miguel westerberg
Não escolhemos as nossas idéias nem o nosso espaço ou o tempo, ele o tempo nos escolhe e danos uma vocação que acredito não ser incerta.
O artista movesse no circulo do seu próprio tempo e lentamente absorve respostas vindas de um acaso que esta para alem de suas idéias ou ideais. A loucura das palavras aparece deste modo, quando na tentativa de descrever uma nova era, ela é nada mais que a força de um acaso predefinido.
Deliberadamente cada pensamento que renasce é uma resposta plausível para outras interrogações. Chamasse talvez a isto destino. Mas se existe um acaso o destino em si o que é se não o principio de algo que estava para se cumprir mediante o tempo e ação provocada por tantos acasos.
Panfletos que se perdem na virada do tempo
A mistura de seres sempre desesperados
Quando os vossos lamentos e cânticos se abafam
E todo mundo se encontra as escuras.
Será que entre nós
Existe alguém capaz de fazer frente a esta tão estranha
Manha sempre tão densa e serrada?
Eis a nossa chance de nos tornamos imortais,
Mas eu sou um homem esquecido
Um bruto, um artista que perdera o rumo
E viajara para tão longe e nunca mais ninguém
Ouvira falar de mim. Enfim!...
Telas e palavras que se perdem
Entre o pó de um século para outro século.
Escrevo então sobre o tempo e lembranças de uma infância conturbada...
Para nunca deixar morrer o que tem que ser posto a luz do dia, Porque eu vivo como vivo, como eterno inabitado homem
Perdido entre o passado e o presente de uma vida tão estranha.
Apago a luz e fico no escuro com o meu rosto virado contra parede,
Vendo passar as horas e escutando apenas sons distantes que me acalmam alma,
Tenho sono, mas o meu sono e tão pesado,
Que me faz sonhar sempre as mesmas coisas...
Um pássaro que dança sobre um céu azul cristalino que corta ao vento ou uma criança que se erguem e vê a sua sombra de um tamanho acima de si.
Os meus sonhos a minha sina, como um elo inseparável.
Tu que sonhas, tens direitos diferentes
Dos demais homens, um direito que ninguém rouba de ti,
Direito a liberdade interior...
E com essa liberdade tu mesmo libertaras
Os que nunca acreditaram no teu sonho.
A lua é apenas um ponto no infinito que durante as noites solitárias
Anima-nos, o resto é apenas outro apenas que nunca vamos prestar atenção.
Interrogar tornou se para mim a coisa mais banal...
Os meus sonhos são tão eternos que nem os alcanço,
O meu coração nada mais vê e sente.
Aqueles que passam por mim e acreditam em mim,
Não sabe que sou apenas um homem
Que já morreu e com eles caminha perdido
Entre as brumas deste estranho tempo.
Sabes!!... São poucos aqueles que entendem
O verdadeiro significado da vida.
Afinal a vida se resume a uma só palavra;
Aquela que deve ser sempre prenunciada em silencio...
ESPERANÇA.
O meu coração neste momento se encontra
Suspenso e no vazio.
Mas, Aquela que vive comigo
Já não sabe o que dizer ou fazer...
E eu mesmo me recuso abrir a minha boca,
Temo perder as minhas suaves palavras.
Não consigo fazer mais nada
Nem ter gosto pela vida o meu paladar
Está amargo porque tu nada me dizes
Nem me respondes.
Resta me apenas caminhar em frente e nada mais fazer,
Para ficar em silencio porque foi tudo que me restou,
Depois que nossos corações se separaram.
Tento aniquilar o passado
E voltar de novo às coisas simples da vida,
A fim de obrigar a minha mente e meu coração a dizer
Basta.