobre a própria vida, de compor-se como uma pequena parte de um gigantesco mosaico, no qual apenas é parte complementar e não essencial do seu próprio ser. Terá assim que cortar da própria alma para se libertar, admitir sua total incapacidade sobre a linha da vida, e buscar o conhecimento pleno, longe dos demais, que se encontram abitolados, no comodismo reconfortante dos seus dias. Este homem, não poderá temer a solidão e tão pouco ser chamado de louco, a liberdade requer sacrifícios.
A pedra que caiu do céu
Às vezes quando não se tem nada é preciso arriscar tudo para poder ganhar, mesmo que pouco, mesmo que migalhas, pois quando as mãos estão vazias, o vento não pode ser o único peso para carregar. Muitas vezes é preciso desprender-se de tudo que é supérfluo mesmo que isso signifique ficar nu, não de roupas, mas de pensamentos, orgulho, amor e ódio.
Nem todas as nossas certezas, adquiridas através dos intermináveis dias, na rotina dos anos, na repetição de erros, nem elas, nem ao menos estas poucas são o suficiente para nos tirar do ostracismo mental, acabamos sendo pegos de surpresa com o tamanho da nossa alienação, e ficamos ainda mais espantados ao descobrirmos que a maioria gosta de estar desta forma.
Existe uma fábula quase arcaica, que se chamava a pedra que caiu do céu, aonde se mostra toda a alienação de uma sociedade, quase que primitiva pelo seu pensar. O lugar era tomado pelo nepotismo, o poder estava corrompido, existiam muitas falhas na cidade e a população era controlada por banalidades midiáticas.
Tudo absolutamente tudo era de uma organização caótica, assim todos viviam, pois era instaurada tal ordem. Dizem que certa noite, um motorista ao voltar do trabalho foi pego de surpresa, um forte barulho no capo do seu carro e tudo parou de funcionar. Saiu assustado e se deparou com uma grande pedra, aonde a fumaça saia indicando que ela vinha do céu!
Pronto, foi o suficiente para uma histeria a nível global, mídia, políticos população, uma alvoroço sem precedentes, todos questionando e produzindo teorias absurdas sobre tal fenômeno. Foram semanas e meses em cima do assunto, enquanto os problemas da sociedade só pioravam, enquanto a população era definitivamente afundada em mais e mais distrações.
Até que em um determinado momento, alguém questionou, porque tanto alvoroço em torno de uma pedra? Porque tanta importância em algo que não nos revelara nada? E assim com a primeira pergunta outros foram tomados pela duvida! Vendo que o foco das atenções estava sendo mudado, quem se viu ameaçado tento colocar outra forma de chamar atenção, novas banalidades, mas o caminho estava feito, não havia mais volta e vendo isto tentaram comprar o silêncio e vendo que a voz já estava livre nos becos da cidade tentaram repreender e por fim prender.
A pedra inicialmente foi instrumento de distração na mão de quem manipula, algumas pessoas percebendo seu formato, usou-a para instrumento de libertação, tão antigo quanto a terra, tão necessário quanto o ar. A pedra com sua forma defeituosa, feia, sem graça, sem cor, sem voz, assim como a pessoa que a observou, ao abrir os olhos, se tornou forte, belo e indispensável.
Esta fábula representa bem a nossa sociedade hoje, somos alienados, somos dispersos e estamos sendo manipulados, a nossa pedra é justamente os programas vazios, o circo armado em torno de coisas pífias. Precisamos nos despir das certezas impostas e do ciclo vicioso do poder. É necessário domarmos a pedra, aprender a usa-la e com isso mudar a sociedade.
A culpa é de Darwin
Caro leitor, andei pensando muito ao ver as ultimas noticias imparciais (parcial), dos telejornais neste nobre país. São tantas coisas acontecendo, caos na educação, saúde publica, segurança e política, que refleti comigo mesmo, que o meu desejo era voltar no tempo! Sim, voltar no tempo, mas não para avisar as pessoas de como esta ruim, pois não adiantaria, não para sugerir soluções ou mostrar o caminho das coisas, pois de nada adiantaria.
O meu motivo para voltar no tempo e muitos e muitos anos atrás, seria para cometer um crime, sim, mas não se espantem, seria para o bem de todos os brasileiros, pois pensando muito sobre o que acontece no país hoje, eu mataria o Darwin, aquele da teoria da evolução, de se adaptar para sobreviver, evoluir, sei que surgem duvidas sobre isso e até certo espanto ao correr os olhos por estas linhas mal escritas.
Cheguei à conclusão de que o brasileiro é fã de Darwin, que os políticos leram e releram sua grande obra e se assim não fizeram, assimilaram suas palavras de forma inconsciente, pois para onde olhamos vemos sinais de que as pessoas desde belo país aplicam teoria tão antiga quanto nossos governantes.
