Oblíquo

Encontrados 3 pensamentos de Oblíquo

Gosto da chuva, mas hoje não chove mais como antes. Você pode chamar este fenômeno como for, mas para mim nunca mais será uma chuva como aquelas das noites de depressão. Aquele zunido do vento prestes á arrancar as telhas. O último volume, um fone, a fulga para Marte. Eu via o mundo mover-se. E me sentia longínquo a essa realidade. Me afastava e observava. Raça ingrata. Ouvia brigas dos vizinhos do quarto ao lado. Chamava-os de pais. Bebida, festa, álcool, confusão. Não entendia bem, mas sabia como era ser de outro lugar. Pertencer deliberadamente a outra realidade. A outro modo de pensar. Viajava nas notas musicais, nos vocais que me libertaram. Enquanto o vocal emitia o som da libertação, vasava a minha pelos olhos. E continua vasando..

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Hoje você acordou mais tarde, viveu mais um dia pela metade, chorou suas insatisfações, declarou guerra ao comodismo, esperou ganhar juízo, deitou, pensou, sem ter abrigo, um abraço acolhedor que não te ofereça risco, dormir tarde no turbilhão de pensamentos, que te tiram o sono em cada vão momento, que te impedem de dormir mais cedo.
Hoje, você decidiu lutar, decidiu que não iria mais se importar. Apagar, resgatar, não mais lastimar, mas amanhã estará cansada de mais pra mudar.

Inserida por obliquo

Solidão costumeira e presente. Não tarda jamais.
Sobreviver destes restos de afeto, vomitados
pelos poucos olhos que se dão ao trabalho de
cruzarem de passagem com os meus. Eu não
tenho valor, não tenho importância. Passo meus
dias falando comigo mesmo, e são conversas boas
as que tenho comigo. As vezes discuto. E assim
prossigo. Solitário entre a ponte do cás. Na
estação do metrô. No aeroporto desta cidade
qualquer. Sem um aceno, um aperto de mão, mas
com meus versos que embora perversos
inundarão outros corações.

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