Mônica Machado
Pensamos que tudo que usufruímos será infinito. Nunca ligamos se está morrendo aos poucos ou nos matando. Tudo tem um fim, tudo acaba, tudo se vai, tudo diz adeus. Mesmo parecendo infinito, acaba. Como o "pra sempre" sempre acaba também.
O "pra sempre" sempre acaba por não existir o pra sempre, ou por não existir eternidade das coisas que achamos boas?
Eu era composta de dois pilares. O pilar mais importante partiu. Ficou o pilar secundário, que sou eu. Eu estou desmoronando, isso quer dizer, caindo aos poucos e morrendo diariamente.
Me lembro perfeitamente de pedir-lhe para não partir, porque eu precisava muito de você. Você partiu pra nunca mais voltar, mas, em meu coração eu sei, você sempre estará.
Meu coração era cheio de vitalidade, saúde, sentimentos, pois você me ensinou tudo isso. Agora você parte e deixa ele vazio.
Um conselho: Nunca ache que tudo é pra sempre, por mais "visível" que pareça, nada é. Nunca ache que somos pra sempre porque o pra sempre, nunca existiu.
Cada coisa que falo, cada gesto que faço, cada frase que cito, cada lágrima que escorre do meu rosto, estou me sufocando aos poucos.
Talvez você seja a decepção mais rara do mundo. Mas saiba, a decepção está me fazendo te esquecer, e a cada dia me decepciono mais com você.
Você é como flor; que no verão florece lindamente. E no inverno; seca e desaparece, como o adeus que me disseste.
Nascemos perdendo, nascemos morrendo. Superamos morrendo, crescemos perdendo. Quem sabe a vida não seja apenas uma batalha de perdas e vitórias.
Eu achava que sentia saudades. Até você partir e me mostrar que a saudade é bem maior do que aquilo que eu sentia.
[...] Eu segurei minha respiração, pensei em tudo que me sufocava e me matava aos poucos; e só me vinha em mente, você.