Durante toda a história deste país, a população de uma forma geral se adapta as circunstancias, arrumando novas formas de conviver com a sociedade, planejando e articulando para sempre tirar vantagem. Em uma comparação grotesca, Darwin esta para políticos, malandros e corruptos, assim como Deus está para os religiosos, é uma divindade, suas palavras são seguidas e difundidas e não há perspectiva de mudanças no horizonte.
Vemos promessas, vemos acusações e vemos aperto de mãos como se tudo fosse natural, igual e banal, estamos tão acostumados com esse jogo de interesses e falta de escrúpulo que achamos tudo muito natural, não nos assustamos e nem nos indignamos mais, talvez todos sem saber aderimos a sua teoria.
Bem, talvez para não ser tão radical, nem ser acusado de assassinato de uma das figuras mais importantes da história, levaria comigo nesta viagem do tempo, jornais, revistas e demais adereços para mostrar para tal criador, que os brasileiros destorceram tal teoria. Quem sabe ao divulga-la, ele escreveria uma nota de observação ao final da sua teoria da evolução, exceto para os brasileiros, políticos, malandros e afins.
Liberdade, um ato falho!
Existe uma corrente ilusória no Brasil de que somos livres, ora veja só, a maior carga tributaria do mundo, governo tendencioso, censura nos meios de comunicação, divisão social, preconceito dos mais variados tipos, um país de falsas ideologias que prega uma falsa moral, aonde quem acredita estar tudo bem, está acima do poder e do bem e do mal.
Trata-se a liberdade neste lugar como mercadoria, podendo ser barata ou cara, tudo dependendo do grau que você deseja, pagando você tem o direito de ir e vir, pois nem livremente podemos mais ir e vir, se não tiver para o pedágio não se vai mais adiante, irônico não? Estamos amarrados aos desejos capitalistas, ao consumismo banal que apenas serve para escalada social, sem ao menos se importar com as outras pessoas, somos seres completamente individualistas.
A liberdade é um ato falho do ser humano, um ato falho dos governos, uma ideia vendida para se esconder uma realidade de regras absurdas, muitas vezes sem pé nem cabeça, mas somos dependentes dessas regras, por não sabermos viver socialmente com os demais, somos animais com carapuças de ser humano, o instinto egocêntrico é nossa maior forma de prisão. Estamos presos aos nossos desejos, abdicamos de nossos sonhos, para compor uma imagem perfeita de pessoa, família, carreira.
Uma sociedade que procura cada vez menos se libertar, aceita pacificamente escândalos, que não luta, por estar confortável em seu manto de desejos realizáveis. A moral é apenas uma questão de quem está ou não olhando, ou dependendo da vantagem a ser tirada no futuro próximo. As bandeiras que deveríamos carregar não são as dos times de futebol, deveriam ser de protestos e reivindicações por uma sociedade livre de corruptos, livre para pensar, expressar, livre do orgulho desmedido.
Não é fácil abrir mão do conforto que podemos comprar, pode ser doloroso o processo de igualdade para todos, o tempo para isso acontecer pode ser além do que pensamos, mas é uma dor necessária, é um tempo que precisa acontecer, é uma visão que todos deveríamos ter e que lindo seria se fosse possível acontecer.
Prazo de validade
A corrupção não começa no planalto como todos pensam, ela inicia quando furamos as filas, quando tiramos vantagem em determinadas situações, em um troco errado, em uma agressão verbal ou física, os políticos são apenas o resultado final do que é o povo brasileiro.
A honestidade no Brasil tem prazo de validade, tem hora, tem momento e lugar para acabar, tudo que se precisa é o argumento certo, somos todos corruptos em um país de honestos, esperando o momento de julgar e a hora exata para se inocentar. E se não estiver em nosso raio de impacto, ignoramos, fingimos não ver, preferimos protelar ao se envolver.
Em uma sociedade que considera normal fugir de bandido, morrer em corredores de hospital, se sentir o rei no transito, corrupção é apenas um tempero tipicamente brasileiro na feijoada de janeiro a janeiro. Somos feitos de palhaços, e assim o gostamos de ser, programas ridículos na televisão, agressões aos nossos ouvidos nas rádios, e a verdade escondida, coagida em meio a tanta falsidade, falsa ideologia vendida em potes coloridos, para ser consumido quando achamos que devemos ter consciência do que acontece ao nosso redor.
E assim as capas de revistas apenas estampam nossa ignorância, nossa extrema preguiça de se informar, é difícil mudar, é difícil se adaptar, mas antes sofrer e fazer acontecer, do que deixar ao tempo e morrer. A conclusão que se chega é que o brasileiro não faz por merecer, pois isso tudo é tão normal, tudo é tão banal que impostos são apenas mais alguma coisa para assunto de filas, de mercados, de bancos e hospital.
