Nara Juscely Minervino de Carvalho Marcelino
A DISTÂNCIA
Não há distância quilométrica
Que o amor não afeta,
Que o coração não injeta
Numa saudade tão certa.
Não há distância de espaço
Que não meta no embaraço
O amor sem cansaço
E tão carente de um abraço.
Não há distância de amores
Que não provoque dores,
Que não cause dissabores
Na vida de quem colhe flores.
Mas há a distância que existe
No coração de quem insiste,
De quem no amor só persiste,
Porque dele jamais desiste.
Há a distância que incomoda,
Que mais emagrece que engorda,
Que torna a poesia prosa
E que ao amor só renova.
Há a distância, enfim,
Que põe um aqui e outro aí,
Que não permite ir e vir
E faz qualquer peito explodir.
Há a distância que dói,
Que a alma do peito corrói,
Mas que nem de perto destrói
O desejo de se ter logo após.
Nara Minervino
Somos motivados pelos nossos próprios sentimentos, sempre! Jamais damos ao outro a chance de se explicar e de esclarecer o que, para nós, já está tão claro.
Assim somos nós, quando somos vítimas de alguma situação que nos faz sofrer muito. Imediatamente achamos um(a) culpado(a) e jogamos nele(a) toda a nossa raiva, todo o nosso ódio e (por que não?) toda a nossa responsabilidade também.
A vida é feita dia-a-dia. Nada do que plantamos hoje não será colhido amanhã, assim como nada do que colhemos hoje não foi plantado por nós mesmos num passado que tivemos, remoto ou distante.
Às vezes nós mesmos abrimos brechas em nossas vidas, e elas acabam sendo preenchidas por outras luzes, por outras matérias, por "invasores", por "coisas" bem diferentes de tudo aquilo com que desejaríamos preencher essas lacunas, e, se isso acontece, essas brechas são de nossa inteira responsabilidade.
Contudo, há quem não deixe brechas em sua própria vida?! Há que se culpar quem deu este ou aquele espaço, permitindo que "invasores" se apoderassem daquele cantinho (ou daquela pessoa) que "era só nosso"? Há que se culpar o invasor pela invasão deliberada ou há que se culpar o "proprietário" que abriu as brechas e permitiu que o "invasor" chegasse?!
A vida nos surpreende com perguntas para as quais não temos respostas, mas é disso que ela é feita: de surpresas e decepções, de alegrias e frustrações.
O que nos cabe, portanto, é viver, um dia de cada vez.
Nara Minervino.
AGULHA, PONTA E LINHA
Entre agulha, ponta e linha
Vive o romance esquisito
De um triângulo sem visco
Que sempre finda aflito.
A ponta é da agulha. E a linha?
A linha, sempre sempre sozinha,
Vive à procura do amor
Que no outro amor se encontrou.
A agulha, bem de metal,
Segue os passos da sua ponta,
A que lhe abre o caminho
E vai tecendo suas estampas;
A que lhe chega de mansinho
E, com jeito, devagarzinho,
Passa aqui e passa ali
Sem lhe fechar o caminho.
A agulha, "enrijizada",
Sem precisar pensar em nada,
Segue o caminho certinho
Da ponta que lhe mostra a estrada.
A linha, essa sorrateira,
Vive atrás da agulha faceira
Que segue seu lindo curso
Sem se lhe envergar nem um pouco.
A linha, sem se dar conta,
Vai deixando de perceber
Que o caminho em que ela se encontra
A ponta já esteve a fazer.
E ela, a linha malvada,
Sem se sentir resignada,
Segue tonta, feito cega,
Seguindo o caminho somente
Que a ponta da agulha carrega.
Assim são as relações
Que se estendem a três corações:
A ponta conduz o caminho,
Traçando sozinha o destino.
A agulha segue a vida
Despreocupada e destemida.
A linha, que vem perdida,
Só serve pra fechar saídas.
Aceite ser uma agulha
E não se curve facilmente.
Aceite ser uma ponta
Que da agulha está à frente,
Mas não aceite ser linha
Que, sempre sempre sozinha,
Percorre, sem nem um adeus,
Um caminho que não é seu,
Porque a ponta e a agulha
No mesmo caminho seguem
E deixam sempre para trás
A linha que, na roupa que faz,
Sozinha em si se perdeu.
