Oswaldo Wendell
A ditadura tem duas caras. Diante do público e através dos meios de comunicação ela é a mais autêntica democracia. Nos bastidores ela tira a máscara de democracia e assume a sua personalidade. Diante do público, todo apoio ao combate à corrupção, nos bastidores tramas e mais tramas para dificultar o combate à corrupção que é o alimento dos ditadores atuais no Brasil.
A surdez da ditadura de hoje no Brasil é a sua forma mais hipócrita de parecer democracia. A quem diz que vivemos na ditadura, pode-se ouvir o argumento de que a prova de que há democracia no país é o fato de estarmos editando nossos pontos de vistas nos meios de comunicação. Se fosse ditadura ninguém falaria contra o governo, por exemplo. O contra-argumento é que a ditadura evolui. No passado negava-se o direito de expressão porque os agentes da ditadura ouviam. Hoje, o direito de expressão é garantido a qualquer cidadão, porque os detentores do poder decidiram pela surdez. Nenhum movimento os provoca. Nenhuma censura os intimida. O povo para eles simplesmente não existe, embora, garantam que esse mesmo povo é de suma importância para dar-lhes o voto e o poder...
A eleição de um candidato a presidente da república pelo povo é parecido como a abertura de uma galeria de arte ao público. As obras mais valiosas e mais significativas do ponto de vista do artista, não são aquelas que caem no gosto dos visitantes.Via de regra é o que acontece na escolha do presidente. O melhor, geralmente, não é o escolhido.
As obras mais valiosas e mais significativas, expostas na galeria, do ponto de vista do artista, não são aquelas que caem no gosto dos visitantes. Dessa forma, quando determinado trabalho de um artista plástico é muito apreciado pelo povo, ele não fica feliz, porque isso indica que a qualidade de seu trabalho é duvidosa.
A delicadeza está para o arroz branco, assim como a grosseria está para o arroz integral. Prefira o arroz integral. É mais nutritivo e não engorda
Com seus salários astronômicos, os políticos brasileiros no Congresso e Ministros do Judiciário, são como altas palmeiras em um imenso campo gramado. E não faltam palmeiras para protestar contra a desigualdade social entre os integrantes que fazem parte do gramado.
Cabe ao candidato eleito honrar o voto recebido do eleitor e não ao eleitor procurar justificação para falhas, deslizes e qualquer outra traição que venha sofrer da parte do eleito, perdoando-lhe e deixando de cobrar-lhe reparações no desempenho da função para a qual foi eleito.
Quando perdemos tempo ouvindo e admirando aqueles políticos que formam o Congresso Nacional, e chegamos até a brigar por eles, não nos damos conta de que somos uma nova versão daqueles escravos da Caverna de Platão que observavam admirados aquelas sombras projetadas na pareda da caverna, pensando que eram a expressão da realidade. E estamos todos tão seduzidos por suas palavras e feitos que não acreditamos quando alguém que se libertou nos tenta acordar para a realidade de que aqueles homens e mulheres que dizem nos representar são verdadeiros bandidos que querem nos comer vivos.
Imagina um país onde um burro escolhe e nomeia o reitor de uma Universidade. Se você pensou em Brasil, você acertou.