Inversão de valores e valores perdidos, partidos ao meio, como a maioria de nossos lares, palavras jogadas como folhas ao vento, que se espalham e sujam, a calçada e quem sabe nossas memórias. Somos em nossa essência o mais primitivo dos animais, somos em nossas atitudes e pensamentos o mais ignorante deles, e não vamos pensar que logo tudo irá mudar, porque somos individualistas e simplesmente o futuro dessa forma, não há menor possibilidade de acontecer. Mas se tudo der certo o “jeitinho brasileiro” vai prevalecer.
Flutuar
Olho para o céu agora e me pergunto, se tem cabimento não enxergar teus olhos nas estrelas? Questiono-me que pecado sem fim algum homem tem que ter cometido para ser privado de tuas lembranças, que um dia já foram tão presentes em minha vida.
Aos poucos vai se caminhando e por entre tantos passos perdidos, um tropeço sempre é aceitável, embora por vezes seja na própria sombra e dela tente fugir por achar sua insistente teimosia uma grande contradição.
O ar quase sempre pesado e frio dificulta o plainar de minha imaginação, não me permitindo sonhar com o teu iluminar, fazendo meus pés criarem raízes que tentam se ramificar em um solo seco e sem vida.
Assim o cheiro da agua me apetece, quase um afrodisíaco em meio à solidão de uma selva de pedra, tuas lagrimas que um dia derramaste por falsos motivos, hoje seriam sobrevida para a falta da minha.
E em dias e noites assim, o convite para ousadia é cada vez mais real, ultrapassar os limites do corpo, por em justa prova à própria vida. Para se sentir alguma coisa além do que falam em poesias, para preencher o vazio que tem o significado da palavra nada.
Mais um momento passa, mais um fechar de olhos, mais segundos que juram passar lentamente, torturando o relógio em um canto da parede. E tantas paredes vazias, sem lembranças penduradas, mais um dia que nasce, outra noite que vem, rotina, vazio, vontades que surgem do nada, eu aqui e você como um pássaro livre, seguindo seu caminho com o flutuar das asas.
Sejamos todos evolução
Não podemos desprezar a força das ideias, não podemos desprezar a força de um povo, não se pode negar o direito de sonhar das pessoas. De tempos em tempos, vivemos momentos de pacificação e de revoluções no mundo, mas o mais importante é que a história nos mostra que é necessário para a evolução das pessoas e de um país. No Brasil não é diferente, somos um país jovem, considerado um adolescente se comparado há países europeus, por isso não seria justo comparar tais lugares, pois ainda devemos passar por muita coisa para nos considerarmos um gigante amadurecido.
Temos algumas cidades com quinhentos outras com trezentos, poucas com cem, e muitas, mas muitas com menos de cem anos ou talvez metade disso. Por isso comparações com cidades milenares é absurda, mas é feita devida a evolução que atingimos e a velocidade com que as informações chegam até nós. Mas a evolução das cidades não se dá apenas pela sua estrutura, seu desenvolvimento industrial, mas sim pela evolução mental da sua população, pela liberdade de pensamento e de expressão nela contida. Antes de criticarmos a cidade devemos criticar a nossa “própria” estrutura.
Um povo deve ser medido pela sua cultura e não pelo tamanho de seus prédios, devemos sempre nos perguntar o que fazer para melhorarmos, nesse exato momento convido a se perguntar, quantos eventos culturais existem na sua cidade, quais são o apoio, os projetos nesta área, teatro, musica, feira do livro, artes plásticas em geral, ou nada vem sendo feito. Pergunto em quantas destas atividades você como pessoa esta envolvida?
A resposta creio, que seja a mesma de todas as pessoas, não temos tempo, preciso pagar as contas, tem que se correr atrás do dinheiro, então como criticar quem está no poder e nada faz, se nós como pessoas não fazemos por merecer?
Criticamos governantes por fazerem pouco caso da educação, da saúde, da segurança, da cultura, mas analisando de uma forma coerente, também não fazemos o mesmo ao não nos envolvermos, ao escolher apenas assistir o que acontece no país? Que direito temos de exigir quando não exigimos de nós mesmos, talvez todos e não somente os políticos, devessem dar um passo a mais para a evolução do país, a revolução da cultura, da educação, uma onda arrasadora que nos lava-se de toda hipocrisia e fizesse com que fossemos visto com outros olhos perante o mundo.