Nara Minervino.
LEONINOS SOMOS
Leoninos somos
Chama que queima
Fogo que arde
Amor que invade.
Leoninos somos
Mar em fúria
Vulcão em tormenta
Paixão que alimenta.
Leoninos somos
Flor com espinho,
Abrigo e castigo
Mão boba e sorriso.
Leoninos somos
Presente
E corrente
E enchente
Que supera e alaga
As mentes das gentes.
Leoninos somos
Assim e assado.
O presente e o passado
De um futuro que chega
Por nós programado!
Nara Minervino.
SOLTANDO PIPAS
Pode ser pipa, papagaio ou gavião.
Depende do vento, brando ou furacão.
Com ela se encanta a criança crescida
Que no meio da rua se prepara pra vida.
Criança com pipa se cerca de encantos
E através dela faz seus olhos brilhando.
Não sabe que a vida nos cerca de dores
E joga na pipa inexistentes temores.
Quem solta pipa tem uma infância feliz,
Faz do papagaio seu amigo aprendiz.
Com ela a criança seus sonhos balança,
No fio de linha que, com outras, ela trança.
NÃO ATIRE O PAU NO GATO
Atirei o pau no gato, pois ele vivia miando,
E, num só salto, muito rápido, o gato saiu pulando,
Foi miar no meu telhado, o meu sono incomodando,
Me fazendo repensar "porque eu dei no bichano".
Toda noite, agora, acordo e chamo pelo bichinho:
"Venha pra cá, lindo gato! Venha pra cá, seu gatinho!"
Mas o gato, já escaldado, não quer cair na minha mão,
Não sai mais do meu telhado e ainda me dá uma lição:
Quem atira o pau no gato e o gato quer machucar
Vai passar a noite em claro, sem poder nem cochilar.
Nara Minervino
SEM CONCEITOS
Eu sou guerreira,
Sou faceira
Sou brejeira.
Tenho a fama de louca
E me encanto com tanta coisa.
Eu tenho os meus sonhos,
Faço os meus planos
Vivo os meus (des)enganos.
Eu tenho fibra,
Sou de aço
Sou de brisa.
Eu acredito no feitiço,
No abismo e na tolice.
Eu duvido de todos
Que em mim não acreditem.
Eu planejo um dia inteiro,
Mas mudo tudo muito ligeiro.
Eu me encanto e me fascino;
Me reprogramo e me autorizo.
Eu sou tudo e não sou nada,
Mas sou uma mulher de asas.
Asas firmes. Asas fortes.
Asas que são o meu norte.
Eu sou o chão,
Sou a teia e o tubarão.
Sou o meu corpo inteiro
No meu segundo de furacão.
Eu sou tudo
O que de mim você disser,
Mas eu sou,
Sobretudo e essencialmente,
Mulher!
Nara Minervino.
MULHER À BRASILEIRA
Sou verde, sou amarelo,
Sou o Brasil que eu quero:
De direitos e deveres,
De ações e contribuições,
De gritos e de guerras,
De sonhos e de quimeras.
De retardos ou de avanços,
Sou o Brasil sem ter ranços.
Sou a Bandeira Brasileira
Que me representa inteira.
Suas cores todas mistas
Uma na outra não pisa.
Sou o retângulo, o losângulo
E o círculo bem "a paisano".
Sou essa aqui que vos fala:
Brasileira real que não pára.
Sou representante da mulher
Que sabe bem o que quer.
Sou guerreira, sou brasileira,
Sou, de verdade, altaneira.
Sou o clarão da luz verdadeira
Que ilumina a estrada inteira
E, se encontro um breu passageiro,
Da escuridão faço o meio, não o receio.
Sou atrevida, sou aguerrida,
Estou acordada para a vida.
Eu luto pelos meus sonhos
Ainda que sejam estranhos.
Existe, batendo em meu peito,
Uma força que me tira do leito
De aceitar as coisas como estão,
Aprendendo com elas uma nova lição.
Estou sempre a mais de mil,
Desbravando em mim o meu próprio Brasil.
Nara Minervino
CASA ESQUISITA E VIVA
Lá em casa tem uma porta
Que parece uma gaivota
E tem também uma janela
Que parece uma panela.
