Biografia de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato

Monteiro Lobato (1882-1948) foi um escritor e editor brasileiro, um dos mais destacados autores de literatura infantil do país. As histórias do “Sítio do Pica-pau Amarelo” e seus habitantes – Emília, Pedrinho, Narizinho, Dona Benta, Tia Anastácia, Visconde de Sabugosa, Rabicó e tantos outros – permanecem como modelo no gênero.

Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Formado em Direito, em 1904, foi promotor por curto período, foi também fazendeiro e Adido Comercial nos Estados Unidos. Mas, foi como escritor literário, situado entre os autores regionalistas do Pré-Modernismo, que se destacou no gênero conto, se posicionando diante dos problemas sociais e culturais do país.

A literatura “adulta” do escritor reúne três obras de ficção: “Urupês” (1918), livro que reúne doze contos sobre as cidades por onde passou. Foi nessa obra que surgiu a figura de Jeca Tatu, que ele imortalizou na nossa literatura; “Cidades Mortas” (1920), onde o autor relata a decadente região do Vale do Paraíba, exaurida pela monocultura do café, e "Negrinha" (1920), onde mostra seu sentimento polêmico da costumeira vontade de doutrinar e reformar.

Monteiro Lobato foi um dos escritores brasileiros de maior prestígio, por suas histórias infantis e por causa de sua atuação como intelectual polêmico. Publicou no jornal O Estado de São Paulo, o artigo “Paranoia ou Mistificação” (1917), onde critica a exposição de pintura expressionista de Anita Malfatti, considerando seu trabalho resultado de uma deformação mental. Publicou “O Escândalo do Petróleo” (1936), envolvido na luta pela defesa das reservas naturais brasileiras.

Em 1941, Monteiro lobato foi preso por ataques ao governo. Saiu da prisão em 1942, fundou a Editora Brasiliense e se entregou totalmente ao trabalho e à produção de obras infantis. Em 1946, após a ditadura Vargas, trabalhou pela Constituição. Mas, descontente com o Brasil, mudou-se para a Argentina. Em 1947, regressou ao Brasil. Monteiro Lobato faleceu, durante o sono, em 5 de julho de 1948.

Acervo: 56 frases e pensamentos de Monteiro Lobato.

Frases e Pensamentos de Monteiro Lobato

Um país se faz com homens e livros.

Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.

Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.

Monteiro Lobato
A Barca de Gleyre: quarenta anos de correspondencia literária entre Monteiro Lobato e Godofredo Rangel
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– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais [...]
A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre?, perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

Loucura? Sonho?
Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira - mas tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.

Monteiro Lobato
Obras completas: Literatura geral