Mas para isso acontecer é necessário mais que uma ideia, mais que uma conversa de bar, uma corrente na internet, é necessário agir, sair da inércia e se levantar, fazer com que as vozes sejam o martelo que derruba os pilares corroídos de uma sociedade. E que sejam as mesmas vozes que ajudem a construir bases sólidas, abrindo uma nova perspectiva de sociedade, que se importe, evoluída intelectualmente, não dependente de opiniões obscuras e de interesses.
Pode ser um processo doloroso, que leve tempo para se tornar real, mas tem que ser feito, devemos todos estar cientes desta transição, pois se hoje respiramos a poluição de fabricas e palavras, também temos o direito de respirar a esperança e a cultura de uma nação.
Sejamos todos a mudança, a diferença e a esperança que tanto almejamos, e tudo será tão natural que não seremos lembrados por uma ou duas coisas, mas sim por ser um país multicultural.
Aonde esta nosso Jiminy Cricket?
O Brasil é um país de conto de fadas, absolutamente irreal e fantasioso, aonde todos vivem em um eterno faz de contas. Aonde a televisão faz de conta que passa alguma coisa útil, aonde as pessoas fazem de conta que se importa com alguma coisa e aonde os políticos fazem de conta que falam e se importam com a verdade.
Mas se fosse para adaptar esta realidade brasileira há alguma história, provavelmente seria sobre um certo Pinóquio, aonde ele sendo um projeto de gente para suprir as necessidades e solidão de um velho, foi criado. E como em um passe de magicas, ganhou vida, uma consciência com o nome de Jiminy Cricket, popular grilo falante, sim para os que não sabiam, era inicialmente apenas um eufemismo para a expressão Jesus Cristo! Uma certa ironia da pessoa que concebeu o desenho, em colocar o nome da consciência, a pessoa que veio ao mundo para moralizar nossa já antiga e ultrapassada falta de caráter.
Mas até mesmo nesse ponto não podemos deixar de fazer comparações, tanto a população de forma geral quanto os políticos, tem um pouco de Pinóquio, nascemos muitas vezes ao acaso, assim como o personagem e descobrimos que pequenas mentiras teoricamente podem não fazer “mal”. Assim como os políticos que na sua maioria surgem sem saber de onde, e ao assumir o governo descobrem que “pequenas” mentiras nunca serão descobertas, com a diferença de que seus narizes não irão crescer.
Ai está, posta na mesa as cartas e os personagens, inevitavelmente temos que nos perguntar, onde está nosso Jiminy? A onde está nossa baleia? O quão sozinho e egoísta podemos ser aponto de incorporamos um Gepeto? Assim como os personagens, vivemos em uma época individualista, com certa melancolia e muitas mentiras, jogo de interesses, apenas visando o próprio interesse.
A diferença básica é que o conto Pinóquio, é apenas um conto, que quando criado já envolvia certos valores, há muitos e muitos anos atrás, o que é preocupante é que tais valores depois de tanto tempo passado, continuam a faltar. Precisamos nos envolver mais, pois assim como os vilões da história, temos os nossos em sua grande maioria no planalto, fantasiando nossas cabeças com falsas ironias, e nos perguntamos, aonde esta nossa consciência, nosso Jiminy, nosso grilo falante, para fazermos o que é correto, para não deixarmos simplesmente tudo como está, pois embora o conto do livro tenha um final, nossas vidas são reais e continuam.
A identidade de um país
O Brasil é um país defasado culturalmente, vivemos apenas de passado, um breve passado, nos dias atuais somos um aglomerado sem qualquer expressão artística. Um país com tais dimensões e com tantas pessoas deveria não ser apenas o celeiro de alimentos do mundo, mas ser também um armazém de ideias para todos, deveríamos respirar arte e cultura, as ruas deveriam estar cheias de manifestações e pessoas mostrando seus talentos.
Embora tenhamos alguns artistas de destaque e quando falo isso não me refiro na musica, o que falta é reconhecer e lapidar novos talentos e isto nos leva ao ensino, que não por culpa dos professores que lá estão, operando diariamente pequenos milagres com o pouco que tem em mão. Sim, pela falta de estrutura de nossas escolas, pela falta de investimento real na educação, deveríamos ter adotado o ensino integral, dois turnos, não apenas de aulas básicas, mas inserir além do conteúdo programado, aulas de artes, filosofia, sociologia, entre outras tantas atividades culturais e esportivas para moldar o caráter dos alunos, preparar para a vida, torna-los melhores cidadãos.
O dever de um governante é lutar para que o povo que o elegeu seja livre para pensar, agir e falar, não ficar dependente de uma ou duas pessoas, deve desenvolver seres pensantes e pedantes. Mas embora sejam apresentados teorias e argumentos para tais fatos, tudo passa pela escola, do ensino fundamental ao superior, devemos pensar na educação não como algo altamente lucrável,mas como uma oportunidade de criar novos talentos, moldar uma identidade forte para o Brasil.
