Oscar Wilde

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No amor todos os caminhos acabam de forma igual - desilusão.

Experiência é coisa que ninguém consegue de graça.

A música cria para nós um passado que ignorávamos e desperta em nós tristezas que tinham sido dissimuladas às nossas lágrimas.

As criaturas vulgares não nos impressionam a imaginação. Ficam limitadas ao seu século. Nenhum encanto as pode transfigurar: Conhecemo-lhes o espírito como os chapéus. Elas passeiam no parque de manhã e tomam chá, tagarelando à tarde. Têm sorrisos esteriotipados e boas maneiras. São transparentes. Mas uma atriz! Como é diferente uma atriz... Por que não me diz que só vale a pena amar uma atriz?

Balada do Cárcere de Reading
(...)
Eu soube, então, a idéia lacerante
que o atormenta, e o faz correr,
e o faz olhar, tristonho, o céu radiante,
radiante, e alheio ao seu sofrer:
de matou aquela que adorava,
- por causa disso vai morrer.

No entanto (ouvi) cada um mata o que adora:
o seu amor, o seu ideal.
Alguns com uma palavra de lisonja,
outros com um duro olhar brutal,
O covarde assassina dando um beijo,
o bravo, mata com um punhal.

Uns matam o Amor, velhos; outros, jovens;
(quando o amor finda, ou o amor começa);
matam-no alguns com a mão do Ouro, e alguns
com a mão da Carne — a mão possessa!
E os mais bondosos, esses apunhalam,
- que a morte, assim, vem mais depressa.

Há corações vendidos, e há comprados;
uns amam, pouco, outros demais;
há quem mate a chorar, vertendo lágrimas,
ou a sorrir, sem dor, sem ais.
Todo homem mata o Amor; porém, nem sempre,
nem sempre as sortes são iguais."
(...)

Devem-se escolher os inimigos pela inteligência.

Quando a mulher se casa novamente, é porque odiava o primeiro marido. Quando o homem volta a se casar, é porque adorava a primeira esposa. As mulheres tentam a sorte; os homens põem em risco a sua.

Abandonaríamos muitas coisas, se não tivéssemos o receio de que os outros as recolhessem.

Feliz sou porque amo e sou amado
Sem ter que alterar nem ser alterado.

Sou o que sou, e quem me apontar
Os excessos medirá os que são seus;
A prumo talvez eu esteja, e eles vergados;
Os seus pensamentos não denunciam os meus atos.

A instrução é um esforço admirável. Mas as coisas mais importantes da vida não se aprendem, encontram-se.

Sou o amor que não ousa dizer o nome.

O homem pode suportar as desgraças, elas são acidentais e vêm de fora: o que realmente dói, na vida, é sofrer pelas próprias culpas.

Que sorte têm os atores! Cabe a eles escolher se querem participar de uma tragédia ou de uma comédia, se querem sofrer ou regozijar-se, rir ou derramar lágrimas; isto não acontece na vida real. Quase todos os homens e mulheres são forçados a desempenhar papéis pelos quais não têm a menos propensão. O mundo é um palco, mas os papéis foram mal distribuídos.

Só os que perderam a cabeça sabem raciocinar.

Hoje em dia conhecemos o preço de tudo e o valor de nada.

A finalidade do mentiroso é simplesmente fascinar, deliciar, proporcionar regozijo. Ele é o fundamento da sociedade civilizada.

Apesar disso - escutem bem - todos os homens
matam a coisa amada;
Com galanteio alguns o fazem, enquanto outros
Com face amargurada;
Os covardes o fazem com um beijo,
Os bravos, com a espada!"

É a incerteza que nos fascina.
Tudo é maravilhoso entre brumas.

Viva pelo prazer! Nada envelhece tão bem quanto a felicidade!

Aquele que sabe dominar os convidados num jantar em Londres pode dominar o mundo. O futuro pertence aos requintados. Os charmosos dominarão o mundo.

O passado, o presente e o futuro, mais não são que um momento aos olhos de Deus, sob cujo olhar devemos tentar viver. O tempo e o espaço, a sucessão e a extensão não são mais do que condições acidentais do pensamento. A imaginação pode transcendê-las e passar para uma esfera livre de existências e ideais.

Certas criaturas têm a mania de dar bons conselhos precisando tanto deles para si... É o que chamo de cúmulo da generosidade.

Oscar Wilde
O Retrato de Dorian Gray (1890).

A alma nasce velha e se torna jovem. Eis a comédia da vida. O corpo nasce jovem e se torna velho. Eis a tragédia da alma.

Represento pra você todos os pecados que nunca teve a coragem de cometer.

No entanto,todo homem mata aquilo que adora,
Que cada um deles seja ouvido.
Alguns procedem com dureza no olhar,
Outros com uma palavra lisonjeira.
O covarde fá-lo com um beijo,
Enquanto o bravo o faz com a espada!

Uns matam o próprio amor quando ainda jovens,
Outros o fazem na velhice;
Uns estrangulam com as mãos da luxúria,
Outros com a mão de Ouro,
O que é bondoso faz uso do punhal,
Porque a morte assim vem mais depressa.

Uns amam pouco tempo,outros demais,
Uns vendem,outros compram;
Alguns praticam a ação com muitas lágrimas
E outros sem um suspiro,sequer:
Pois todo o homem mata o objeto do seu amor
E, no entanto, nem todo homem é condenado à morte.