Melina Coury
Minha professora dizia que o lápis e o papel eram parte de minha família. E as palavras surgidas neles ajudariam a formar meus devaneios.
Melina Coury
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Aujourd'hui, je désir voudrais
Je voudra ne avoir plus désirs.
Melina Coury
Mel
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Na cama vazia
agora um recato
lençol estendido
em silencio repousa
a moça defronte
devassa a memória
retrata o requinte
da língua poética
o mel, em tua boca
faz fêmea cativa.
Melina Coury
Mel
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Dans ce lit vide
maintenant un pudency
drap-housse étendu
repose dans le silence
la fille en face
mémoire pénétré l'essence
représente le raffinement
langue poétique
du miel dans ses la bouche
fait femme captivité
Melina Coury
Mel
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"Para não cair no vazio"
Com o teu olhar poeta
passa o vulto do poema
numa trama de algodão
bem nos vãos das saias.
Melina Coury
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Versifico
*
Entre Terços e Tercetos,
paira uma Oração em cada Verso.
Rosário que quase hai-cai.
*
Melina Coury
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Se a palavra
é risco, as lágrimas
podem ser cisco.
Melina Coury
Mel
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Dorme, vou versifico (haicai)
Se diz, pede:
Volte antes da lua plena;
E acordamos.
Melina Coury
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Si le mot est
risque à la larmes
poussière peut être.
Melina Coury
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Língua à mingua (hacai)
Sei o gosto
Inunda o pensamento
e falo doce
Melina Coury
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Illinois, 09/05/2012
Sans un nom, sans une place
Quando você se vai,
letras acompanham,
fogem, as palavras,
e a poesia não fica,
nem certa ou incerta.
E quando você retorna,
a bailarina faz a volta,
gira, o traçado modifica,
para tentar te encantar.
E em conjunto partimos,
sentimentos e palavras,
sem um nome, sem lugar.
De onde o tempo espaço,
dizendo pleno, fez o laço.
Há só o verso a te chamar.
Melina Coury
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Soufflage sèche.
Dans direction voie l'incertain
au pied du verset.
Melina Coury
Mel
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Le tournesol (O Girassol)
Só gira ao sol,
quase ensaia dança,
no pé da planta.
Melina Coury
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Faremos (de)pois em silencio
Em teu ouvido muda
minha a boca (ab)surda
larga uma palavra: assimila
são beijos em tua lembrança.
Resta ao olhar mais astuto
vencer minha mão intrépida
deste irreprimível desejo
de fustigar teus receios.
Melina Coury
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Paris, Ile-de-France
Samedi 20 Octobre 2012
Preludiando amor primeiro
A cada viagem te cabe ir,
pelo prazer da (a)ventura,
já o destino sorri (in)grato,
a Roma do amor primeiro.
Longínqua voz, pede e clama,
diligente acende a memória,
arde toda noite e todo dia.
Olhar fi(n)ca na amplidão,
o mar de acantos à árvore,
no tronco inerte, o sentido,
da intimidade dos corpos.
Por atalhos, foi à saudade,
adentrou ao paraíso ardente,
ainda mais lindo: composto.
E caiu das mãos o tempo,
fez eco em concha aberta,
e as horas fugiram lentas,
alternando seus sentidos.
Assombros nas letras sobem,
conjugada a palavra rubra,
molha, olhar mediterrâneo.
Mas se perdeu tanta rima,
na fonte e eu não sabia,
ter naquele antigo (en)canto,
os vagos tons, de miragens.
Agora à própria lua desponta,
diluindo a hora, em segundos,
querendo terminar a outrora.
Luz clarão deste improviso,
abranda a claridade agora,
projeta aqui à tua sombra,
desejo brincar de saudade.
Melina Coury
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A ida alonga, a volta contorce, tanto dobra que quase ouço,
faz mais interessante, estende, o doce pormenor suspiro,
paramenta a palavra murmurada, a cada centímetro da folha,
enquanto todo o entorno, a minha volta, desaparece a vista,
escrita à mão, os braços arrepiam, pois enlevam os desejos, de
num abraço, colar em ti, como o mais vivo viés, de tuas vestes.
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Melina Coury
Bem subjacente.
Só mente ser semente,
da muda à flor.
Melina Coury
Mel
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O meridiano da Gaivota - (Haicai)
Agora deriva,
dos olhos de outono,
deixa o olhar.
Melina Coury
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Incêndios transparecem
Visto à sombra,
o fogo, dos sentidos,
são teus olhos.
Melina Coury
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Bien cachés
Faux de dire semences,
un arbuste de la fleur muet.
Melina Coury
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Uma poesia em dois tomos
Essas colinas
Os volumes das vertentes
Sei-os de cor.
Melina Coury
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A poesia ideal,
é a que na imagem toda,
torna-se detalhe,
no crepúsculo ainda é brilho,
apenas ponto de luz no horizonte.
Melina Coury
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Traduit l'action
aspirava de ti,
o maior amor,
lânguidos lábios,
entrelinhas,
já rubra...
intumescida...
cálida...
no ir e vir à boca,
entretida,
a aréola enquanto aspirada,
afunilava;
Saboreando o gesto
em tua língua.
Melina Coury
Mel
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