E todo esse descaso reflete no nosso presente, e vai interferir no nosso futuro, não se pode se surpreender o sucesso de produtos considerados absolutamente banais, pois está se criando uma sociedade extremamente banal, na forma de agir, pensar e falar.
Coloco em desafio para a mente, de uma forma rápida, buscar na memória quantos artistas plásticos, pintores, escritores, coreógrafos entre tantas outras formas de arte, cultura podemos nos lembrar de prontamente, não me refiro aos consagrados de décadas atrás, mas os dos dias de hoje.
Somos uma nação sem cultura, somos pessoas programadas para não desenvolver pensamentos e não procurar se envolver com tais formas inteligentes de vida. Os poucos que se destacam nos dias de hoje, deveriam ser proclamados heróis da resistência, pois viver da arte nos dias de hoje ao menos nesse país chamado Brasil é um ato de bravura, de esperança e dedicação. Embora nossos governantes teimem em dizer que não.
A duvida que existe
Sempre existe a duvida, questionamentos sobre ser ou não ser, o que é ser ético, correto, justo. Mas como definir tais parâmetros diante de tantas mudanças, diante de tantas opiniões diferentes, a vida geralmente tratada como um mero jogo de interesses, públicos ou privados, aonde somente existem dois tipos de pessoas, as que ganham e as que perdem.
Somos meramente frutos daquilo que consumimos, fato mais do que comprovado, não temos o direito de julgar, pedir ou exigir de alguém algo com o qual provavelmente não esta adaptada ou acostumada a fazer. A sociedade usa quase sempre da hipocrisia para demonstrar seus valores, quase sempre não éticos, pendendo para qualquer lado, ou geralmente o de maior poder.
Todos são na verdade pequenas peças em um gigante tabuleiro, um jogo de xadrez jogado de forma intocável, por grandes corporações, mídias que tentam moldar opiniões e governos que jogam de acordo com seu interesse partidário. Muitos peões para poder sacrificar, com discussões vazias, distrações, enquanto a verdadeira maquina se movimenta de forma voraz, aniquilando sonhos, flores e poesias, dilacerando esperanças com o descaso social, criando uma divisão hierárquica praticamente inigualável, fruto da obsoleta mente da grande população.
Estamos vivendo tempos difíceis, aonde pensar e agir, é tão raro quanto uma espécie em extinção, se bem que ao pensar desta forma o ser humano é uma raça que está prestes há não existir mais, apenas coexistir. Porque seremos tantos recebendo ordens de tão poucos, que o futuro nada de interessante nos reserva.
O que promete vir no horizonte são apenas nuvens pesadas, distante de um mundo colorido que sempre se sonha, pois estamos acomodados em nossos sofás adquirindo mais e mais informação desnecessária, deveríamos como solução emergencial, criar um fundo para pagar as pessoas para pensar, um bolsa “mental”. Para quem sabe assim atrair as pessoas para a liberdade de expressão, de criação, a liberdade cultural, poder agir por si mesmo e analisar e lutar pelo que é certo e não simplesmente aceitar verdades impostas.
Se não for esse o caminho certo a percorrer, indiquem um novo, se a porta que adentramos nos levou para o nada, talvez devêssemos derrubar algumas paredes, pois estamos chegando ao exato momento, que se não agirmos, estaremos assinando nossa sentença de escravidão mental, absoluta e irreversível. E que os macacos tenham pena de nós, porque ninguém mais terá.
Brasil o país do faz de conta
Existem poucas coisas que o brasileiro se importa, e muitas com as quais ele não faz questão de lembrar, educação, saúde e segurança são assuntos que não passam pela cabeça de 80% das pessoas, isso para não ser exagerado. Politica 90%, talvez mais, mas o fato preponderante é que o país é um conto de fadas, aonde o futebol é nosso príncipe encantado e a copa vem nos salvar de todos os problemas e vilões que até hoje atormentam o belo e indefesso povo brasileiro.
Mas a princesa indefesa não esta ajudando seu príncipe encantado a lhe salvar, pois tamanha é a paixão pelo futebol, que este amor acabou deixando cego das verdadeiras razões que levam para os caminhos tortuosos da vida. O Brasil é uma princesa assanhada que na verdade testa os limites da FIFA, testas o bom senso com as obras publicas, e gasta dinheiro para se embelezar para o resto do reino.
Mas o conto de fadas da vida real é um pouco mais complicado que isso, o príncipe cansou da enrolação da mocinha, pois se a única paixão do país é o futebol e até nisso damos aulas de incompetência o que dirá o restante dos outros reinos? Que lógico, a relação está em crise e não haverá casamento, pois ninguém quer um parceiro que não saiba fazer o mínimo que lhe é devido.
