Mayara Rocha Santos
Dói
Percebi que não posso contar com você.
Por mais que me doa dizer isso, e doi, eu não posso contar com você.
Você devia ser a pessoa para quem eu poderia dizer qualquer coisa, seja ela engraçada ou dolorosa, mas não posso.
Não posso te contar como foi meu dia, porque sei que você não quer ouvir, vai lutar para mudar de assunto logo, e isso doi. Doi não te ter aqui, doi não poder contar com você, eu divia, mas não posso.
Doi admitir isso e é ainda mais doloroso demorar a perceber, que você já foi faz tempo, e o que ficou foi só as lembranças de um tempo feliz.
Onde estás meu pensamento?
Onde foi parar o meu verso?
Tenho que tece- lo como se tece um fino tecido,
Tenho que vive- lo por um amigo,
Tem quem o precise ler.
Eu te tenho.
Tu fazes parte de mim e eu faço parte de ti.
Somos uma composição de versos ainda não tecidos que clamam sua existência, mesmo que breve, vou tecer para tí meu amigo, um momento de vida baseada em versos e fatos reais.
E eu o farei com linhas de ouro, só para ti.
Me diga uma coisa
Me diga um verso
Poema inverso
Que logo discerto
Para não enrolar
Isso é artes
Que mate, descarte
Que inventa descupas
Para não reciclar
Me fala disso
Te tiro, quê isso
Que estressa, expressa
Faz arrepiar.
Te faço um sonho
Aproveito e ponho
Um ponto final
Para logo acabar
E digo assim
Vem chegando o fim
Com um sensacional
Ponto final.
Seria o ponto final na verdade um começo?
Talvez a liberdade venha depois do ponto final.
Não falo da morte, mas sim da vida.
Consola-me na dor,
Oh incrível ansiedade tremenda,
Me tremo de aflição só pela mera imaginação
De pensar em te perder.
O que dói não é o amor,
Mas a sua ausência .
Sua distância corta mais profundamente que uma faca de dois gumes,
É mais profundo que a própria consciência,
E mais belo que a própria beleza.
Mata-se de amor,
Vive-se para amar,
Se morrer é amor, e viver também o é,
Então o meio termo é inconcebível.