NaNa Caê

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Compreender um fescenino é muito simples querida:

Dê pra ele

Depois...
Não cobre nada

Inserida por nanacae

Hoje definitivamente não vou sair

Nem por você
Muito menos por mim

Mais tarde me alimento de tédio
Raiva

E vou dormir

Assim
Passeando por pesadelos
De barriga cheia

Inserida por nanacae

A arma foi delicadamente ilustrada
Polida
Recarregada

Mas você a pegou
Sem cuidado algum
Deixou cair no chão
E ela disparou
Cortando o ar
O silêncio
Minha garganta

E assim como quem não queria incomodar
Abriu a porta
Entrou no quarto
Sem bater
Pedir
Falar

Mecheu no guarda roupa
Pegou a maldita caixa

Enquanto eu entretida batia a cabeça na parede

Inserida por nanacae

Sei que sou chata
Um porre
Retórica às vezes
Às vezes aqui significa demais
Antes que vire e diga que estou mentindo
Aproveitando-me de eufemismos

Inserida por nanacae

Me ajude a vendar minha mente
Segurar escrachadas verdades
Ou apenas coopere para aguar
Aqueles malditos questionamentos
Que infelizes jardineiros
Fizeram o favor de plantar

Entre nós dois

Pequenos e tortuosos bonsais

Inserida por nanacae

Se vários poetas acabaram em whiskies
Vodkas
Conhaques
Vinhos

Se inebriaram em fumaça
De cigarros
Cidades
Carros
Da cabeça que se fundia
E fudia de tanto tentar parar de pensar

Quem sou eu então pra hoje de algo reclamar?

Mas e aí estrangeiro
O que vai ser de nós ?

Você me pergunta ...

Os poucos que ainda possuem olhos de alma


Quem poderá doar a medida excêntrica
Da correta dosagem de realidade ?


Acho que não será eu


Não aqui nessa terra quente e estranha

Inserida por nanacae

Ah Deus
Se tudo não passou de uma alucinação de Friedrich
E o senhor de fato exista
Que o céu desabe sobre nós

Se lá for realmente fresquinho

Que ele caia sobre nossas cabeças mesmo!

Inserida por nanacae

Pessoas-Falsetes por mais de 3 meses não existem
Falham
Acabam

Inserida por nanacae

Eu queria colar nas minhas costas
A grande verdade suprema:
Que não tenho paciência para animais
Sejam de estimação
Ou os falantes
Pensantes
Cheios de sentimentos vazios
Que dizem que amam
Choram no meu pé

Inserida por nanacae

Eu queria ter mais que 4 olhos
Pra poder ler de uma só vez
Uns 5 livros
E ao mesmo tempo sem óculos e manual
Dar conta de olhar
Para o infinito desconhecido
Dentro de mim
E talvez assim enxergar
Entender
O que realmente me faz infeliz

Eu queria fingir que escrevo
Tão pouco quanto os outros
Que pintam pequenos dispersos pingos no papel
Queria não virar noites
E latas
De tinta em cadernos
Preenchendo gavetas
Com bolos de folhas
Embolados em pensamentos
Lambrecados de pimenta e mel

Inserida por nanacae

Se são setas
Facas
Espadas
Ou traços falhos
Eu não indaguei

Só posso dizer que me causam espasmos
E consequentes amargos
Na boca
Olhos
E mão

Inserida por nanacae

Espero que não explique apenas sobre retas
Infinitos
Planos cartesianos

Conceitue também quadrados
Daqueles bem fechados
Aproveite e me dê um

Só pra ver as estranhezas
Sendo jogadas lá
Ficando sem ar
Sentindo coincidentemente
O que geralmente me causam

Quando passo por elas
Passo
Passo maL

Inserida por nanacae

O ser correto tem que se manter inteiro
Aceitar os encaixes que a vida lhe atribui
Compreender sua função
Em um gigantesco tabuleiro
Saber das regras
E não as burlar

Nunca tente bater a mão na mesa
Como se o jogo fosse melhorar
Pender para o seu lado
Porque o estrago será recíproc

Inserida por nanacae

O que se aprende no xadrez?

Não importa o lado que escolha
O que culmina superioridade são as estratégias
Inusitadas
Inesperadas
Inventadas

Pra ser vencedor é preciso apenas
Saber o melhor modo de manipular as peças

É claro...

Sem que o adversário perceba

Enquanto isso você fica aí

Pensando que entende todas as jogada

Por que não deu um fim ás fotos?
Apenas se sente bem com aquelas roupas
Fazendo frias poses
Ou possui resquícios masoquistas
E ainda se lembra de mim?

Inserida por nanacae

Infelizmente tenho sonhado
Quando cochilo minhas duas horas por noite
Perante meu novo embaçado olhar
Vocês estão abraçados
Os que se odiavam
Trocam beijos
Se comem
E sabemos que não é imaginação homérica
De minha fútil mente prática

Inserida por nanacae

Querem expressar um ódio inexistente
Uma raiva que se força
Olhares misturados com inventados risos
Que só me parecem piada
De humoristas decadentes
Retrógrados
Dependentes das revistinhas de banca de jornal

Inserida por nanacae

Eu tentei me livrar
De tudo
Inclusive do orgulho em seu excedente ser

Perguntei com quem deixar
Os malditos pertences
Mas você parecia que gostava
Vingança
Ou mero estranho prazer

Usava os objetos
Como queijo envenenado
Preso na ratoeira

E nesses momentos esquecia minha alma de felino
Perdia a autêntica esperteza
E frieza dos gatos
Transformava-me perante suas investidas
Em um dos piores ratos
Dos bem burros
Mordiscando pequenos podres pedaços
De lembranças
Que mais tarde por gula
Sempre me faziam mal

Inserida por nanacae

Não comprei nenhum sorinsal querida
Na real sequer dei conta de sair pra sala
O máximo que fiz
Foi caminhar até ao banheiro
Meti o dedo na goela
Várias vezes confesso
Mas nada saiu

Fiquei por insuportáveis tempos
Em completas fazes de enjôo
Na esquizofrênica dúvida
Do afasto ou me jogo
De cara na porca água

Bem cena de trainspotting mesmo

Inserida por nanacae

Deixei de ser zumbi
Assim
Em plena noite
Só pra ser feliz


Voltar a criar fantasias

Inserida por nanacae

A esperança não faleceu
Apenas foi levada pela resignação

Inserida por nanacae

Não foram as acusações de mentiras
Que o tornara vagabundo
Não foi o calar
Que o colocou como louco
Mas a pureza destemida



Bobo de nascença
Apelido
Nome e sobre nome
Não seguiu a ordem de a verdade não falar

Proibiram
Mas ele fingiu não ouvir

Tentou ser justo

Para no fim acabar como o maior injustiçado

Inserida por nanacae

Se soubesse como é triste acordar
Ir trabalhar
E mais tarde fingir que está tudo bem
Não recusaria minhas preces

Inserida por nanacae