O Brasil é um país que somente se importa se falam bem de sua imagem, é uma princesa que vive de fofocas, não de responsabilidades, o governo não gosta de assumi-las, dá muito trabalho ser justo, correto e incorruptível, e nesse empurra de responsabilidades para saber quem deve cuidar dos serviços do castelo, o príncipe no cavalo branco da sintomas de que se arrependeu e quer o divorcio.
Assim a copa corre o risco de ser um fiasco não só parcial, mas total, sem obras de essenciais para as cidades, sem cuidar da população, logo chegam as más línguas as bruxas malvadas e as fofoqueiras de plantão (Ricardo Teixeira, Jérôme Valcke), largando “injurias” aos ventos para abalar este “nobre” casamento. Conta à história que quando a sua realeza está em crise, o reino está por uma rebelião, no caso deste reino, resta saber se ela será pelo seu povo ou a mando de outros, já que o príncipe se cansou da princesa gastadeira.
Dias de tempestade
O que realmente é real, que instante vivido, sentido, pode ser confundido com sonho, com verdades ou meias verdades. A mente nos prega peças ou são nossas atitudes que pregam peças em nossas mentes.
A loucura seria apenas um ponto de fuga para algo que não existe ou seria justamente o contrario, seriamos capazes de acreditar em palavras de algo que nunca existiu, ou sempre temos o palpável como única condição de crenças e costumes.
Descobrir a roda todos os dias, ser capaz de se reinventarmos a todo segundo, tocar o invisível aos olhos, inverter a ordem do normal, colocar o certo e o errado, o bom e o ruim em confronto passivo, seriamos capazes de suportar ou lidar com os fatos ou a falta deles?
As tempestades que nos assombram, fazem nosso intimo estar em um permanente navegar por águas bravas, por vezes o detalhe que deixamos passar, é justamente o detalhe que nos faz falta para resolvermos em que tipo de mundo estamos vivendo.
Todos temos medos, todos temos temores, não do escuro, ou de algo que nos foi dito na infância, mas sim de falhar, do silencio empregado em meias frases mal faladas, escritas ou ouvidas, temor de ser visto como fracasso, por uma sociedade que na maioria das vezes, se quer sabe da sua existência.
Então em que mundo realmente vivemos, que luta sem fim queremos ganhar, estamos a viver em um mundo real, ou apenas é uma peça pregada pela nossa mente, para disfarçar a loucura existente nem cada um de nós. Para onde correr, procurar abrigo, quando a tempestade é justamente dentro de nós.
Ditando modas e tendências
E as vitimas da fome daqui? O país caminha para um lado sombrio, aonde o povo é achincalhado por políticos sem escrúpulos e sem o menor senso de ética possível. Quantas vezes pela manhã ao abrir o jornal nos deparamos com noticias estapafúrdias sobre nosso “nobre e rico país”, tais como políticos casados, compra de votos, corrupção, corrupção e mais corrupção, mas não caros leitores, isto para os políticos não é o suficiente, tem que se fazer mais para prejudicar o povo brasileiro, tem que se afrontar ainda mais o bom senso, da parte de quem esta no comando tem que ter o sarro, o tapa na cara do povo.
Não é novidade para ninguém o total desleixo com os famigerados no Brasil, a população não tem saúde, não tem emprego, e não tem estudo, mas tem bolsa isso ou bolsa aquilo, funciona mais ou menos assim, eu pago e você fica quietinho no seu canto, e nas eleições ainda me da uma forcinha! Mas ainda assim eles ousam em nos desafiar, em ver até aonde vai essa vontade do povo brasileiro em vegetar em frente há um aparelho de televisão, apenas vendo, ouvindo e dizendo: Meu deus! Mais uma vez! Ou simplesmente, não tem jeito, esta tudo perdido.
Sim é isto mesmo, estamos passivos com a corrupção, fazemos parte dela, pois sabemos da sua existência e não tomamos qualquer atitude, somos corruptos tanto quanto nossos governantes, mas a moda dos nossos amáveis comandantes agora é outra, porque estão fazendo da política uma passarela, sempre lançando “tendências”, e a nova estação apresenta a onda de caridade para outros países, tão ou mais corruptos que o nosso. Agora viramos um país “santo”, que ajuda os pobres coitados famigerados de outros países, simples assim.
