May Lu

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Gosto da minha quietude
Numa ausência de pensamentos
Tendo a consciência apenas o silêncio
Unicamente para apanhar doçuras
Recolher-se...
...é receber respostas!
Sou quase feliz
No abandono da existência...
Que me habita!
Que me cerca!
E me encurrala.

Enquanto caminho pelos meus desertos
Vivo assim...
A procura de mim.

Inserida por maylu

No campo árido que lhe habitava
Desabrochava em flor agreste.

Inserida por maylu

A vida é um salto de fé
Que não pode ser escrita a lápis
Não há lugar para retoques
Não há uso para borrachas
Cada momento é único.

Inserida por maylu

Assim me resumo...
Sou tudo o que sou
E não sou
Aquela que eu sei
Que não existe
entretanto
É parte de mim
Insiste em ser presença
Que respira cá dentro
Num reflexo que não vejo
Onde me perco e me acho
imprecisa
Entre o que é ou não real
Um indistinto labirinto
No universo que me muda
Num constante emaranhado
De cores e de vida
Entre os meandros que me habita
O que floresce
É a emoção que permanece
E distingue o caminho
Não sei de onde.

Inserida por maylu

Há pessoas que não entendem a profundidade da lucidez do meu silêncio.
Não reconhecem a intensidade da liberdade
No momento em que sou ave calada no ninho.
São instantes em que navego na imensidão
Do oceano que me habita
E nestas águas dormiram-se as palavras.
Para muitos, esta seria apenas uma difícil jornada.
Porém, para mim é o encontro com o melhor e o pior de mim.
É neste silêncio denso que a boca cala-me e alma fala-me.
Quando lado a lado sou corpo e alma
E não estou só...
Sou eu e tantas outras de mim.
Companheiras de silêncio
Juntas, somos o poema por mim nunca escrito.
Para muitos o poema insondável.
E de tempos em tempos o silêncio me visita
Para lembrar-me quem eu sou.
(É dentro do mais profundo em que a memória grava a história).

Tenho uma primavera a fazer-me cativa,
Agrilhoando-me nos olhos-mão do amor;
Que teima em me fazer feliz.
Felicidade esta,
Desenhada em flores-de-mil-cores.

Inserida por maylu

Sempre quis tudo que a vida pode me oferecer
Sei que nem tudo me deu prazer
E que alguns sentimentos eu preferia esquecer
Porém, amei como deveria amar.
Lutei achando que valia a pena lutar
E se perdi, tenho o consolo de saber que tentei.
Tentei o melhor que eu podia ser.

Inserida por maylu

Foi tentando me encontrar
Que aprendi a viver.
Subitamente, ultrapassei meus limites...
Amadureci, com a chegada do outono.
Encantei-me com a energia das cores
Enquanto contemplava o amadurecimento das folhas.
Pois, a vida deslumbra quem carrega as cores na alma.

Inserida por maylu

Das delicadezas de cada dia
O belo fica-me tatuado no olhar.
Permito-me esse deleite
Às janelas de minha alma.

Inserida por maylu

Quero um amor que acomoda
Que me sussurre aconchego
Que me abrace com o corpo todo
E me envolva na doçura dos apaixonados.
Preenchendo-me todas as lacunas
Até que eu não me caiba dentro.
Chega de boicotar os sentimentos
Tenho pressa do genuíno
A invadir-me a casa, a alma, o coração...
Com a intensidade que exige a vida.
Sim, sim eu quero!
Porque eu mereço
Um amor verdadeiro.
Deixe que venha...
Se achegue e sente ao meu lado
Quero conhecer a minha nudez
Sem o peso da solidão.
Eu quero...
Em teu corpo repouso.

