nataliarosafogo
há rectas no meu sonho e eu sigo em frente ante o delírio do entardecer, enquanto a luz não acabar...
se te amo... é porque despertas a fogueira que há em mim, e no segredo aprendido logo sobressalta uma centelha...celebrando o amor.
porque és saudade...ergues-te contra o tempo numa harmonia longa, acreditando que a morte é teu único destino...
continue tomando seu chá calmamente...se está só, estabeleça consigo um diálogo... diga a si própria que um doce sonho se anuncia, deixe a esperança incendiar o esplendor da vida...
trago em mim a utopia que me leva, que me protege contra a solidão e me deixa imune à sentença dos anos...
se tudo muda, também muda o meu anseio e nem o tempo pode perturbar esta minha nova certeza, que perante teus olhos amor, eu terei sempre beleza...
incrível é o pulsar do sol no nosso dia e a essência da lua na nossa noite, assim também o mundo será mais perfeito se os nossos pensamentos forem floridos e não ensombrados, porque o nosso mundo é feito com os nossos pensamentos...
quem tem o coração cheio de amor para dar, encontra sempre momentos de felicidade e faz com que o mundo seja mais harmonioso...é como um inventar sonhos, deixar entrar a alegria, abrir os olhos à ternura....
a beleza das coisas simples...dias há em que encontro a sede das palavras bem no centro das minhas mãos e no mistério das linhas, eu leio instantes inacabados, sem que alguém me escute...
natalia nuno
alguma coisa salta da minha lembrança sempre que olho um batente, assim como que uma vaga doce e amena que me transporta à infância...
o sentimento saudade é toada batendo na porta do coração e nos deixa melancólicos como a cinza do anoitecer...
escutei a memória, tacteei as lembranças, quis aprisionar os anos, e deixei-me estendida no varal do sonho num humilde anonimato...
vou plantando palavras para sustentar a minha viva presença, o aroma da infância e para acalmar a espera abrupta da morte...
nos dedos da solidão, há palavras fugitivas do tempo...e no mutismo dos olhos, recordações que não querem renunciar...
na terna desordem que há na memória, recordo um rosto como se fosse sonho...aquele que hoje sem vida, quero ignorar,
o medo aninha-se na memória onde há lembranças implorantes, que reconhecem estar a cair no perdido...