É uma casa engraçada,
Toda, toda desengonçada.
A mesa que é de vidro
Tem cara de queixo caído,
E a outra que é de plástico
Parece um nariz de palhaço.
Minha casa é muito estranha.
Não tem nem jeito de casa,
De dia parece uma aranha
E de noite, árvore plantada.
Mas dentro dela se acha
O que toda a gente procura:
Muito amor, muito carinho,
Muita afeição, muita ternura,
Porque o que as casas precisam
Para ser casa da felicidade,
Não é de linda mobília,
Mas de vida e de verdade,
De amor entre as pessoas
Que nela se sentem à vontade.
Nara Minervino.
SOBRE O AMOR, A RAZÃO E A PAIXÃO
O amor brigou seriamente com a razão porque não tolerava mais os exageros da paixão.
Magoada, a razão chorou e foi embora depressa, deixando a vida toda cheia de paixão.
Sabendo disso, a paixão sentiu-se absoluta e conduziu a vida como queria, enchendo-a de suas inesquecíveis extravagâncias.
Acontece, porém, que já cansada de tanto inventar, de tanto criar, a paixão quis se acalmar e sossegar, mas percebeu o lugar vazio que a razão deixou na vida, ao partir.
Concluiu, pois, que não é possível haver paixão sem razão nem razão sem paixão.
E eis que a vida chamou a razão de volta. A razão e a paixão se entenderam, e somente estando entre eles foi que o amor sobreviveu.
Nara Minervino
SÓ ELA É ASSIM
Ela é
Luta
Astuta
Robusta.
Que bruta!
Ela espera
Por si
Sorrir
Partir
Ir e
Vir.
Ela segue
Em frente
Contente
Carente
Envolvente.
Ela vive
A vida
Perdida
Sentida
E vivida.
Nara Minervino
INCONSTANTE (acróstico)
é quem Ignora sua
Natureza e faz
pouco Caso dos seus
Objetivos,
Negando a si, e para si,
os seus Sentimentos, aplacando, pois, os seus Talentos.
Altivez é do que precisa quem,
na Nuance de uma
Tempestade interna,
não Explode em si o que lhe governa.
Luz do mundo
(Homenagem à linda bebê Clarisse)
Carinhosa como poucos, tens a
Leveza exclusiva de um ser já tão
Amado desde os primeiros
Resultados que a previram!
Incrivelmente adorável, és
Sensível a cada toque e tornas
Suave qualquer coração, porque
Encantas a todos com o teu meigo olhar.
Hoje és não só metade de mim, como
Espelhas todo o meu melhor, tornando
Lúdica a minha vida e
Livres os meus pensamentos.
Estrela! Sim! Tu és minha estrela de luz!
Naturalizas-me tão simplesmente e
Dedicas-te tão intensamente à
Encantadora magia de viver, que faz
Admirável um simples bom dia ou um
Natural boa noite! Tu és
Dengosa e meiga e tens a
Realeza de poucos nobres toda vez que
Afagas aos que te amam com o teu
Delicado olhar, o mesmo que só tem uma
Encantadora criança, cheia de amor para dar.
Jóia de maior valor da minha vida!
Alegria de minha alegria! Teu aniversário é
Luz nos nossos caminhos e tua vida é
Esperança de vida plena, porque a tua
Sincera ingenuidade é a verdadeira luz do mundo.
Feliz Aniversário!!!
AGOSTO! QUE GOSTO!
Agosto! Que gosto!
De alegria, de euforia
De saudades e de lembranças!
Gosto do friozinho
Que atravessa a espinha
E nos joga ao cobertor
Bem bem de tardezinha!
Gosto do nevoeiro
Que, no céu, em nuvem encerra
O fim de um gélido inverno,
Trazendo perfumes de primavera.
Agosto! Que gosto!
Também gosto de folclore
De Curupira e afins
Cucas, Botos, Sacis.
Como é bom um mês assim!!!
Nara Minervino.
