miguel westerberg
Eu sou a voz emancipada dos recusados
o peregrino que se esconde
Quando o dia se revela e a noite vem.
eu sou o mesmo de sempre...
Aquele que cruza tantas vezes por ti na praça
Aquele que olha e sempre te têm tanto para te dizer,
mas é de lamentar que tu nunca me escutes.
Gritais e não há entre vós um só que vos escute,
Bolívar não esta mais entre vós outros,
Ché foi morto por todos aqueles que se diziam
Protetores.
America Latina
Almas petrificadas carregam memórias
De outros tempos, quando uma sombra
Reaparece em forma de anjo ancorado e triste.
Tento me abstrair e dizer para mim outras coisas
Que só o meu coração conhece e esconde, quando esta triste e tão só.
Lá fora as mesmas coisas...
O movimento constante de sempre,
Em um se estar em parte alguma e as vezes incerta.
A calamidade provocada pela inércia neste preciso momento leva-nos cada vez mais a nos afastar uns dos outros e deste modo a era que tem surgido aparece no vácuo. Quanto mais nos isolarmos uns dos outros, acabamos por perder uma grande oportunidade que é a de criar algo novo. Sabendo desde sempre que o que é novo só é possível através da união e quando se compartilha ideias ou ideais.
Nós artista do século 21 temos esta obrigação independente do ramo ou do dom que nos foi dado por direito a nascença, para agir em conformidade do meio e do espaço que estamos inseridos.
Van Gogh quantas telas vendeu? Picasso quantas humilhações teve que passar para que a sua arte fosse verdadeiramente reconhecida? E tu que ES artista, estas a desistir dos teus sonhos e do propósito que Deus te deu, para dar continuidade de embelezar o mundo com a tua arte.
Arquivo o dia como se ele fosse parte do passado, para depois fazer surgir outro sem que ele tenha terminado e anulado alguma vez os meus sonhos.
Es o resumo da minha vida em tão poucas palavras...
Já que ela tem apenas um só significado.
Que é o de nunca poder dizer fim.
Grito em meus sonhos, palavras incapazes de me fazer ir longe, porque a minha vida é apenas isto: Uma madrugada entre um dia inacabado, onde as minhas memórias se perdem talvez para sempre.
Esta é a pura e cruel realidade do nosso mundo. Ninguém quer fazer nada pelos os outros. Dormir e acordar, para ficar sempre em silênçio é tudo que fazemos atualmente.
Os meus olhos e mãos o que têm em comum, quando observo os de mais mortais? Nada, simplesmente nada de mais.
Sonho e nada mais faço do que sonhar, afinal como artista ou poeta eu creio que foi para isto que eu tenho nascido, para sonhar e dar continuidade aos sonhos.
O sertão nordestino era como um colírio para os meus olhos, sempre pronto alimentar a minha alma. O povo humilde e sempre bem disposto, que a fim da tarde se sentavam nas esplanadas dos bares para beberem e rirem das suas vidas tão sofridas.
Comecei a olhar as telas inertes à minha frente e um frenesi tomou conta de mim, pois há muito tempo que não as admirava. Observei-as demoradamente e sem pressa, pois cada uma delas retratava uma historia singular que tinha a magia de me transportar para outros tempos, vidas, sonhos, enfim, para o meu refugio sagrado: minha destemida imaginação. Pela primeira vez reparei que ao longo dos anos cada uma delas variava e muito de tonalidades, revelando o meu estado de espírito.
Do livro: Paginas que o tempo rasga
Isso é uma verdade incontestável, pois tanto Henry Miller quanto Rimbaud foram dois seres incompreendidos no seu tempo e desprezados por a sociedade, mas acabaram por tornarem se imortais por aqueles que em vida nunca os compreenderam. A vida de artista é mesmo assim, nem as próprias mães chegam a entender seus próprios filhos, quanto mais à própria sociedade. Vivemos como na corda bamba e tudo o que dizemos parece absurdo. As nossas palavras ou jeito de vivermos nunca se encaixa com os padrões desta ou daquela sociedade.
. Há objetos que são únicos e intransferíveis, os quais jamais conseguimos nos separar deles e este é um destes objetos que sinto que fazem parte de mim.
As minhas irmãs nunca estão de acordo com meu modo de vida e estão sempre me cobrando uma vida estável ou em família. Acho que, de preferência, rodeado de muitos filhos. Não conseguem entender que sou diferente e não é porque queira o deseje, mas simplesmente por não poder evitar de ser assim. Este é o meu jeito e assim foi constituída a minha personalidade.
Tive vários períodos: o transcendental, o urbano, verde amarelo e o período negro. Todos eles dentro de uma linha de pensamento cubista com mistura de um leve toque expressivo.