NaNa Caê
Você nunca entendeu?
Não precisava ligar o carro
O encaixe desejado
Não era entre a chave e a ignição
O café agride a alma
Entretanto transcorre pela pele
A felicidade
E a alegria
De estar constantemente em atividade
Café
Sem açúcar
Amargo
Nada ralo
Para não esquecer do gosto
Disposto
Oposto da calmaria
Que te faz acelerar pra nada perder
Espere que as cogitações sejam desenhadas
Pelos seus dedos cansados de tatear a solução
Quando se obtêm a mente insana do propósito final
Você não necessita de remédios
Jogue suas pílulas fora
Junto com os adjetivos fantásticos
Jogue suas garrafas de vodka no lixo
Junto com as desculpas do por que não sentir saudades
A revolta não esta no pressuposto
Das possibilidades descartadas
A revolta não está nas mentiras contadas
A revolta não está no passado
Está aqui
Para você
Em mim
Não sei se agüentarei me debruçar sobre o asfalto
Novamente
Para você não sujar os pés na lama
A lama que você criou
Com cuspe e suor
Segue
O seguimento
Da solidão
Persegue
As pernas
Sem penas
Da ilusão
Voe
Voe sem asas
Voe
Mesmo de avião
Ele não se assume
Mas eu sei o que faz
Eu sei por que faço igual
No final também prefiro esconder as mãos
Na tripolaridade que ela se sustenta
Como uma pirâmide
De duas bases
E uma ponta acima
Exagerada
Que pesa
Acredita em levitação
Sobre dois lados concisos
E herméticos
Um ainda
Encontra-se em pura indecisão
Vá caçar alguém parecido com você
Vá se esgueirar em becos
E ladeiras
Mude de cidade
Estado
Esqueça seu apelido
E volte a ser chamado pelo antigo nome
Quem sabe você não encontra um espelho?
O leva pra comer
Paga o jantar
E termina feliz na cama com ele
Estranhamente parei no maldito terceiro cigarro. Não por consciência de que eu não deva fumar tanto, que nicotina faz mal, vicia. Não. Mas sim por que descobri a tempo que isso aqui não é um surto. Como em outros ímpares e escassos momentos isso aqui é a sinceridade.
Quando você se depara com uma pessoa que mais parece um espelho e ela o faz refletir de imediato sobre seus erros isso acaba te enlouquecendo. Não enlouquecendo. Droga. Não é essa a palavra do encaixe perfeito aqui. Quando você vê uma verdade crua demais ela te incomoda. Então é isso. Incômodo do cru .
É na leveza do sentir que me torno feliz
Não são as palavras ditas
Com a reconfortante sinceridade
E muito menos os sorrisos
Que insistem em reagir
Se procura ética e moral
Saia já pela porta dos fundos
Nunca pela da frente
Ou pulando janelas
Levando como escudo jornais
E caixas de papelão