Nosso querido presidente com sua visão utópica, por ser visto como um bem feitor pelo mundo, agora doa milhões, para nossos vizinhos, para quem não é nosso vizinho, ou para quem apenas se diz “amigo”, é incrível como descobriram a vocação da bondade no Brasil, somos uma espécie de banco amigo, que empresta e dá, sem esperar receber nada de volta, mas peça para um cidadão brasileiro ir até um banco e pedir dinheiro, volta para casa em uma camisa de força, dado como louco, este é o senso de justiça dos nossos governantes.
Mas o Brasil hoje de acordo com nossos governantes é um país de primeiro mundo, não muito melhor que isto, pois países do primeiro mundo não fazem doações da forma que o nosso amável país faz, com toda a certeza deve haver muita gente rindo do povo brasileiro, pois ao invés de cuidar dos nossos problemas, convenhamos que são muitos, nossos políticos preferem cuidar de outro país, bom, esta deve ser mais uma tendência da estação, mais uma moda, para ser desfilada na passarela da impunidade, desigualdade e corrupção no nosso bondoso Brasil.
O preço da vaidade
Quando o corpo perece, aos caprichos da vida, morre um pouco de nossa sensatez. Não por mera coincidência nos custamos a nos entregar aos pecados da carne, pois sabemos que uma vez provado deste delicioso mal, os nossos corpos podem pedir mais, então seria tarde de mais para recuperar a pureza pela qual nossas almas são feitas.
Está em todos os lugares, em um olhar, no dizer malicioso de um bom dia, ou apenas em uma imaginação fixa de cobiça, pela linda menina que passa sem lhe perceber. Difícil talvez seja perceber, mas convenhamos ser muito fácil de se entregar, não é pura demagogia dizer que fomos feitos para o pecado, mas é tolice dizer que podemos resistir a todas as tentações que são postas em nossas mesas.
Um homem ama uma mulher, até então tudo normal, flores, poesias e carinhos no dia a dia, tudo certo, tudo legal, se não fosse o desejo carnal, o desejo de controle e sedução, de fazer coisas inimagináveis com quem esta ao seu lado, como quem tira as pétalas de uma flor uma a uma, sem lhe sobrar beleza para observar, sem restar o que apreciar, então parte para novas conquistas.
Assim tem inicio o jogo da vida, o jogo de sentimentos, o jogo das traições e o jogo das desculpas mal ditas, nessa forma que engolimos qualquer coisa para manter algo ou alguém ao nosso lado, possível que nosso orgulho nos domine, muito provável que o medo determine nossos próximos passos, se formos prestar bastante atenção, será possível observar que deixaremos muitas vezes de buscar a felicidade em outros portos, por se contentar com algo seguro aos nossos olhos, embora nossas mentes digam que se pode ter mais felicidade.
Então surge uma pergunta clara e direta em nossa cabeça, qual o preço da vaidade? A vaidade da vida, do que as pessoas vão pensar sobre nós, ditando assim nosso ritimo, impedindo cada pessoa de lutar pelo que se realmente quer. Esta preocupação em relação á própria imagem, o medo de enfrentar nossa própria imagem arranhada, em um gigante espelho, aonde todos procuram seus defeitos. Ficamos realmente pequenos diante do nosso desespero, mostramos a nós mesmos de que material somos feitos, e na maioria das vezes choramos, pela própria falta de atitude.
Somos será tão ínfimos assim? Ou apenas se contentamos em coexistir? O certo é que na maioria das vezes estamos errados, e não aceitando este erro grotesco, no qual abrimos mão, deixamos partir com ele uma parte preciosa de nossas vidas, na qual possivelmente se encontre a nossa alegria. Para tanto é necessário ser modesto, engolir o orgulho e procurar fazer o certo e o certo na maioria das vezes é o que se quer, não o que os outros querem.
Por qual motivo você ama?
O que nos faz sentir diferentes em meio a milhões de pessoas, milhões de rostos espalhados pelo mundo e muitas histórias vividas das mais diversas formas. Por qual motivo devemos nos sentir especial, sentir valorizado, amado, importante para quem nos conhece?
O que move nossos atos, gestos, atitudes do dia a dia, somos tão diferentes assim um dos outros, ou apenas parecidos e não vemos que isto não faz de nós mais que meros espectadores da vida. Por qual motivo procuramos preservar, cuidar e amar quem consideremos especial, que temos apegos e que respeitamos, não parece à primeira vista uma questão muito complexa de se responder, mas se formos por em razões concretas, veremos que a vida que nos cerca é cheia de perguntas e nem sempre obtemos respostas.
Então por qual motivo você ama, por qual motivo amamos uns ao outros e diante do desconhecido somos tão indiferentes, aquelas pessoas também não são dignas de nosso respeito e amor? Somos mais cruéis do que podemos imaginar e temos mais compaixão escondida em nossos corpos do que podemos supor, tudo é variável de acordo com o momento que nos encontramos e a vida que vivemos.