Inserida por maylu

Petrificou-me... Em apenas uma fração de segundos
Como um relâmpago que atravessa a escuridão
E com tamanha intensidade tatuou-me nos olhos
As janelas do mundo...
Mostrou-me o olhar dentro do tempo
Sincero, sem máscaras.
Em uma viagem de ida e volta
Contemplei a alma das cores
Na delicadeza das flores.
(O eterno me esculpido na retina)

Inserida por maylu

A caminhada às vezes pode ser longa e árdua
Porém, tenho essa vontade bonita de seguir em frente.
Às vezes meus passos vacilam e caio
Mas, no instante seguinte estou de pé.
Aprendo com a vida!
Hoje posso dizer com a mais absoluta certeza
Que sou grata pelos meus fracassos momentâneos.
Foram-me preciosas lições
O encorajamento para prosseguir caminhando.
Muitas coisas não saíram de acordo com meus planos
Entretanto, é a sábia experiência que a vida me oferece.
Quero que meus passos alcancem além...
... Do horizonte que meu olhar desenha.
Sigo flertando com o que a vida me presenteia
Não tenho uma bússola ou uma rota definida
Unicamente improviso...
... É assim que me permito sonhar!
Aprendi a me guiar com a alma
Preenchendo-a de coragem, estímulo, incentivo...
Por conta dos obstáculos que surgem.
Visto que eles me sobrevêm, a qualquer momento.
Esta é a minha vida à ser vivida
O verbo existir para mim não basta
Anseio muito mais! Quero absorver a vida.
E nessa caminhada aspiro a paz, a luz e a esperança.
Mas acima de tudo
Desejo topar com pessoas que me sejam doces.
...........................
(Pois cá dentro há muito espaço para as doçuras da vida)

Inserida por maylu

Quero as palavras em asas de borboletas
A fim de que floresçam ousadas
Para fora dos pensamentos.
Sem fronteiras,
Sem limites e nem fim...
Entre sorrisos escancarados
E lágrimas choradas nas pontas dos dedos.
Quero as palavras como pétalas
Que se soltam
Em voo livre sem pára-quedas
E caem versos ou prosas
Sobre a aridez dos olhares sedentos.
Palavras são emoções em movimentos...
Deslizam fugazes como um sopro
Ou tempestivas como um ativo vulcão.
São traços, riscos,
Esboços de vidas
Revelando a concretude dos fragmentos,
Expostos na imensidão das letras!
Palavras em desalinho, cruzadas,
Inventadas,
Perdidas e achadas.
Palavras que salvam e condenam
Já nascem fecundas...
De primorosos contrastes e texturas
Cada qual com seu estilo.
Palavras imortais e infinitas
Nos versos do silêncio que não se cala
É aconchego de muitos sonhos
A fonte...
... A ponte
Entre o real e o imaginário
Dois princípios
Juntos a esse porto de abrigo
Quero palavras...
Que respiram.

Eu sei que não nos perdemos
Porém,
Estou buscando reencontrar todos os detalhes
Esquecidos, adormecidos cá dentro.
Ainda espero...
Sentir aquela antiga intensidade ao te ver
Quando o amor não me cabia nos olhos
E de mansinho se acomodava no fundo da alma.

Inserida por maylu

Há dias em que acordo o poema dentro de mim
Em outros é o poema que me acorda.
E ativa a sensibilidade que me habita
Despejando-a pelos olhos...
Ela voa delicadamente e absoluta
Ao encontro de uma dança com o devaneio.
Descortina-me ao olhar a essência dispersa
E tudo me fascina no inteiro que me olha.
Há tanto do mundo no mundo
Que me desbloqueia a visão e transborda no olhar
Sempre num desabrochamento de poesia
Sem pressa me encanta e tira-me o fôlego.
Diante do olhar que nada esconde
Sinto a alma do mundo repleta
A encher-me os olhos de humildade.
O poema... Em sua plenitude
Tão único!
Ao ponto de não poder descrevê-lo
Ou pintá-lo em suas infinitas nuances.

