Míriam Morata

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⁠Porque quando me vi no meio do mar bravo e meu barco ameaçava afundar, consegui compreender o que eu precisava aprender com tudo isso.
Não era aplacar a fúria do mar, não foi para isso que fomos feitos, mas cuidar do barco e chegar à outra margem.
Fomos feitos para a travessia e não para controlar o mar.

Inserida por MiriamMorata

⁠O meu Deus
O meu Deus não escolhe um povo e manda eliminar outro;
O meu Deus não fica irado e não se decepciona com os humanos;
O meu Deus não castiga e não recompensa os erros e acertos;
O meu Deus não escreve livros – ele Pulsa e Canta em tudo que vive;
O meu Deus não constrói reinos para alguns filhos privilegiados,
enquanto prepara um inferno para os rebeldes;
O meu Deus não olha com mais carinho para a orquídea, do que para a haste de grama, pois cada uma cumpre seu papel na Grande Obra.
A vida não é Tempo de provações para saber quem merece o “prêmio do amor de Deus”, mas escola e festa e o meu Deus não é o vigia, mas aquele que me convida para dançar.

Inserida por MiriamMorata

⁠Perdoar é Esquecer?
Não sei quantas vezes ouvi durante este ano, a frase rasa e sem sentido – “Deixa pra lá!”
"Deixa pra lá"... como se "lá" fosse uma lixeira da calçada do vizinho, fora dos domínios seguros e limpos do “Eu iluminado”.
O que ninguém me explicou é “Onde é lá?”
Lá é embaixo do tapete? É aquele lugar no nosso porão, onde depositamos nossas mágoas, revolta, medos, vergonha, tristeza, raiva... bem distante do meu mundinho perfeito e adequado.
Não!
"Lá" está dentro, na sala, no quarto, na cozinha, no coração, na memória, no estômago, no útero... "Lá" é a incubadora onde meu monstros estão sendo gerados e alimentados com o medo, ódio reprimido, vergonha, ira, lembranças doloridas, humilhação...
"Lá" é onde são fecundadas as minhas doenças, fracassos, culpa, raiva, frustração...
"Lá" é o fundo da gaveta; é dentro da mala esquecida em cima do guarda-roupa; o meio da agenda antiga que caiu por detrás da estante; o bilhete guardado no bolso da calça que nunca mais serviu... "Lá" existe e mantém registrado tudo aquilo que imaginei apagar, com minha compreensão e sabedoria mentirosas, é o lugar perigoso onde escondi o meu pior e coloquei a etiqueta – PERDOEI!
Perdoar não é esquecer, aliás é impossível esquecer algumas coisas, mas é possível se libertar da emoção que envenena e alimenta os monstros que guardam as portas do “lá”.
Escancara essas portas, olha nos olhos desse monstro, não com raiva, mas com respeito, pois esse é meu filho. Deixa o sol entrar e iluminar cada canto, cada lembrança amarga que a memória tentou apagar e eu fingi que acreditei.
Ninguém consegue apagar a emoções e histórias que escreveu, mas reinterpretar essa história, para amenizar a dor e a revolta, é talvez, nosso ofício mais difícil.
Perdoar não é sobre quem me feriu, é sobre o que eu me permito fazer, com o que a vida fez de mim.
Perdoar não é abrir as portas para quem me feriu, essas portas estarão fechadas para sempre, mas é minha responsabilidade deixar do lado de fora, a mágoa, a raiva e a revolta e fechar tudo isso para sempre."

Inserida por MiriamMorata

⁠Rever as feridas e enfiar o dedo no meio delas, para tirar toda sujeira acumulada.
Hoje revi todos os papéis, agendas, anotações, recibos... que guardei desde 2022.
Achei documentos de processos e o B.O. que fizeram contra mim, me acusando de roubar meus pais; negligenciar e ser responsável pela piora e desnutrição da minha mãe (ela não dá comida e a d. Nena está com anemia); encontrei também os recibos de cobrança de inquilinos que me deram um golpe e sumiram sem pagar aluguel e as contas de água, luz e IPTU.
Sei que não vou receber, ganhei todos os processos que fizeram contra mim, e guardava todos esses documentos para provar nem sei o que; como se pudessem testemunhar todo mal que me causaram e assim, remediar ou acalmar meu coração cheio de raiva e revolta.
Então percebi que não posso carregar o Velho para usar como matéria prima da fundação do Novo; não dá para fingir que nada aconteceu, eu precisava parar nesse degrau, sentar e enfiar o dedo no meio da ferida, para tirar aquela farpa de raiva e desejo de vingança, que nunca permitiu que essa ferida cicatrizasse.
Não posso continuar me enganando que tudo será como antes – Não será! Mas pode ser muito melhor!

