Oyanitiatiiná-Bárbara De Carvalho
A banalização da fé, é o resultado de uma religião cheia de turistas! Há muitos adeptos do candomblé nas redes sociais, pena que estes mesmos não se encontram nos terreiros e nas funções!
Ser de asé é para quem tem tempo de se entregar e estar presente!
Ser de asé não é ser artista e menos ainda ser dançarino na casa dos outros!
Ser do Santo é ter um combustível infindável dentro de si, uma força que nada nem ninguém consegue tirar!
Não precisamos arrumar tempo para as coisas, o que precisamos é parar de achar desculpas e pretextos para não fazê-las!
Sim, nós seres humanos, Candomblecistas, Umbandistas, espíritas, ateus, católicos, evangélicos, devemos ser fortes, não tão forte a ponto de vencer o amor, mas o bastante para vencer a tristeza e o ódio!
Abrir uma Roça, um terreiro, um Ilê, não é somente colocar 3 tambores para bater!
É preciso muita luta, muita paciência, muita determinação, muito amor e principalmente ter nascido para organizar, direcionar e coordenar tudo isso com justiça e bom senso!
As pessoas querem o título de Pai/Mãe de Santo, mas não querem as responsabilidades que a função exige!
Do que adianta ter Casa própria nas custas dos outros? Mais vale ser simples e não ter dívida com nada nem ninguém, do que ostentar uma coisa que não se sustenta sozinho! Tudo isso em nome do Òrisá? Se oriente, o luxo não está nas roupas, nos fios. Luxo é você ter caminho, asé e prosperidade dados e merecidos pelo Òrisá!
Existem pessoas que nunca pisaram em um terreiro e possuem caminhos! Existem também aqueles que não saem de dentro do terreiro e se bobear precisam tomar um ebó de cabrito toda semana de tanto que são negativos e não possuem caminhos!
O que manda não é o posto, o cargo, a função e a religião que você pertence! O que manda é a sua cabeça e a forma com que você direciona a sua vida!