Múcio Bruck

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Praquele janeiro...

Vou voltar praquele janeiro
Foi lá que me apaixonei
Que encontrei semente
Um amor que já nem sei


Vou voltar praquele janeiro
Tocar de novo a morna brisa
Cuidar da dor mais sensível
Que doía na flor que mais amei


Vou voltar praquele janeiro
Vou reencontrar em mim o poeta
Que com a pena tecia a alegria
De transformar desejo em poesia


Vou voltar praquele janeiro
Abrir as portas e me jogar por inteiro
Resgatar meu coração quase ateu
Dizer a ele que sou mais dele que meu

Inserida por mucio_bruck

Princesas e cowboys...

Banco de prosa no canto da praça
Viola a entoar canções sertanejas
No céu, balões a subir


Dançam princesas cirandas de roda
Fogueira queimando, estrelas que brilham
Por sobre meninos, são todos cowboys


Chega a manhã que ara com brilho
Os olhos da cor de esperança
Dos pequeninos


Brincando entre tantas fantasias
Sem saberem que na vida
São todos heróis

Quando Faltam Heróis...

Minha meninice ficou guardada na infância
Não por desejo próprio, mas por necessidade
Não demorei a me empossar da adolescência
Vívida, alegre, sustentável, amiga e atenta
Adornada de encantos e ais que a sorte causou
Me vi em um destino já traçado, tornei-me forte


Passaram lentos e tão corridos esses dias e meses
Muitos deles sozinhos, outros alegres, vezes inglórios
E logo me peguei me embrenhando por caminhos
Que me levaram a ser adulto, um gigante em mim
Trilhando aprendizados, ensinando o que sabia
Imerso em minha pequinês, refletida no espelho


Tomado de espanto nas descobertas inevitáveis
Como a que de um lar não é feito somente
De paredes, portas, janelas e jardim
Como que se estar à margem de um desfile
É o mesmo que não ser o ator da própria vida
E que a vida não é feita de acasos nem descasos


Me vi vivo, decidido numa sinuosa trajetória
Que, de tão necessária era, que minha passada
Era um caminhar sem tino, meio sem destino
E se não tinha destino, sabia eu
Que qualquer lugar seria um bom lugar
Caminhava vivente, quiçá, sobrevivente


Atinei, numa curva qualquer desse caminho
De que muitos esforços foram nulos
Mas não me entreguei fácil e covardemente
E foi para ter justa compensação no por vir
Que aprendi a abrir mão das nulidades vis
E me permiti voar... e foi o que fiz



Meus heróis morreram de diferentes maneiras
Restou administrar mil e tantas incertezas
Porque meus heróis não foram muitos
Mas eram os que me haviam e, pelo sim pelo não
Tomei para mim as rédeas de minha vida
E me tornei meu próprio herói nessa construção

Inserida por mucio_bruck

Querubim que a via...

Conheci uma menina
Que na janela dos olhos trazia
Debruçado e atento
Um "loirin" querubim
Quando ela dormia, ele ria
Brincava do que queria
De ser rei e operário
De dizer não ao contrário
Mas quando era ele quem dormia
De tudo acontecia ao olhar da menina
Curioso que era, varria a noite
Reinventava o dia

Inserida por mucio_bruck

Reticência...

Me desculpe por me sentir assim
Tão tanto seu, tão pouco meu
Nos braços de seu abraço
Me desculpe por não ter
O jeito que gostarias
Nem a idade que esperavas


Ah, me desculpe
Por somente saber amá-la
Com um amor que desconheces
Me desculpe por demorar
A perceber que não fui bastante
Nem útil e tampouco importante


Me desculpe por ser tão tolo
Por acreditar em mil bobagens
Por descrer das meias verdades
Me desculpe por ter mais que esperança
Por duvidar que nunca é tarde demais
Por meus olhos a verem melhor do que és


Me desculpe por teimar em sonhar
Por acordar mais vezes que adormecer
Por nomeá-la Princesinha em meu amar
Me desculpe pelos sonhos que sonhei
Por “obrigá-la” a dizer palavras difíceis
pelas frases tristes na hora da partida


Me desculpe pela quase heresia
De ter tido a pretensão de um dia tê-la
Pagarei com minha paz esse pecado
Me desculpe pelas cartas, poemas
Pelas lágrimas incontidas e fáceis
Mas somente pelas que não eram de alegria


Me desculpe a voz embargada
Pelo meu canto vadio e desafinado
Pelas falas que invadiram a madrugada
Me desculpe por não lembrar
Que não residia em ti o poder de aquiescência
E por fazer de seu silêncio, minha reticência

Inserida por mucio_bruck

Sem perdão...

