Miriam Da Costa
Temos que aprender a CAMINHAR humanamente
sobre a Terra antes de querer PISAR na Lua , Marte e outros planetas.
Na voracidade do tempo
em que a vida vai passando
eu me deleito na placidez da natureza
e ao mundo lá fora
com suas parvoíces e insanidades
ofereço o meu profundo fastio.
Habita uma paz imensa
nas trilhas benditas
da minha terra natal
e tudo à minha volta
se traduz poesia
na paisagem do meu ser.
Eu me podei
e agora
eu só quero germinar
minhas sementes profundas
e reflorescer cada vez mais
folhas, gomos e pétalas de poesia.
O poeta quando nasce
não chora como todos
os recém-nascidos...
Declama sem saber
o seu primeiro verso.
Eu vivo à flor da pele
os sentidos da alma
em profunda incisão
toda a imensidão
que a caneta
entre os meus dedos
jamais poderá viver.
Eu vibro intensamente
nas veias do pulsar
da minha inspiração
e sou vulcão
eructando letras
sem nem mesmo
saber escrevê las.
Eu me sentia fortemente inspirada
tinha algo de extremamente
profundo para escrever
mas ...
a minha caneta
era tênue demais.
Houve um tempo em que as pessoas sentiam vergonha
por comportamentos e externações vulgares e mal educadas,
agora são extremamente permeadas de orgulho.
Esse Brasil parece estar de cabeça para baixo
e o povo prossegue cada vez mais cabisbaixo
enquanto muitos falam por falar
poucos estão a observar
que as palavras perdidas
o bom senso estão a matar
e já não bastam as velhas feridas
dos porões do passado relembrar
se não sabemos como tudo isso reverter...
onde o certo parece estar errado
e o errado o orgulho faz crescer...
se não ha sequer interesse de ter aprendizado
quem não tem o que dizer...
É melhor ficar calado!
Vivemos em uma era de aparelhos eletrônicos inteligentes
que fazem tudo ou quase...
e de seres humanos imbecilizados
que não conseguem fazer quase nada sem essa tecnologia.
Eu sou humana mas não me humanizo.
Eu sofro sendo parte dessa humanidade
mas eu não me humanizo
sendo sofrimento.
Desastres Ambientais ... ser humano desastrado...
Eu me preocupo com todos esses frequentes desastres ambientais,
da mesma forma que me atemorizo com toda a banalização
com que o ser humano reage diante de tais desastres,
como se fossem considerados fenômenos corriqueiros.
Vivemos uma era de graves e irremediáveis tragédias ecológicas
onde somos uma sociedade que com profundo desinteresse superficialmente se interessa do clamor da notícia e nada mais.
O tempo sem tempo... sempre encontra o seu tempo...
O tempo não precisa do tempo sem tempo,
ele se faz tempo no seu próprio tempo.
Eu fui uma criança/adolescente estranha... quando menina gostava de brincar sozinha na minha casinha que ficava escondidinha no quintal; aos 13/14 anos lia K. Gibran e muitas vezes preferia ficar sozinha lendo ou escrevendo na minha Remington ( não sei bem o motivo... mas acredito que entre todos foi o melhor presente que o meu pai me deu), matava algumas aulas de religião e educação física para ir namorar na praia deserta durante o inverno. Detalhe importante: eu namorava o Mar.
Eu continuo estranha...
Existe uma paz infinita
na imensidão da alma
abandonada na vastidão
do silencio que me espreme
me derrama
me sangra
me arde
me coagula
me sutura
e me funde poesia.
Enquanto a liberdade de pensamento é condicionada á discrição e ao silêncio (ou seja: pense á vontade mas fique na sua com o seu pensamento!),
a liberdade de expressão é prisioneira dessa atual censura
livre de condenar absolutamente tudo.
