Milton Friedman
A maioria das falácias econômicas nasce da tendência de assumir que a riqueza é como um bolo de tamanho fixo, ou seja, de que um lado ganha apenas às custa do outro.
As grandes conquistas da civilização não vieram de agências governamentais.
Subjacente à maioria dos argumentos contra o livre mercado está a falta de crença na própria liberdade.
A única maneira que já foi descoberta de muitas pessoas cooperarem voluntariamente é por meio do livre mercado. E é por isso que é tão essencial para preservar a liberdade individual.
Se uma empresa privada for um fracasso, ela fecha; se uma empresa governamental falha, ela é expandida. Eu o desafio a encontrar exceções.
A grande virtude do sistema de livre mercado é que ele não liga para a etnia das pessoas, não liga para a religião da qual elas fazem parte; ele se importa apenas se elas podem produzir algo que você quer comprar. Esse é o sistema mais eficiente que já descobrimos para permitir que pessoas que se odeiem negociem para ajudar umas às outras.
Governos não aprendem, apenas pessoas aprendem.
Muitas pessoas querem que o governo proteja o consumidor. Um problema muito mais urgente é proteger o consumidor do governo.
O erro central das medidas governamentais reside no fato de tentarem, por meio da coerção, obrigar as pessoas a agir contra seus interesses imediatos a fim de promoverem um suposto interesse geral. Tentam resolver o que se supõe um conflito de interesses, ou uma diferença de pontos de vista com relação a interesses, não por meio de uma estrutura que elimine o conflito ou tentando persuadir as pessoas a ter interesses diferentes, mas forçando as pessoas a agir contra seu próprio interesse. Substituem os valores dos participantes pelos que estão de fora; alguns dizendo a outros o que é bom para eles ou o governo tirando de alguns para beneficiar outros. Estas medidas enfrentam, portanto, umas das mais poderosas e mais criativas forças conhecidas pelo homem – a tentativa de milhões de indivíduos de defender seus interesses, de viver suas vidas de acordo com seus próprios valores.
Enquanto a liberdade efetiva de troca for mantida, a característica central da organização de mercado da atividade econômica é a de impedir que uma pessoa interfira com a outra no que diz respeito à maior parte de suas atividades. (...) De fato, uma objeção importante levantada contra a economia livre consiste precisamente no fato de que ela desempenha essa tarefa muito bem. Ela dá as pessoas o que elas querem e não o que um grupo particular acha que devem querer. Subjacente a maior parte dos argumentos contra o livre mercado está a ausência da crença na liberdade como tal.
Eu diria que, neste mundo, a maior fonte de desigualdade tem sido os privilégios especiais concedidos pelo governo.
Uma sociedade baseada na liberdade de escolha é melhor do que uma sociedade baseada no socialismo e na coerção.
O fato central mais importante sobre um mercado livre é que nenhuma troca ocorre, a menos que ambas as partes se beneficiem.
A liberdade exige que os indivíduos sejam livres para usar seus próprios recursos à sua maneira, e a sociedade moderna exige cooperação entre um número grande de pessoas. A questão é: como você pode ter cooperação sem coerção? Se você tem uma direção central, inevitavelmente tem coerção. A única maneira descoberta para que muitas pessoas cooperem de forma voluntária é através do livre mercado. E é por isso que é tão essencial preservar a liberdade individual.
Aqueles, dentre nós, que acreditam em liberdade devem crer também na liberdade dos indivíduos de cometer seus próprios erros. Se um homem prefere, conscientemente, viver o dia de hoje, usar seus recursos para se divertir, escolhendo deliberadamente uma velhice de privações, com que direito podemos impedi-lo de agir assim? Podemos argumentar com ele, tentar persuadi-lo de que está errado. Mas podemos usar a coerção para impedi-lo de fazer o que deseja fazer? Não existirá a possibilidade de que esteja ele certo e nós errados? A humildade é a virtude que distingue o indivíduo que acredita na liberdade; a arrogância é a que distingue o paternalista.
Inflação é como alcoolismo. Nos dois casos, quando você começa a beber ou quando começa a imprimir muito dinheiro, os bons efeitos surgem primeiro – e os maus efeitos só aparecem depois. É por isso que, em ambos os casos, há uma grande tentação de fazer isso exageradamente: beber demais e imprimir muito dinheiro. Quando falamos da cura, porém, é o contrário. Quando você para de beber ou para de imprimir dinheiro, o lado ruim aparece primeiro e os bons resultados apenas surgem depois.
Não acredito que a solução para o nosso problema seja simplesmente eleger as pessoas certas. O importante é estabelecer um contexto político que torne politicamente vantajoso até para as pessoas erradas fazer a coisa certa.
O dinheiro é uma coisa importante demais para ser deixado aos banqueiros centrais.
Nota: A citação costuma ser atribuída a Georges Clemenceau, mas trata-se de uma paráfrase criada por Friedman para se referir à outra frase de Clemenceau:
...MaisA instabilidade das taxas de câmbio é um sintoma da instabilidade da estrutura econômica subjacente. A eliminação de tais sintomas pelo congelamento administrativo das taxas cambiais não corrige nenhuma das dificuldades subjacentes e se só torna o ajustamento a elas ainda mais penoso.
Os Estados do Sul após a Guerra Civil tomaram diversas medidas para imporem restrições legais aos negros. Uma que jamais foi tomada, sob forma alguma, foi a de estabelecer barreiras à propriedade sob qualquer aspecto. A não imposição de tais barreiras não refletiu evidentemente qualquer interesse especial em evitar restrições aos negros. Refletiu, na verdade, uma crença básica na propriedade privada tão forte que sobrepujou o desejo de discriminação.
Aqueles, dentre nós, que acreditam em liberdade devem crer também na liberdade dos indivíduos de cometer seus próprios erros.