Melina Coury
Brilha! Eu sigo tua trilha...
Se tens encanto reconheço,
com alguma poesia veste,
palavras, põem o adereço,
rodam em ciranda bamba.
Junto sentimentos, espeço,
carinhos são descaminhos,
derreto e sei que enterneço,
traz brilho, completa a prosa.
Onde um eco fez endereço,
vida e poesia, um encontro,
(im)puro estado de transe,
trocando olhares, adormeço.
Ah... se deste sonho mereço,
Rogo, dai-me simples(mente!)
a atenção, sem desapreço,
por este verso sobrevivente.
Melina Coury
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Se a fé remove montanhas, é o desejo que faz do impossível algo real.
Melina Coury
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Rose rouge sang (Rosa vermelho sangue)
Se esmagada teve tua rosa,
tens coração, chuva e ilusão,
cenário está pronto completo,
gratidão se descobre no ato.
Degela! Roda tuas sete saias,
decalca o frenesi em teu seio,
tatuagem mostra sem receio,
muda!se cala inteira,não muda.
Vestido não rasga; Retira!
destila da rosa a essência,
no salto, sê volátil, condensa,
transforma em perfume exala.
De esconde esconde se brinca,
quem sabe um anjo a respira,
esmagada foi rosa, te lembra?
se faz inteira a roseira...
a rosa se recupera.
Melina Coury
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Sem apelos (sans appels)
E precisei de teu olhar de ser tristonho,
com mãos de poeta, escrever-te lenta,
para pretensiosa completar-te os olhos.
Pausadamente percorrer teu nome,
buscar seu tom suave, sem apelos,
perfume inconfundível, a cada letra.
Menina que se de fato existe, não se sabe,
nem se poderá de novo, ser tocada,
a passagem que em si não tem regresso,
quantas lembranças mortas (ainda vivem).
Janaús, purpurinas, lantejoulas reticentes,
pouco faz, refletem o oco da ilusão, poesia,
imagem penetrando espelho entristecido,
caindo implícita, ao chão, em mil pedaços.
Melina Coury
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Implicites (implícitos)
No fio do subentendido (en)caminho,
o sentido mascarado na entrelinha,
as palavras se oferecem vão dar baile,
dança o pensamento em descaminho.
Tanto ritmo e o pressuposto é pervertido,
mas na música, ainda a letra se insinua,
induz, minha lembrança à sua memória,
e desnuda, o apogeu do seu desejo.
Melina Coury
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Ton temple débauché - Petite Poésie
Desde teu templo lasso
Tudo que se teme,
chamas no meia-taça,
das redomas que tomas,
ao Mel de teu Sorriso,
salvo-me no vinho.
Melina Coury
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Sim, esta folha é para você!
A dita dor,
Do céu de seus vértices,
agora é paz.
Melina Coury
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Por onde vogo (Haicai)
O mundo curvo,
vôo além da gaivota,
longe demais.
Melina Coury
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A febre do que sonho
Sonho quente,
sonho morno,
sonho frio.
Em qualquer temperatura que eu sonhe
só sonho você.
Melina Coury
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Inventer des comptines
Invento rimas para as palavras
Que escorrem por teu corpo
sem fingimento, no intento
ter-te os olhos em ma poesia
fazê-los deitarem lentamente
nas letras, formando um leito
nosso feito, de afeito desejo
em torno de ti desenvolvo
baile de língua em teus lábios
da festa guardo melhor sabor
no sonho envolvente das curvas
em que só não rimo teu fascínio.
Melina Coury
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Ao Largo (Au Large)
noite sutura,
da lacuna ao rasgo,
do dia a dia.
Melina Coury
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Didactique amour utopique
Capturado e envolvido
O devoto amor não escolhe
atinge seu ápice
do ponto de cessão
o amor que nada pede
doa-se e entrega-se
em sentimento
sem processo de troca
e sem barganhas.
a privação do ser carente
em aceitar concebível
de amar apenas por amor,
um sentimento canalizado
amar o desconhecido sem
resposta
se doar estar disposta,
entregar atenção, afeto,
tempo, calor, alegria,
ou apenas as palavras.
Quem quer amar não seleciona
apenas ama, somente ama.
Melina Coury
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Procura traço se (haicai)
Sonoridades,
buscam-se na palavra
enamorada.
Melina Coury
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La art de l’autre nuit
Tal qual a obra de arte,
Amor é decidido na tela.
As letras aos olhos teus
legitimando ser alguém.
Em pérolas, equilibrada
freqüentemente alinhavo,
estruturados sentimentos,
que ressoam amor sentido.
Um canto à aura poética,
na profusão das palavras,
a entorpecente esperança
sem palpos à teia deita.
Meu pendular, teu olhar
que ora vem, ora vai,
na fusão torna poesia.
E não cala, alma amada,
teu carinho reverbera...
Melina Coury
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J'ai perdu ta voix...
Teu silencio...
é a palavra escondida,
na língua ou em parte,
para não ser ouvida.
O som sábio, procura,
pelas frestas-fendas,
tenta descobrir, transpor,
a profunda falha,
rachadura da redoma,
onde tua voz se perdeu.
Melina Coury
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Joyeux anniversaire mère Márcia (Gloss) 12/08
Saber de cor,
Savoir par coeur
Know by heart
Recebe meu abraço,
apertado,
faz dele tua poesia,
envolvente,
dá baile nas letras,
aflitas,
em busca de tuas mãos,
sensíveis,
para formar par na dança,
das palavras,
certas na melodia, harmônicas,
no ritmo,
girando ao toque de teu coração,
embaladas,
até encontrarem no silencio,
a lágrima,
escorrendo do olhar da leitora,
emocionada.
Melina Coury
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Vermelho rápido
Pálida ar(r)anha
Púrpura, pinga pura
O co(r)po turva.
Melina Coury
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À margem da língua
A língua
Come as palavras
Engole a fala.
Melina Coury
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