natalianuno
o amor salpica a vida inteira rodeando-a com uma auréola da côr da felicidade...é como um pássaro que constrói o ninho em nosso coração...e ali se abriga.
toda a flor deseja um caule sem espinhos...e que a vida seja um rio de águas serenas na manhã calma...
a ave...chega, mas já traz com ela um adeus no olhar, parte, e pousa noutro lugar, são as pupilas da primavera, as meninas dos nossos olhos,
fazem um traçado de comoção e confortam-nos o coração...
o vôo breve das folhas efémeras deixam a alma indecisa e as palavras perdidas...e no decorrer das horas uma estranha solidão...............
retemperar forças, enquanto o canto não esmorece no peito...e o amor ainda anda orvalhado de esperança.....
o tempo tudo governa, e vai deixando em nós imagens que perduram na memória... começo a dar-me conta de tudo que fiz e o que não fiz e dou valor a pequeninas coisas que me pareciam ocultas até aqui....
que a felicidade surja e e seja para todos como uma impetuosa papoila que cresce sempre mais em busca da luz..
sou como a água agreste que corre sem esgotar...em busca de abraçar o mar, ou ao encontro dum sonho maior...
o vento escancarou a janela e na alma se abrigaram instantes de sol, as palavras se agitam na mente procurando o apoio do coração...
quando a chuva cai do céu e o vento não cala, mantêm-se as cores sombrias desta primavera empalidecida, resta o sol na memória de primaveras risonhas...
quando as flores renascem, é um tempo novo que chega...e todos os sonhos se juntam num sonho maior...
sorriem os malmequeres para a posteridade, é a natureza a sorrir de esperança e eu, perplexa perante a beleza...a nossa única certeza é a submissão ao tempo......................................
a vida passa como uma sombra, nada restará da passagem, a morte trará uma misteriosa e indevassável paz, ficará apenas a palavra escrita com a graça duma noiva que se entrega.
Há sempre uma boa surpresa que te fará recordar e, quem sabe, até fará palpitar teu coração... sente-te grata.
presa por um fio à tarde, encosto a cabeça à janela e logo uma saudade escaldante me assedia com ébrios sonhos e rubras fontes de amor para onde o meu coração se desloca...