Não te perdoo
Por seres tão íntegra
Por ter uma fé maior que a minha
Por ser tão menina e tão mulher


Não te perdoo
Por amar além do que sabe o amor
Por ser tão eternamente terna
E de maneira tão séria e tão feliz


Não te perdoo
Por ter um coração que sabe cantar
Por ter pernas que a sabem levar
Além de além-mar... e voltar


Não te perdoo
Por ter mãos de afeto
Por ter braços de acalanto
Por ser colo, manto, porto e encanto


Não te perdoo
Por ser tão atenta e fiel
Por ter nome de santa... e ser
Por nada desejar além de bem querer


Não te perdoo
Por ter olhos que brilham e inspiram
Por ter lábios que o desejo deseja
Por ser assim tão serena e plena


Não te perdoo
Por olhar o deserto com olhos de mar
Por jamais ter aprendido a dizer não
Por saber perdoar bem mais que o perdão

Inserida por mucio_bruck

Simplesmente Nice...

Olha, Nice
Chegara em minha solidão
Sem vestes ou pudor
Sem lamentos, sem dor


Olha, Nice
De alma coberta
De estrela nos olhos
Cortesã dos mais validos


Olha, Nice
Menina que mal sabia
Que o tempo traria
Um homem que a queria


E assim, Nice
Sendo homem esse menino
Um caminho a mostraria
Não de desejos, mas de valia


Uma estrada, Nice
Sem cercas, quase segura
Para irdes sempre em frente
Seguida por outras Nice's

Inserida por mucio_bruck

Só não vale desistir...

Solidão
Acatarei sua decisão
Seguirei só, em silêncio
Recolhido em sua prisão


Se o espaço for pouco
me encolho num canto
A pensar no impensável
A pagar o impagável


Mas logo aviso
Não sou de conformar
Em ficar distante do amor
Sem sentir terra e mar


Então, não se descuide de mim
Pois depois de refeito, cresço
Me agiganto, retomo-me em homem
E não há pena ou dor que me domem


Saio aos pulos de encontro a vida
Disparo sorrisos, tiro os lamentos
E se encontrar quem me queira bem

Estendo logo a mão e vou mais além

Inserida por mucio_bruck

Ti...


Hoje, faço uma canção
Que arda como fogo
Pra queimar uma paixão


Meu corpo, ora voraz
Já sente tantas dores
Das esquinas que dobrou


O amor me fez errante
Mercante da ilusão
Me fez também guerreiro


Sentinela da dor
Tombando notícias
Que trazem de ti


Hoje, não tem temporais
Amiga que tive
Sumiu por ai

Inserida por mucio_bruck

Velho Chico...

Disseram que nascia um rio
Logo acima, onde finda a vereda
Nascente de água límpida e frágil
Que aos poucos se agigantava


Vi brotar da terra a dita nascente
Observei as gotas incontidas
Fluindo, compassadas e servis
Pareciam saber o destino a cumprir


Iam, aos poucos formando córregos
Desviavam daqui e pra ali
Sempre e cada vez mais vivas
Água de minha sede, formando um rio


E do rio formado, correntes
Vieram lá da nascente, num repente
E com as águas fortes, crescidas
Brotaram lendas do rio de peixes viventes
Contada sobre boto e Iara, até boi Tatá


Deram ao rio nome de Santo
São Francisco, rio de lendas
Mas antes dos contos criados
Era ele o rio, uma estrada de água


E foi no leito acordado
Que adormeci embriagado
Pela beleza do rio que mar já era
Na sua largura, em minha ilusão


Criamos, eu e o rio, intimidades
Tamanha era que, mais idoso que eu
Tratei-o de Velho e Velho não era
Era criança, feita de águas, sonhos e lendas

Inserida por mucio_bruck

Viagem...

Noite de lua cheia
Eu quero sair
Noite de lua cheia
Eu vou prosseguir


E buscar nas cordilheira
O rastro de um avião
E na campanha o sangue Chê
Da revolução


Mirar o pôr do sol
Seguir alado embalado na canção
Sentindo o fogo derradeiro em meu coração
E ver o homem como índio dessa estação

Inserida por mucio_bruck

Zica...

Zica é dona de modos antigos
Português arcaico e meio embolado
Filha de italianos e radicada no Brasil
Foi morar nos confins de Almenara


Muito depois da cidade iluminada
Vivia com seus bichos e sua paz
Tinha rádio a válvula, e funcionava
Era sua ponte com o que havia no mundo


Zica, na sua ingenuidade, se pegou confusa
Ouviu dizer que haviam outras zicas
E que todas vinham de um mosquito
Seu espanto superou a indignação


Tomou banho, penteou os cabelos
Atrelou a mula Brivana na carroça
E foi pra cidade encontrar uma resposta
Quantas outras zicas haviam além dela?


Foi complicado pro Dr. Genival
Explicar a Dona Zica que de gente Zica
Só ela havia e que a outra zica gente não era
Era nome de doença, por picada de mosquito

Inserida por mucio_bruck

Alforria e comunhão...