DIFÍCIL DIZER NO QUE PENSO
É difícil dizer no que estou pensando, quando meus pensamentos são transições constantes de ideias e vontades novas que me surgem, sempre e em todo momento:
Neste instante, por exemplo, penso em voar, para pousar nos braços de quem amo, mas penso, também, em ficar aqui, quietinha, para dar a quem amo a liberdade de querer continuar ao meu lado;
Neste instante penso em aumentar o número de amigos que tenho, só para concluir quão valiosos são os que estão ao meu lado, tanto quanto penso em manter apenas os meus muitos amigos, para que esses muitos tenham a certeza de que bastam eles apenas para que eu consiga ser mais e mais feliz;
Neste instante penso em parar de trabalhar, só para confirmar quão maravilhosa é a atividade que faço, da mesma forma que penso em trabalhar incessantemente, só para concluir que jamais me cansarei da arte de "ensinar e aprender".
Pensar é arte, e arte é criação, inovação, reinvenção.
Não posso dizer o que penso neste momento, porque neste momento sou ave que voa à procura de inspirações inúmeras para construir mais novos ninhos, sabendo que, daqui a instantes, novas construções ei de querer fazer.
Nara Minervino
HOMENAGEM À AVÓ
Minha avó não tem conceito,
Não tem limite nem definição.
Ela é só o alguém que viveu
Bem dentro do meu coração,
Mergulhou e aperfeiçoou
O ser que havia em mim
E, com sua suave doçura,
Fez-me ser maior que o enfim.
Minha avó teve seu nome,
Sua letra e sua canção.
Minha avó teve ternura,
Teve alegria e muita paixão.
Ela viu meus primeiros passos,
Mesmo me puxando pros seus braços,
E agarrava-me o quanto podia
Com cada palavra nova que eu dizia,
Porque maior que o amor por sua vida
Dedicaca amor à vida que é minha.
Minha avó era tão importante
Que DEUS a chamou num instante,
Para ela com alegria cobrir
O céu que estava a nos redimir.
Essa avó que eu tanto amei
E que hoje comigo já não está
Foi a pessoa mais nobre do mundo
Que aos seus netos só sabia amar!
Vó, nossa amada vozinha,
Sua vida agora é finda,
Mas nunca, em nenhum momento,
Desde que nos deixou ao seu tempo,
Sua vida deixou de existir
No coração dos seus netos que aqui
Sempre deliraram ao te ver sorrir.
E eu, como uma das netas mais velhas,
Queria dar à senhora um recado:
Pra sempre a senhora será lembrada
E nunca estará no passado.
Os nove netos que aqui ficamos
Queremos te dizer com alegria
Recebemos suas bênçãos vindas do céu,
Seja de noite ou de dia.
Nara Minervino
QUEM SOU?
Não sou artista
Nem sou poeta.
Sou uma mulher completa
Que se injeta
(Todo dia,
Na hora certa)
De muita euforia
E de muita alegria,
Do desejo e da magia
De ser inteira,
De ser faceira
E de me realizar
Sendo plena poesia.
Nara Minervino.
OH! TUAS PALAVRAS!
(Em resposta à poesia “As palavras”, da poetisa potiguar Sílvia Passos)
Tu cortaste tuas palavras
E insististe, tropeçando e trocando.
Quanto mais tu cortavas,
Mais tu coravas.
Mudaste de cor,
Mesmo sem saber que, de cor,
Eram tuas palavras um esplendor!
Não te engasgues!
As palavras precisam de ti,
E nós precisamos das palavras
Que são tuas, que são nuas,
Que simplesmente são
Encanto e emoção!
Não!
Não serves às dores.
Serves aos amores.
E, no prato das delícias,
Serves palavras aos teus leitores,
Palavras vivas, palavras ativas,
Que dão vida e humanizam
Os seres e os objetos
De valores tão incertos.
Não te prives, senhora!
Não te abandones de nós!
Não te percas das palavras
Que te fazem algoz
Desse desejo feroz
De limpar, de não manchar
As palavras tão caladas
Que no teu som ganham voz!
De tudo que tu encontras
Tu expressas em tuas falas,
Porque entre ti e as palavras
Há esse encontro sublime:
Tu queres a elas dar asas
E elas querem de ti,
Feito fogo, feito brasas,
A graça de se encontrarem
E, do teu profundo fervor,
Novas vidas ganharem,
Mesmo que mudes de cor,
Mil vezes, o quanto for!
Nara Minervino
A POESIA
A poesia é um momento,
É mesmo um sentimento
Que brota de dentro da gente.
