Nina George
Os livros podem fazer muitas coisas, mas não tudo. As coisas mais importantes a gente deve viver. Não ler.
Para encontrar as respostas para nossos sonhos, é preciso navegar para o sul. E é possível se reencontrar lá, mas apenas se a gente se perder no caminho, se a gente se perder totalmente. Pelo amor. Pela saudade. Pelo medo. No sul, deve-se ouvir o mar para entender que o riso e o choro se parecem muito, e que a alma às vezes precisa chorar para ser feliz.
Ler é uma viagem sem fim. Uma viagem longa, até mesmo eterna, na qual nos tornamos mais brandos, mais carinhosos e mais humanos.
Chama os livros de liberdades. E de lares, o que também são. Eles protegem todas as palavras boas que utilizamos tão raramente.
Mas todo mundo sabe que a leitura deixa as pessoas insolentes, e o mundo de amanhã com certeza vai precisar de algumas pessoas que se rebelem, não acha?
Com todo respeito, o que a senhora lê é mais importante, a longo prazo, do que o homem com quem se casará.
Livros não são como ovos. Só porque um livro tem alguns anos nas costas não significa que esteja podre.
Renda-se às riquezas dos livros em vez de entrar em relacionamentos sem sentido com homens que a negligenciam, ou de começar dietas malucas porque não é magra o bastante para um homem, ou burra o suficiente para outro.
E, sim, dor de amor é como luto. Porque você morre, porque seu futuro morre e você dentro dele… e existe esse tempo ferido. Ele dura muito.
Todas as pessoas têm um quarto em seu íntimo, no qual seus demônios espreitam. Apenas quando as pessoas o abrem e o enfrentam é que ficam livres.
Obviamente, livros são mais que médicos. Alguns romances são amorosos, companheiros de uma vida inteira; alguns são um safanão; outros são amigos que o envolvem em toalhas aquecidas quando bate aquela melancolia outonal. E muitos… bem. Muitos são algodão-doce rosado, cutucam o cérebro por três segundos e deixam para trás um nada agradável.