A mais bela descoberta acontecida
Emanou cegante no olhar que nela havia
Olhos castanhos, de brilho ingente, falantes
machadianos, diretos... quase salvadores


Seu corpo de mulher, alvo, perfeito
Enunciava mistérios a desvendar
Mas isso, nada importava
Não era corpo que ele buscava


Nas marcas ganhas, guardou os dias
Que nela conheceu, virtudes e valores
Contou cada pinta, tocou cicatrizes
Desnudou segredou, desejos e temores


Sabendo amar, sabia que entrega demoraria
E dando por certo ser tudo milagre e destino
Por bem querer aceitou a decisão irrompida
E a viu partindo para aprender melhor a vida


Perigoso mesmo, seria ser franco
Dizê-la, em verdade, a que veio
Mesmo distante, tinha em si a garantia:
“Dela, nem mesmo a morte o roubaria!”

Inserida por mucio_bruck

Alma de mulher...


Tenho alma imensa... gigante
Feita de medo e coragem
De silêncio, amarras e voz
Amarras em laços, não em nós


Colorida, perfumada, bem cuidada
Dessas que sorri por bobagens
Que faz coro até pr'um bom desaforo
Que adora cartões, flores e mensagens


Minha alma caminha, salta, dança
É inquietantemente quieta
Mas só quando a noite parte
De dia, é quente... às vezes fria


É dada aos avessos e aos contras
Mas concorda com o que é certo
Tem hora que sai... vai embora
Mas não passa da porta e corre de volta


Minha alma nada entende
Além de ser só alma
Tá de bom tamanho assim
Porque quando ama, ama em mim

Almas tantas...


Não todas as minhas almas que conheço
Algumas, às vezes, me escapam ao peito
Outras, saem à brisa e voltam perfumadas
Tenho almas caseiras, que ficam em mim


Vivo em paz com minhas almas e elas entre si
Tenho alma de poeta... alma de cantor
Tenho alma que alegra e tem uma só de dor
Tenho alma até que rir-se da alma que é


As almas que me habitam, me socorrem
Cada uma com sua cautela, com suas quimeras
Tocam meus sonhos como se delas fossem
Atravessam mais luzes por minhas janelas


Minhas almas cantam salmos e mistérios
Me doam da noite, um pouco de orvalho
Das flores que namoram, cor e sabor
Se divertem almas... me tornam mais eu

Inserida por mucio_bruck

Amada Gi...


Meu amor,
Me tire pra dançar
Me leve em seus braços
Vem findar meus ais


Me conte do luar
Alegre meus porões
Embarque em meu navio
Vem conhecer meu mar


Não sei dançar um tango
Sem perder o chão
Não sei ouvir um fado
Sem sangrar paixão


Nas tramas do destino
Fiz planos de amor
Teci em desatino
Mil rendas de ilusão


Ah, a noite
Não tardou
Guardar suas estrelas
A lua retirou


Colhi de meu cabelo
A rosa que sonhei
Te dar ao fim da dança
Jurando eterno amor

Inserida por mucio_bruck

Amada...

Te convido a ficar em minha vida
Mas se quiser, pode deixá-la...
Não existem condições para ambas
Só seu querer, pura escolha...


Se desejar ficar um pouco mais
Te convido a falar de família
Mas pode ser de fé ou fantasia
Assuntar, de futebol a magia


Nas noites que seu sorriso faltar
Te convidarei a admirar estrelas
Se já não for capaz de ouvi-las
A gente canta e inventa poesias

Inserida por mucio_bruck

Amor de Infante...

Queria-me tanto teu
Que mesmo adormecido, ouvia-te
Verdadeiro, imaculado e ufano
Segredar em versos, a metade que sou


Se em minha utopia castelo havia
Era nela que a magia acontecia
E acontecendo, vivente era e sabia
Que a espera, um amor prestante valia


Queria-te tanto e tanto meu
Que coragem não faltaria
Pra conquistar todo um reino
E salvar da dor qualquer fantasia


Sonhava-me teu e tão desmedido
Vivendo-te em tempo passante
Que ainda infante, não me renderia
E por ti, amor de amar, até tombaria


E ao fim da cruzada, restada sorte errante
Por certo que fosse, salvar em ti a princesa
Por fé e direito ao destino que tinha
Romperia com o mundo e a tomaria rainha!

Inserida por mucio_bruck

Amor de vó...