Numa hora inesperada
Transforma as nossas ideias
Nas mais sublimes palavras.
Ela instiga o pensamento
A botar fora o que tem dentro:
A visão peculiar
De um mundo tão singular.
A poesia é o desenho
Da alma do seu autor.
É um esboço, um retrato
Do seu amor, do seu regaço,
De tudo que ele enxerga
E a todo o mundo revela.
Ela transborda e alcança
Almas de adulto e criança,
Fazendo amanhecer
O que estava a entardecer.
A poesia é muito viva
E é toda feita de luz.
É a arte que conduz,
Numa estrada escondida,
Os sentimentos de quem
Enxerga com os olhos da vida,
Ela revela, com simplicidade,
A beleza de tudo aquilo
Que existe de verdade.
A poesia é isso,
Sem mais ou menos.
Ela é o adormecer sereno
De quem sonha acordado,
De quem vive embriagado
Com as coisas simples da vida:
Amor, felicidade,
Encantamento, cumplicidade.
Poesia é ternura,
É salvação, é candura.
É o "ser enamorado"
Que pela vida é inspirado
A ver o que ninguém viu
E mostrar que o viver é sutil.
Nara Minervino
O QUE EU FAÇO DE MIM
Eu me visto de mim mesma
E uso as máscaras da minha própria imaginação,
Porque sou exclusivamente responsável
Pela minha felicidade e por minhas desilusões.
Não posso, pois, despir-me do óbvio,
Que é estar dentro de mim todos os dias.
Ninguém responde pelo que eu sou,
Além daquela que eu criei para mim:
Eu mesma!
Nara Minervino
ESPELHO, ESPELHO MEU
Espelho, espelho meu,
Responde aos meus devaneios:
Quem conduz a minha vida
São meus desejos e anseios?!
Espelho, espelho meu,
Esclarece a mim meu destino:
Os frutos das minhas conquistas
Virão dos meus sonhos divinos?!
Espelho, espelho meu,
Tira de mim uma dúvida:
Quem merece o meu amor
É quem deu a mim mais calor?!
Espelho, espelho meu,
É verdade o que agora digo:
O meu amor, meu amado,
Já está vindo a caminho?!
Oh, meu espelho!
Oh, espelho, espelho meu!
Tantas respostas me destes,
Mas nenhuma me convenceu.
Eu mesma, por mim somente,
Resolvi seguir em frente.
Vou levando a minha vida
Tão sozinha e simplesmente,
Que até o mais mágico espelho,
Para mim se fez indiferente.
Mesmo que queiras mostrar
O destino dos planos meus,
Não vais nem adivinhar
O que a vida me prometeu:
Me abrir portas e janelas
Pra que eu possa contemplar
As vilas e flores tão belas
Por onde eu hei de passar.
De ti não vou mais precisar,
Mas de força e de coragem,
Pra encarar essa vida
Sem medo e com muita vontade,
Porque só de mim que depende,
Minha própria felicidade.
Não pense que eu sou ingrata
Nem dei a você seu valor,
Mas, agora, meu nobre espelho,
Está em mim descobrir quem eu sou.
Agradeço todos os conselhos
Que sempre esteve a me dar.
Mas preciso te deixar livre,
Pra minha fortaleza entrar
E mostrar os novos caminhos
Os quais só eu vou trilhar.
Nara Minervino
O tempo
É impressionante como o tempo passa depressa, e nós não nos damos conta!
Não nos damos conta de que, ao ir embora, o tempo leva consigo as melhores e as piores experiências; leva consigo os melhores amigos e os melhores inimigos; leva os amigos de infância, os colegas de trabalho e alguns parentes, inclusive.
O tempo leva consigo, ainda, as alegrias, as dores, os sorrisos e as lágrimas; leva as surpresas e as frustrações. Até as lembranças o tempo se encarrega de levar de nós.
No entanto, as pessoas especiais, de algum modo e por alguma razão, o tempo não tira da gente, e elas seguem eternizadas em nossas vidas.
Torne-se eternizado na vida de alguém.
Nara Minervino
A maior vítima do homem é ele mesmo, quando destila seu veneno fatal e esquece de que está mordendo o próprio rabo.
Nara Minervino