Talvez se o ser humano compartilhar o amor que tem dentro de si, para as pessoas, não precisaria ser muito, apenas uma milésima parte estaria bom, já mudaria muita coisa, seria uma transformação incrível e sem precedentes para a humanidade, mas então vem à questão, por qual motivo você ama? Amamos para nos sentir importantes para outra pessoa, para recebermos o mesmo amor em troca, ou porque manda a cartilha que devemos amar ao próximo sem questionar, o motivo, o porque ou circunstância, e se o amor vem de berço porque não dividi-lo com o mundo. Mas por qual motivo amar, não é o motivo principal de as coisas estarem certas ou erradas, o que pode ser crucial é porque não amamos o próximo da mesma forma que nos amamos, pois todos somos, um pouco narcisistas, temos dentro de nós um ego que por vezes não nos deixa ver o que existe por fora desta casca, que por vezes é grossa e fere ao próximo e por vezes é delicada e não nos serve para nada.
O certo é que com ou sem motivo devemos conceder o melhor de nós sempre, mostrar que somos mais humanos ao invés de seres frios e calculistas, não procurar motivos para amar, sim procurar motivos para se deixar amar, pois será que somo seres tão perfeitos, a ponto de julgar necessário se precisamos disto ou daquilo, somos humanos, frágeis e com uma vida considerada curta, então devemos procurar deixar lembranças positivas e gestos de bondade, já que lembranças é o que levamos e é o que fica de nós para as outras pessoas e lógico o amor que compartilhamos.
Dúvida
O equilíbrio tênue
Ausente na mente
O escraviza por deveres
Adquiridos.
A falta da dúvida
Transforma a face
Em cordeiro,
Pronto para ser imolado.
Capenga de verdades
Inflada de proféticas palavras,
Não há sinal de razão
Em meio ao caos organizado.
Estupenda maestria
Em seguir velhas sinas,
Assassinando a própria liberdade
Para ter conforto na vida.
Em alguns momentos
Se está com as mãos cheias,
Em outros tantos
Elas parecem vazias.
E mesmo assim
Com tantas incertezas,
Vai se fazendo
A vida.
O roubo legalizado
Vivemos em um tempo aonde a lei ampara o roubo legalizado, tarifas absurdas, taxas que são verdadeiros crimes e impostos que nenhum ser humano é capaz de aguentar. A lei faz com que políticos fichas sujas, que prejudicam o país descaradamente fiquem impunes, mas coloca na cadeia manifestantes e pobres que não tem como obter um bom advogado.
Somos um país de estádios,do futebol, da cultura do supérfluo, aonde escolas se desmancham pelo descaso, aonde a saúde publica e o transporte são banalizados e a população paga o pato, ou seria o custo Brasil?
Custo arcado a duras penas, custo pago com suor e sangue do trabalhador, que ganha uma miséria, um salario que mal se pode comer, pagar por bons serviços. Aonde políticos com suas pequenas fortunas não sentem, pois a realidade em que vivem é de primeiro mundo, enquanto o serviço que prestam é de terceiro.
Mais uma vitima de bala perdida, mais uma morte nas filas de hospitais, mais uma enchente que leva muitas vidas, as desculpas são as mesmas, os discursos ensaiados, ano após ano, mudando apenas as caras, pois as soluções nunca aparecem, as soluções se perdem na corrupção, na maquina lenta do estado que definha, com suas soluções boas apenas para quem esta no topo e nunca para quem necessita do verdadeiro auxilio.
Abriu a janela pela manha
Mais uma bala perdida,
Lhe faz companhia.
Entre um jornal e outro descaso
Fila de hospital, marginal praticando tiro ao alvo!
Politico no planalto fingindo não saber
Que o povo tem fome, tem sede,
Quer aprender a ler!
Mas quem quer saber?
Quem deseja mudar?
Lutar pra que?
Cansa, tira um, nasce cem!
E a conta, mesmo nova ou antiga,
Tá por vencer!
“De tiro em tiro, fila em fila, brasileiro vai sobrevivendo até que não exista mais forma de vida”!
La fora a vida não para
La fora a vida trincada,
Insistentemente fingi que sorri.
Seja pela janela ou pela fotografia
Cinza que volta e meia fica suja,
Com cores e tintas que sem desejar, colori.
La fora os passos são invisíveis
O vento é frio e os abraços,
São tão rápidos que não se sentiu.
La fora os olhares são perdidos
A dor é inevitável, o desejo incontrolável,
Que a morte parece um caminho feliz.
La fora a vida é latente
Mesmo com tanta coisa
Fingindo ser gente.
La fora acontece a todo momento
Para quem não tem medo,
De arriscar e perder receio
De sofrer e ser feliz!