Em minha meninice ouvia Vó Maria
Contar dos perigos que rondavam a estrada
Dizia que tinha lobo e até uma Fada Malvada
Em quase sussurro, afirmava que toda noite
Tinha festa do outro lado, onde nascia a floresta
Que tinha boto, saci, corrupião e até besta danada
Ouvia e via Vó Maria, atenta, quase heroína


Mas, quando a noite rondava meu dia
Corria eu, cego pro colo de minha covardia
Olho aqueles dias com o encanto de Lobato
Com um olho no Sítio e outro em mim
Mas ambos tomados de magia e alegria
Cresci e a estrada que passa ali já é outra
Não nego, os medos ficaram, só são outros


A covardia me corteja, mas não sou mais cego
Crescer é bom por isso
Os mistérios vão se desfazendo
E a realidade aproxima a razão
Penso que pra Vó Maria
A festa na floresta ainda aconteça
Mas já fia, não há lobo ou fada que me vença

Inserida por mucio_bruck

Anna Helena é menina rara... dessas de muitas letras e poucas falas. Com a coragem dos bandeirantes, desbrava, desde páginas que vão de versos que contam aventuras e encantos milenares até as quase indecifráveis de seus complicados estudos e, de tudo, sempre volta mais viva, falando de Pasárgada, dos Montecchios e Capuletos e, entre citações da boa obra de Adélia Prado ou de Fernando Pessoa, conjuga suas amigas fórmulas e associações de glicerídios e triglicerídios... óxidos... hidróxidos, ácidos fortes... ácidos fracos... até de uns tais H ionizáveis...

Certa manhã, inconformada com as injustiças do mundo, Anna esbravejava que, se preso fosse, o carbono teria direito a quatro ligações, enquanto o hidrogênio nem família tinha e, pra piorar, a cadeia do hexano era aberta...

E não parou por ai... questionava porque uma mulher com o nome de Florbela Espanca escrevera Conto de Fadas? Foi a gota d'água!

Em poucos minutos, Anna Helena foi levada de seu quarto ao consultório médico. Depois de muita conversa, doutor Orozimbo saiu do consultório e disse à mãe de Anna: “Lamento muito senhora, mas não há muito o que se fazer por ela... essa moça é um caso meio complicado de química e poesia”.

Inserida por mucio_bruck

Arco-íris...

Havia em minha fantasia uma passagem perdida
Iniciada num desvio secreto na rua das Fadas
Passando em meio a terra batida e pedras deitadas
Ladeada por ramos rasteiros e lenda inventada

E foi nela adentrando que vi o céu se escurecer
E já me perdia da trilha de volta e medo sentia
Em não mais encontrar, na mata fechada
A vereda que queria sob o céu que gotejava

Segui em frente e fui encontrar guarida
Às margens de um rio claro, doce e lento
Que passava peixes e folhas de toda cor
E mesmo molhada, distraída me encantei

Me peguei perdida sem conhecer a volta
Que tanto queria e já não me havia
Mas pra minha alegria formou-se no céu
Um arco-íris de cores tão belas e amigas

Que veio dar seu começo aos meus pés
E sendo de luz a ponte nascida em milagre
Me convidara por ela seguir, mesmo sem asa
Numa jornada que findou à porta de minha casa

Inserida por mucio_bruck

"Ó vós que conhece a paixão de nossa história
Íntimo do guerreiro vivente e pulsante em nós
Que bem sabe de nossa coragem nas batalhas
Travadas dignas, entre quatro linhas
Diga a todos por onde passares
Que um dia, vivos, saímos para honrar
Nossa camisa, nossa família, nosso povo
Em solo outro, num campo que nosso não era
E que lá não pudemos chegar à vitória sonhada
Porque tombamos antes do confronto esperado
Mas, mesmo mortos, ali, decididos permanecemos
Porque já não importava se disputa haveria
Nosso destino era outro: repousarmos heróis na eternidade!"

Inserida por mucio_bruck

A Ver Estrelas...

Hoje, cumpro meu fadado destino
Deixo-me banhar em poesia
Lapidada e inspirada em olhos teus
Sob um céu amante que me fascina
Pois era noite em minha louca sina
E foi lá do terreiro de vó Lenina
Que num repente chamei a ver estrelas
Minha doce amada, inda adormecida
E mesmo em face de seu seguro sono
Olvidara ela ser pueril o encanto
Em quase magia, o desejo e o acalanto
Serenar-se pura, tal qual ingênua criança
Sonhar serena, entregue em braços meus

Inserida por mucio_bruck

Inclusão e respeito de um ser humano para outro, não passa pela aceitação ou pela tolerância, mas sim, pela educação e educação é um patrimônio intelectual que só se ilumina com interesse pelo aprendizado e entrega, adquirindo assim, uma visão estética do amor fraterno que favoreça a (re)descoberta e a lapidação de nossos próprios valores!

Irmão nem sempre é aquele que nasceu da mesma mãe, mas sim, aquele que esta sempre ao seu alcance, interessado em sua vida e que ouve mais do que fala. A beleza do diálogo entre irmãos, muitas vezes reside no silêncio e na ação.