O Cefas

Enquanto houver voz
Haverá nós
Nada nos calará.

O silêncio fala,
A boca contradiz,
O coração não cala,
Sem palavras diz,
Quem manda quando
a mente é contrária?!

O símbolo do infinito,
destorcido, é um círculo.
O universo é infinito.
É um verso único.

Desde que comecei a escrever,
Deixei de ser escravo,
Daquilo que não podia entender.

Escrevo como quem lê.
Descrevo, tento entender,
Se é dever ou sina,
Ou como funciona,
essa conexão que prevê
uma rima entre eu e você.

Pares ímpares,
Peças que não se encaixam,
Quebra cabeça quebrado,
Almas que não se acham.

Poesia vista de dentro pra fora,
É vida do centro pra borda,
Aborda oque importa,
ou mostra a porta
que a cena corta.

Compus-me no papel,
Agora eu sou a folha em branco.

Os dias estão esquisitos,
é normal estranhar.
Estranho é ter esquecido,
os dias normais em que
nós estávamos esquisitos.

Tenho escrito
Indiscreto cripto,
Sólido concreto
Sou pó e líquido.

Avisa a vizinha
que a vista difere da voz,
e oque te fere, fere a nós,
Ainda que não ouça minha.

Rabisco de poeta
Um cisco no olho
Um risco no muro
Um mixto de hoje
Passado e futuro.

Me dei ao luxo de ser,
Não parecer, para ser verdade!
Descobri que sou creatividade
Fluxo em atividade, sem saber
Que dificuldade é permanecer!

O Amor é a montanha mais alta,
é incrível, de lá é possível ver tudo.
A aparência é o solo mais superficial,
é lá que as pessoas constroem o mundo.

Verso vazio é como embrulho de passado.