Inserida por MiriamMorata

⁠Quando eu me obrigo a calar, fingir que não ouvi, concordar com opiniões e escolhas que eu não aceito... para demonstrar gratidão, lealdade e impedir que esse alguém saia de minha vida, só porque um dia me amou, ou estendeu a mão nos momentos mais difíceis da minha vida, estou me desrespeitando.
Aprendi que quando me desrespeito enveneno minha Alma e meu corpo, quebro a minha força e aos poucos vou me perdendo de mim.
Serei sempre grata a todos que me ajudaram, estenderam a mão, me fizeram feliz e compartilharam um pedaço da minha história.
Gratidão é lealdade, mas não é Submissão.
Quem não respeita minha fé, minha ideologia política; minhas certezas – toda guerra é criminosa e não existe livro sagrado neste mundo, que justifique o assassinato de inocentes; ou a ganância de minoria produzindo miséria, fome, destruição com as bênçãos dos poderosos ou o argumento do Versículo...; então, antes que alguém faça discurso sobre o Perdão e a Importância do Diálogo, esta é a minha primeira meta - nunca mais me sentarei na mesma mesa que um racista, homofóbico, fanático, fascista, alguém que maltrata animais, ou qualquer um que use a religião como instrumento para alimentar o preconceito, a intolerância e a crueldade.
Se você não me respeita como sou, você não é bem-vindo no meu mundo e na minha vida. Isso não significa ódio, mágoa, decepção... apenas a vida seguindo e eu refazendo minha lista de convidados para seguir comigo.
Bem-Vindo quem chega e Boa viagem para quem sai.

Inserida por MiriamMorata

⁠Tudo é tão bizarro e sublime.
De repente eu vislumbro uma resposta absurda e radical, para explicar o sentido da experiência de existir. E antes que consiga elaborar essa ideia preciso parar tudo, por causa de uma diarreia, ou câimbra.
Esse é o segredo do jogo da vida - o sublime e o ordinário caminham de mãos dadas, ou melhor abraçados, no deserto da compreensão humana, e ambos são reféns de um corpo limitado e cheio de vontades.
E tanto as perguntas, quanto o deslumbramento diante da possível resposta, não fazem a menor diferença, no movimento dos astros e da Roda da Vida...

Inserida por MiriamMorata

⁠Eu não sigo meu sonho, é meu sonho que me segue, como visgo grudado não minha Alma, como música que não sai da cabeça, ou como o cheiro de esperança e paixão que desassossegam o coração.

Inserida por MiriamMorata

⁠Será que eu percebo a sutil linha divisória, entre a cortesia e a covardia?
Será que eu percebo o momento em que o Amor, se transforma em instrumento de manipulação ou desespero?
Será que eu percebo qual a hora exata, de fechar a porta e não abrir nunca mais... ou abrir a porta e permitir que alguém entre no meu mundo?
Somos distraídos, ou medrosos demais para experimentar a vertigem, diante da imensidão do agora?

Inserida por MiriamMorata

⁠Quando a vida se tornou um monstro gigante, que temos que alimentar constantemente?

Inserida por MiriamMorata

⁠"Agradeço ao "Grande Croupier do Universo" pelas cartas que me deu e me ensinaram a blefar, calar, perder mas, nunca sair da mesa.
Agradeço a todos os invejosos e maus-caracteres que passaram pela minha e me ensinaram como eu não deveria ser.
Agradeço a mim porque aprendi a nadar entre tubarões e não sangrar."

Inserida por MiriamMorata

⁠Todos nós guardamos cuidadosamente um mundo estranho, à espera do nosso desespero ou desistência, um lugar que está sempre pronto a nos acolher ou esconder.
Quando acessamos esse mundo?
Sei lá, talvez nos sonhos que inventamos para não desesperar ou desistir, talvez nas mentiras a que nos agarramos para suportar o fardo da existência ou, quem sabe, esse mundo esteja escondido na cápsula dos remédios que tomamos para escapar do mundo.

Inserida por MiriamMorata

As histórias que constroem a realidade nem sempre são aquelas que, conscientemente, realizamos ou acreditamos realizar.
O Universo é construído também com as histórias que negamos, aquelas que não nos permitimos, embora nosso coração acalentasse e guardasse isso em algum lugar secreto.

