NaNa Caê
Fico a ver navios
Aqui
Navegando
Dentro de mim
Crio personagens para cada embarcação
Os faço chorar quando quero
Não costumo os consolar
É terrorismo mesmo
Tortura na busca de inspiração
A cabeça quando inquieta
Não pende apenas para uma vertente
Joga nos dois times
Dança que nem valsa
Pra lá e pra cá
No maniqueísmo
Parece barata tonta
Corre para todos os lados
Exerce sua obsessão de observar e inventar
Num tiroteio criativo
Salva e fere as idéias
Das bonitas, agridoces até as mais escrotas
Olha para pele
E pela de medo
Fulmina raiva
Tenta se convencer que será pela última vez
Dorme com o peso
Da escuridão das palavras
Tampando os poros
Tingindo diariamente sua efusiva pessoa
Que de eufórica possui apenas a mente
Ela não quer progresso
Regredir já estaria de bom tamanho
Mas as vezes até mesmo voltar para onde tudo começou pode ser complicado
E quando o álcool bate na sua cabeça
Bate preciso
Chega
Não apenas de uma só vez
Mas em todos segundos
Tortura contínua
Tontura francesa-latina
E eu te sigo nesse compasso de 360 graus
O giro não me derruba
Criar personagens é fácil
Encenar já vem de um dom bem mais amplo
O qual pode-se forçar a ter naturalmente
Entretanto no fim
Eventualmente o ator pode se perder em si
O Metal Que Não Corrói
.
A garota olhou pra gaiola e perguntou:
Pra quem você fala a verdade?
Quem realmente conhece sua verdade?
O garoto pro pano que cobria a gaiola indagou:
Qual é o segredo dessa prisão?
O que se esconde por trás de tanta ironia de seda?
Talvez ela não saiba quem é
Quem sabe nem vê as grades que possui
Que o insensível não a segure mais...
O sangue não é vermelho
Muito menos azul
Suas veias tem a cor da literatura
Tem que existir alguma paixão
Mas por enquanto nada sabe
Se a culpa ela que inventou
Ou foi apenas eventual
Pisa
Na pele
No Terno
No tenro olhar
Paga
O drink
Motiva a ida pro motel
Motiva
A entrada
Fundo em você
Não fique perguntando sobre personalidade
Não fique perguntando o que por dentro deve sentir
No fundo há apenas osso
Não passo de carne vermelha e quebradiço osso
O azul é deprê pobre criança
Quando pro claro remete ao céu
Logo só significa distanciamento
E quando tende pra tonalidades mais escuras
É meio triste
Morto
No estilo bem down
Descobre-se então que até as cores estão contra ela
Você entrou na metamorfose do felino
Agora se diverte
E entristece da mesma forma
Quando finca suas garras em meu pulmão
Assim não dá pequeno leão
Não consigo
Não entendo a dinâmica do estranho imã entre nós
Em meio a tanto amargo
Sabe que precisa jogar um melzinho na tua boca
Mesmo que junto com o doce
As abelhas acabem indo de brinde
Picando teu corpo
Inchando tua garganta
Só pra te dar aquela sensação de
ai meu deus estou gorda
Pura insegurança ensaiada
Você de maquiagem pesada
Tenta disfarçar
Com lápis de olho super marcado
Pó compacto
Amassa a esperança
Entre a pele
E a paixão
Agora não tem mais volta
Embaralhou as cartas
E o meu bom senso
Tire o que tiver pra tirar das mangas rápido
Por quê estou observando seus movimentos
Nem tente roubar
- Ah, então vá pros infernos
- Uhum, vou sim.
Mas antes me diz
Quando posso realmente ir ?
Promete de verdade me libertar ?
Não insistir que eu continue em seu coração ?
Talvez amanhã
Se o sol nascer
Clarearemos nossas mentes
Talvez amanhã
Se chover
Poderemos nos sentir mais limpos
Tenha pressa
Antes que eu acorde
Exploda
Finja estress
E arranque tudo de você
Que há guardado em mim
Só pra fingir frieza
Falta de emoção
h meu amigo
E você insiste que eu não fuja da receita
Como se aquilo fosse acabar
Mas não
Remediar nem sempre trás a cura
Às vezes só causa uma maldita prolongação