Meire Moreira
Em celebração ao Dia do Índio e Dia do Descobrimento do Brasil eu vou meter o pé na porta da casa de alguém e expulsá-lo dizendo que a casa agora é minha!
As pessoas estão diminuindo suas ambições: hoje elas só precisam mesmo de uma televisão, uma banda larga e um plano funerário.
Li um dia que Demóstenes era gago. Ele enchia a boca de pedras e ficava urrando feito um urso. Tornou-se o maior orador da Grécia.
Às vezes nossas falhas podem se tornar nossos pontos fortes.
O negócio é saber onde encher de pedras.
As pessoas gostam muito de finais felizes.
Aí vem a vida e pergunta:
-Prefere a tijolada na cara ou nos bagos?
Bom mesmo é a gente ter certeza de que não precisa da autorização nem da aprovação de ninguém para continuar fazendo o que se gosta.
Se você tentou e lutou e fez tudo o que podia, não há fracasso.
Existe somente a sombra de algo que não se cumpriu.
Feito grãos, é do nosso atrito com outras pessoas que vamos perdendo nossas cascas, nossas couraças, nossas carapaças.
As pessoas acham a morte perigosa.
Eu digo: ela não é.
Perigosa é a vida, com suas esquinas e labirintos.
Perigoso é respirar e beber a vida correndo o risco de engasgar.
Perigoso mesmo é saltar de um dia para o outro levando só o desejo de futuro.
A morte, meu amigo, é o fim. Ou melhor, o começo.
Que a gente possa viver feliz sem precisar:
esperar a sexta;
esperar o verão;
esperar as férias;
esperar o sapo encantado.
Estão pululando no Facebook postagens de pesar referentes aos doutores e estudiosos na Pesquisa de Cura e Combate à AIDS que estavam no fatídico voo da Malaysia Air Lines.
Não consigo mensurar a vida nesses parâmetros. Não mesmo. Sério.
Lamentemos todos. Pelos que se foram. Pelos que ficaram.
A vida é valiosa em todos os seus sentidos.
Tudo o que necessitamos para sermos felizes existe à nossa espera, em algum lugar. Nós é que não estamos prontos.