Inserida por MiriamMorata

⁠Aprendendo a navegar...
Estranha viagem é a vida. Somos lançados no mar da existência, em um pequeno bote, que chamamos corpo, dirigidos por um silencioso e estranho capitão, que chamamos alma, coração, mente... ou qualquer outro nome.
Ambos não se conhecem e talvez a única razão dessa estranha viagem seja possibilitar a aproximação desses estranhos navegantes.
Nas noites de tempestade, o pequeno barco percebe, aterrorizado, a sua patética fragilidade. Nesses momentos, transforma seu desespero em uma prece e tenta se agarrar a alguma verdade inventada, alguma certeza “absoluta”, a algum deus generoso para chamar de Pai.
Mas a fúria do mar revela a exata dimensão de tudo o que nos cerca, mostra que nossa ignorância não tem alcance para certezas absolutas, nossas verdades não passam de possibilidades que não possuem raízes no nosso coração e nosso Deus Pai continua tão silencioso quanto no dia em que o primeiro homem lançou ao mundo seu primeiro grito de horror em busca de um alento.
Onde estão as mãos que me colocaram nesta estranha viagem, sem guias, mapa ou uma bússola que me aponte um norte qualquer?
Por que não consigo compreender a rota que esse capitão sussurra e teimo em navegar por caminhos estranhos, que me afastam, cada vez mais, do meu porto seguro?
Sem certezas ou verdades, apenas amparada pelo anseio, ou pela suspeita de um Deus Pai, onde posso aportar meu abandono?

Inserida por MiriamMorata

⁠Esperamos o grande amor, esperamos os filhos nascerem, os filhos crescerem,
Esperamos o emprego dos sonhos,
Esperamos o melhor momento para sermos felizes ou para dizermos o que ficou preso na garganta.
Esperamos uma mão amiga que nos acolha...
Esperamos demais e fazemos muito pouco, talvez por medo do fracasso. Esperamos que Deus nos salve e que a felicidade venha em algum momento depois da vida, em um lugar que chamamos de paraíso...
E, de tanto esperar, quase sempre morremos virgens e tão espantados e desamparados quanto nascemos.

Inserida por MiriamMorata

⁠"Somos muito mais do que um conjunto de átomos
organizados pela “Mão do Grande Arquiteto”;
muito mais do que obra do fogo de Prometeu,
mais do que a combinação sagrada de barro e sopro;
mais do que poeira de estrela, ou energia em movimento;
somos feitos de histórias, vividas ou imaginadas.
Somos feitos de sentimentos e emoções
escancarados ou secretos;
somos feitos de saudade e esquecimento;
somos feitos de sonhos imensos e adiados;
e do encantamento que brota das
pequenas coisas possíveis que conseguimos realizar.
Somos feitos da mágoa secreta,
por tudo que poderíamos ter sido
e das histórias que nunca iremos contar.
Somos feitos do orgulho bobo pela grandeza das histórias vividas;
enquanto escondemos em alguma dobra do coração,
a culpa pelas histórias que não nos permitimos.
Somos feitos do “Não” que calamos
e sufocaram o “Sim” que poderia ter feito toda diferença.
Acho que disso é feito homem,
desse ofício sagrado de preencher o Tempo que nos foi dado,
enquanto vai amalgamando a imensidão do Mistério,
com essa a matéria frágil de que somos feitos.
Somos os personagens de um misterioso e criativo
“Contador de Histórias”, que nunca nos permite
Tocar nesse roteiro sagrado e às vezes cruel."

Inserida por MiriamMorata

⁠"Será que esse amor que cobra tanto, resistiria a "1 não"?
Aí você descobre que abriu mão de tanta coisa, esqueceu tantos sonhos, afastou-se de tantas pessoas queridas, negou tantos momentos de felicidade ou gargalhada gratuita... para pagar com o seu maior tesouro - (o amor próprio e respeito por você), as migalhas de amor que jogaram pelos caminhos que você percorria, correndo atrás desse amor barato.
E de repente você descobre que arrependimento não rebobina o tempo, o que perdeu está perdido para sempre."

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⁠O porteiro me olha desconfiado:
- A senhora não pode entrar, a festa é privada.
- Eu fui convidada, mas não trouxe o convite.
- Só entra com convite.
- O senhor sabe com quem está falando?
Ele me olha espantado.
- Sou uma entre os 8 bilhões de pessoas que vivem neste planeta; que por sua vez, é um entre mais de dezessete bilhões de planetas similares ao nosso em toda a galáxia - Via Láctea; que é uma das cerca de 100 bilhões de galáxias no nosso Universo... Percebeu?
Ele abre a porta e eu entro... festa estranha e gente esquisita.
Vou para casa escrever sobre “A arte de transformar insignificância em poder”.

