Minerva Rose
Sinto-me distante da vida, sorrisos surgem em minha frente e fico a ver passos de lágrimas, não consigo frear a emoção de sentir muito, ouço sussurros latejantes em meus ouvidos, quero esquecer o cheiro doce da pele que ficou na memória, quero poder apagar o histórico daquele amor, quero dilatar minha razão, oprimir a minha emoção, sinto que ainda pertenço a uma junção que não mais existe, profundo amor que um dia tirou meu mais sincero eu te amo, despiu o meu corpo, minha alma. Sinto-me desprevenida,me dói em pensar na possibilidade de estar de frente a meu colapso sentimental,jamais esquecerei aquele amuleto da gratidão, Catarina há de usar, quando algo é verdadeiro, vem de dentro, transforma, transborda, traz leveza, traz paz, permite encontros, todavia como as estações, amores vem e vão, esperei pela primavera de tulipas, mas foram os girassóis e as rosas que me apareceram, gratidão.
Em um tempo distante...passado! Pensei que seria para sempre,fiz questionamentos ao meu destino, atiçei minhas lembranças de quando eu fui protegida,vasculhei milhares,milhões de vezes uma pequena caixa dentro de mim que guardava meus sentimentos de gratidão,ao observar,me dei conta de que a gratidão contida era por me permitir viver. Grata pela vida.
Certo dia, vi fagulhas de alegria dentro de mim,o primeiro amor a gente nunca esquece,seja para sempre ou não,deixa rastros,em mim ficou incertezas,caminho perguntando e se...Como se pudesse ter feito diferente.
Descalço me deito,descalço me levanto. Mas gosto de deitar para lembrar das inúmeras vezes que fui feliz, dei o melhor que pude como eu pude dar, guardei lembranças das palpitações, guardei o cheiro da saudade,mas,deixei para trás o que não estava ao meu alcance,as incertezas do destino. Deixo-me descansar, guio-me pelas veredas e espero o melhor. A vida me ensinou a nunca desistir.
Observo que o sentir está além do pensar,as decepções ajudam bastante a esquecer,mas não são suficientes quando o sentimento é verdadeiro,o amor não deveria fazer sofrer,quer dizer, não sei se o amor dói,mas sei que dentro de mim tem uma estrada cheia de buracos,de sinalizações erradas,falhas de acontecimentos causados por pessoas que amei. Seria tão fácil tapar os buracos com diversão,com novas aventuras,ou findar o ciclo da vida,mas não vale a pena. Na estrada da vida,sofre quem não sabe o manejo, é preciso paciência para atravessar cada buraco,sabedoria para ultrapassar sinais e entendimento para lidar com pessoas confusas.
Se eu pudesse te mataria dentro de mim! Mataria todas as noites de insônia,mataria os momentos que me isolo mesmo em meio a multidões,mataria todos os abraços,os carinhos...a imensa dor que sinto é tão grande quanto o amor que um dia senti,hoje são lembranças que me faço esquecer,durmo para não lembrar,caminho certa de que fui real,martirizo a mente do quanto fui idiota ao não perceber que fui usada,jurando que fui amada,a necessidade e carência me fizeram cegar,o amargor do que vivi, me faz ser ausente,mas sinto saudades do que me machucou,sinto saudades do que não servia para mim,mas, entendo que nos vinte e poucos anos a vida só começa,amores são como ondas do mar,umas vem fortes e nos mostra amores intensos e outras leves,acho que essa parte ainda não vivi.