Moacir LuÌs Araldi

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A folha em branco é de dúvidas.
Todo o cuidado é pouco para preenchê-la.
É preciso acertar.
Tem-se que superar o medo de errar
A resposta certa, quem sabe onde estará?

Inserida por Moapoesias

Saudade é rasto em terras que não pisamos.

Inserida por Moapoesias

Brilho

Onde tem brilho
nasce uma vida
cresce a poesia
de versos e sabor.
Onde tem brilho
as mãos se entrelaçam
os olhares se cruzam
os sorrisos florescem.
Onde tem brilho
os passos são ritmados
a direção é conjugada
as pessoas são amadas.
Onde tem brilho
nasce uma flor.
o sol se controla
pra que vença o amor.

Inserida por Moapoesias

Fecha-se noite.
Volte teus olhos para dentro de si.
Não quero ser visível.
A lua nos esqueceu.
Siga teu rumo
Eu seguirei o meu.

Inserida por Moapoesias

Fico feliz pelos elogios e ainda mais pelas criticas
aos meus textos, assim é que vou tentando melhorar.
Quando é pessoal poderiam ser evitadas
sei dos meus defeitos, aliás
eu odiaria ser perfeito.

Inserida por Moapoesias

Na minha tentativa de ser poeta dei-me conta que sou apenas o subentendido da metáfora.

Inserida por Moapoesias

Talvez viver seja desafiar-se.

Inserida por Moapoesias

Sou um gaúcho que busco na poesia uma forma de me naturalizar brasileiro.

Inserida por Moapoesias

Suave e leve como o pouso da borboleta
a brisa cobriu a vida,
embaçando o vidro cristalino.

Pela fresta da janela
o vento vira a página do livro aberto.

Cheiro de flor penetra minhas narinas.
Alguma deve existir por perto
além do ipê florido que desapareceu.

Ao longe um latido
acompanha a imaginação
romper o véu e sumir.

Ancorado sou escondido
pela minha respiração
esbaforida na vidraça.
Dia agourento
pesado e cinzento
passando...
Se tivesse trilha sonora
seria melancólica e triste...
Triste como tango.

Inserida por Moapoesias

Palco
Seja palco por um momento...
Faça você à cena,
Solte a imaginação
aproxime-se da plateia
deixe só a metáfora te distanciar.
Agradeça ao público
mande beijos para as críticas,
aperfeiçoe só o possível
não endureça, seja sensível.
Quem não sente não chora,
Mas também não vive.

Inserida por Moapoesias

Delírios.

As palavras, por vezes, me emprestam verdades
Por outras... Sonhos.
Sei diferenciar pela reação da frase.
Realizo-me quando vejo uma frase sorrir.
Imagino os sonhos que passam na cabeça de cada letra que,
Certamente, decolam em viagens delirantes e inesquecíveis.

Inserida por Moapoesias

Vem... Vamos.

Chamou seu cachorro meio incrédulo da vida. Ao ajoelhar-se para acariciá-lo, sentiu o desconforto da cintura maior.
Queria outros ventos. Buscava uma vida sem rodeios e pessoas sem “nove horas”.
Estava farto de lirismo comedido, tanto quanto Bandeira.
E ao rasgar a foto em que usava gravata, talvez buscasse repetir Getúlio e entrar para a história ou, no fundo, no fundo mesmo, desejasse ser o Policarpo.
Contudo trocou de roupa.
Lustrou os sapatos. Abriu a geladeira, devorou meia fatia de melancia rapidamente.
Segurou com a mão direita o blusão no ombro esquerdo.
Uma última olhada no espelho.
- Outra pessoa - concluiu.
Nem percebeu a marca de patas no jeans.
Fechou a porta deixando a luz da sala ligada.
Não voltaria para apagá-la.
Com pequenos assovios chamou Serelepe:
- Vem... Vamos...

Inserida por Moapoesias

Se Neil buscasse inspiração poética, ao pisar no solo lunar diria:
Um pequeno passo para o poeta, um grande salto para a poesia.