Inserida por MiriamMorata

⁠“E quando eu saio do meu lugar, para ficar no lugar do outro, seja por compaixão, amor ou medo de não me sentir amada, eu deixo não apenas o meu lugar vazio, mas a mulher que eu nasci para ser, ficará para sempre a minha espera.
E quando eu finjo que não ouço os gritos do meu coração, para acolher o sussurro do coração do outro, seja por compaixão, amor ou medo de não me sentir amada, eu calo para sempre esse mensageiro sagrado, que a cada bombeada de sangue, me lembra que eu não sou apêndice de ninguém e não vim ao mundo para calar, mas para gritar meu silêncio nos telhados do mundo.”

Inserida por MiriamMorata

⁠"A burrice e o fanatismo serão as piores doenças do próximo século, porém mais triste que isso, será o fato de que ninguém irá buscar a cura, pois todos terão orgulho da própria estupidez."

Inserida por MiriamMorata

⁠"O medo dos términos era tão grande que passou a evitar os recomeços... ou...
O medo dos recomeços era tão grande que ela suportou tudo, para evitar os términos morreu sufocada com tudo que calou, frustrada com todas as histórias que não experimentou e infeliz por não se permitir ser aquilo que nasceu para ser."

Inserida por MiriamMorata

⁠"Não perca tempo tentando arrombar portas trancadas, se você não tem a chave, esse lugar não é seu. Bora procurar seu lugar no mundo, antes que a vida passe e você envelheça na calçada."

Inserida por MiriamMorata

⁠"É permitido ir embora, mesmo amando muito.
É proibido olhar para trás, ou deixar a porta entreaberta.
É permitido ficar com raiva e e bater no peito - "como fui burra!"
É proibido escolher o mesmo erro, tomar mais uma dose do mesmo veneno, abraçar o algoz e fingir que perdoou.
É permitido errar, tropeçar, escorregar, cair mil vezes na mesma armadilha.
É proibido ficar no chão e desistir.
É permitido lamentar o tempo perdido, o sonho esquecido, a oportunidade que deixou escapar por medo, ou cansaço de existir.
É proibido sentar nas pedras do caminho e abraçar a desesperança.... é ´roibido desistir.
É permitido ser humano e se agarrar ao último fiapo de dignidade, ainda que a Alma esteja minguando de fome e de Vida.
É proibido desistir do último fiapo de dignidade e aceitar migalhas para alimentar a Alma.
É proibido desistir."

Inserida por MiriamMorata

⁠“Mamãe não quer aceitar que esse homem não é mais o marido dela. Eu não quero aceitar que esse homem não é mais meu pai. E ele parece aceitar que não tem mais ninguém. Confuso? Dolorido? Assustador!
Sei que morremos um pouco, todos os dias, sei também que não somos donos de nada, nem de ninguém, mas é muito difícil experienciar essa teoria.
Temos necessidade de agarrar a vida, tomar posse das pessoas que amamos, segurar a felicidade para que ela não escape e sempre ficamos com as mãos vazias, um gosto amargo de frustração na boca e a sensação que morremos virgens, sem entender nada.
Um sonho?
Não sei, acho que nunca saberei se sou parte do sonho, ou a sonhadora.
Uma viagem?
Não sei se sou a viajante, a capitã ou apenas o barco.”

Inserida por MiriamMorata

⁠“O rapaz para diante da prateleira e pega um vidro de palmito, olha demoradamente, desvia o olhar e começa a sonhar com o azeite, molhos e conservas.
Ele está vendo um prato delicioso em uma louça perfeita, como uma obra de arte que embriaga todos os sentidos.
Eu olho o palmito e a única coisa que me ocorre é - “tira a tampa, pega o mais molinho, chacoalha e come.”
Então eu descubro que o mundo das coisas, nada mais é do que um cenário cheio cores, formas, cheiros e possibilidades, que alimentam a imaginação para que tenhamos força para mover a roda da vida.
O rapaz foi embora, com o palmito e algumas coisas que eu nem sei o que são... foi feliz e sonhando.
Eu fui embora sem o palmito, e alguma noção sobre a arte de tocar no denso, para resgatar o sublime... fui feliz e sonhando.”

Inserida por MiriamMorata

⁠"O cansaço é a única coisa que consegue engolir o medo e a esperança".

Inserida por MiriamMorata