Mirna Rosa
Em castelo me vejo prisioneira como o colibri uma vez já foi. Se tenho o tesouro que tuas posses me rodeou, não tenho no ar a liberdade nem a expansão dos jardins em flor.
Você pensou que eu não percebia a doçura em seu olhar.
Eu percebo até mesmo a ameaça do gesto que você desfez.
Isso porque evidente é nossa afinidade, então adivinho-te o pensar.
Quisera me vestir de pétalas perfumadas, para seu bem querer conseguir. Mas somente se for duradouro teu amor, ou não adianta o esforço para ter você perto de mim.
A física demonstra que toda pedra jogada acima de sua cabeça, volta. Viva de modo que as pedras arremessadas, lhe assegurem alguma leveza na queda.
Enviei um barquinho de papel e ele não voltou, fiz um aviãozinho, lancei e nada. Agora enviarei a tropa dos soldadinhos de chumbo que vão te procurar até te encontrar.
Os sonhos de papel, vou trocar por sonhos de verão, para que o calor dos meus dias dê o impulso e a realidade com eles possa se encontrar.
A terra está a céu aberto, em um equilíbrio espetacular no meio do universo. Para tantos, por si só, pela grandiosidade já constitui um colossal milagre. Mesmo assim, e nem assim, a humanidade se mostra digna de tal realidade.
A natureza se impõe por vezes de maneira drástica para nos lembrar que na força que ela tem não conhece oposição.
Se cada um pensasse somente coisas boas durante um minuto, nossa atmosfera ficaria irreconhecível. Energia é coisa séria, poderosa e real.
Ao compasso da sinfonia, sou arrebatada para um mundo etéreo onde até o menor detalhe tem a perfeição que só encontro lá...
Todos temos o livre arbítrio, ele é nosso parceiro contumaz em nossa evolução. Somos os donos de nossos destinos.
Apesar de parecer que a humanidade se perde na noite dos tempos sem progresso moral, ele está presente e fazendo a mudança necessária ao nosso planeta.
Aos que estagnaram em sua caminhada, saibam que tudo muda, tudo se transforma e haverá um tempo em que não mais poderão se alienar.
Em uma época não tão distante assim, os homens repartirão o pão que acabará com o índice vergonhoso de morte por “puramente” fome.
Quero a cantiga da infância onde a roda era gigante e se brincava de mãos dadas. A corrida era de pega, juntos todos se escondiam e os olhos se vendavam por pura fantasia.
Todos os homens estão fadados ao progresso e a felicidade. Ninguém retroage, no mínimo estaciona por breve momento. Momento esse que é um lapso de tempo na eternidade...
Quero um jardim em flor para que todo dia ao abrir a janela, o perfume invada o interior de minha morada e transforme meu despertar.