Inserida por Moapoesias

Prefiro pessoas que tem o mesmo sorriso na frente ou atrás das câmeras.
Que sentam comigo na mesa mesmo sabendo que não tenho como pagar.
Que mesmo preferindo a areia não me impeçam de entrar no mar.
Gente que estende e aperta a mão com vontade.
Que tem brilho nos olhos e na alma e, ainda assim, vive sem ostentar.
Que se ajusta ao ambiente sem mudar o humor.
Que abraça o porteiro, o manobrista e o mensageiro com a mesma intensidade com que abraça o doutor.
Gente que tem a senha dos sentimentos tatuada nas suas ações.
Que são inteiras em qualquer situação.
Gente iluminada que quer te ver feliz de verdade.
Pessoas querida que valorizem a simplicidade da vida.
Que levam e te dão um pouco de vida.

Inserida por Moapoesias

Quando até a verdade apavora
consciente ou não o homem chora.
Mas quando a mentira se sobrepõe
não há verdade que consola.

Inserida por Moapoesias

Não sei de onde veio. Era de número privado.
Li por acaso, assim, meio desconfiado.
Valeu a pena ter apreciado.
Curto. Um breve recado.
Dizia apenas: Sorria filho por Deus amado.
Ninguém mais do que eu esta ao seu lado.
Sou Jesus.

Dou-me conta: hoje é o dia.
Dou uma trégua
Dou um sorriso
Dou um grito de amor à vida
Na mais amável poesia.

Inserida por Moapoesias

Atenção: cabeça erguida, ânimo, vida.
Ação!

Inserida por Moapoesias

Muitos amores deixarão de existir antes do amanhecer.
Alguns na tradicional versão da sarjeta,
Outros como na tragédia encantadoramente brega de Titanic.
Contudo o sol trará a certeza de que uma nova história poderá ser criada.
Talvez prática e breve ou romântica a ponto de ser eternizada.
Seja como for, o final não se pode definir ao começar.
Que seja um feliz começo e o final o reflexo dos seus desejos.

Inserida por Moapoesias

Que o valor que tenho não seja julgado pela aparência.
Que eu possa sempre dar a conhecer minha essência.
Pois meu primeiro verso tem alma de brisa,
E o segundo ainda mais me humaniza.

Inserida por Moapoesias

Que todo voo seja tranquilo e sem limitações.
Que nenhum vento possa fechar o portão.
Pois meu primeiro verso é feito de imaginações,
E o segundo... Um coquetel de bons corações.

Inserida por Moapoesias

A vida sempre quer mais.
Mesmo sem sufixos
sem versos completos,
ainda assim a vida quer mais.

Ainda que algumas páginas fiquem machucadas
enlameadas, quase irreconhecíveis,
com grande esforço se recompõem do jeito que dá,
pois entendem, a vida quer mais.

Inserida por Moapoesias

Eu já abracei sem vontade.
Já elogie só pra ser gentil.
Liguei apenas pra agradar.
Escondi as quedas pra parecer forte.
Sorri pra enganar.
Sem entusiasmo desejei bom ano.
Ataquei apenas pra me defender.
Hoje sei que ser autêntico
É o que nos faz mais humano.

Inserida por Moapoesias

Naftalina

Vestiu-se cheirosa de naftalina
No âmago um sonho dos tempos de menina.
No toca fitas o som da ilusão
Um gosto frio de café.
Um ruído sem refrão
Cheiro mofado de cabaré.
Uma algazarra de todo lado
Lábios duplos avermelhados
Fumos da sala pelo ar espalhado.
No armário suas nove horas.
Uma voz bêbada e um trocadilho hilário.
Teve o remorso corroendo
Frustrou o sonho de ser amada
Suicidou-se tanto
Que acabou morrendo.

Inserida por Moapoesias

Madrugadas Verdes
Eram tempos ocultos,
Protegidos em codinomes
davam a noite um perfume exclusivo,
Cheiros sempre alusivos
momentos de se ler em livros.
Amigos, mulheres e homens.
Era um mundo de paz escondida,
de aluno virar professor,
de ruas desertas e gritos descompromissados,
de sonhos acordados,
de soldados alienados,
de desejos enfileirados,
de madrugadas verdes e silenciadas,
de serenatas até onde a voz alcançava,
de vilões com seus violões
De militares chegando feito assombração.
Um tempo em que se ria sem emoção.

Inserida por Moapoesias