Inserida por maylu

Minha família é assim...
Coisas do coração
Essência unida,
De passado e presente nas mãos.
Às vezes a gente se diverge
Porém, nos reinventamos
E damos oportunidades para o perdão
Aquele perdão que faz brotar um sorriso manso,
Direto do coração!
Somos emoção.
Nossos ombros são grandes na hora de acalentar
A despedida, o choro...
No entardecer da saudade que se faz.
Também nos transbordamos em risadas
Com gosto de manhãs...
Aquelas manhãs escancaradas,
Que fazem o sol acordar por entre as nuvens.
Somos atos de fé, esperança...
... Calor, amor.
Temos laços sinceros...
... Ricos, eternos
Na presença, na ausência
Na espera e na chegada,
No inexato da vida
Pelas suas marcas deixadas...
Desde o inebriante nascimento de uma criança
Ao indelével vinco deixado por um adeus.
Minha família é assim...
Casa de portas e janelas abertas.

Há em mim um verde que não amadurece
A pintar-me a vida de esperança.

Presa no arrastar das asas do tempo,
Na longa espera do nascimento,
A solidão embrionária não adormecia.
E enquanto lá permanece
Mergulha no dolorido silêncio da espera
Muito além da sua escolha.
Aguarda o momento da metamorfose,
Sedosamente envolvida no casulo doído.
Teme pelo precioso momento...
Numa ávida sofreguidão de quem espera pela luz.
Eis que perante seu olhar se revela o instante desejado
Foi com cuidado que abriu as suas asas dobradas
Removeu a larva e apreciou o voo da borboleta.
E com "polida" indulgência compreendeu
Que a diferença entre o voo e o casulo
É apenas uma linha tênue
Revelando-se os opostos fundamentais da vida...
Onde o antagônico se revela idêntico,
Um território de dolorida solidão,
Muito além da paleta das cores.

Inserida por maylu

Eu lhe sou grata...
Pelas vezes que teu olhar posou sobre mim
E você enxergou além do meu aspecto
Viu o melhor que posso ser...
O excepcional oculto pelo habitual
Pois as almas das flores não estão em seus ornamentos
E sim no perfume que deixa em nossas mãos.
Sou-lhe grata pela sua capacidade de permanecer...
Abraçando-me num laço transcendente
Equilibrando-me enquanto eu pendia para os lados
Porquanto eu caminhava em cima de um salto agulha
Enquanto o peso da depressão se abatia sobre mim
E a sua força me reinventava
Vazava-me aos poros
Tatuando em minha pele a esperança.
Sou-lhe grata por ficar ao meu lado
Dentro da minha solidão
Abrindo-me os olhos para a glória de mais um dia
Quando a minha vontade era de dormir e dormir.
Ensinou-me a resistir
Dando-me a resistência de um cacto no deserto
Que tem raízes profundas, indispensáveis à sua sobrevivência.
Fez-me compreender que eu poderia ter cores
Apesar da aridez que se estendia a minha frente.
Sou-lhe grata pela paz do sono...
Meu exílio, quando dentro de mim habitava o caos
E meus olhos fechavam
Adormecendo minhas lembranças!
Os sentimentos em "carne viva"
Meu labirinto pessoal, dentro e fora de mim.
Sou-lhe grata por ser meu espelho
Enquanto eu ensaiava um sorriso diante das dores.
Um ensaio cansativo
Pois era duro disfarçar uma tristeza que persistia
E persistia...
De olhares mais atento
Onde estavam eles?
...
Porém com o tempo se aprende
A simular a máscara do disfarce
Diante das agruras da vida,
De um mundo despreparado para o sofrimento alheio...
E sorrio cada vez mais diante dos sorrisos retribuídos
Débeis, desinteressados, desabitados...
Máscaras e mais máscaras!
Cores em telas cinzentas?
Talvez... Quem sabe!
Falta de essência ou carência?
De amor, calor, solidariedade...
O mundo é uma ferida aberta.
Pode o meu sorriso julgá-los?
Não, acho que não...
Mas não vou mentir
E dizer que isso não me incomodava,
Ainda incomoda!
Mas aprendi que ficar de alma aberta
Dói bem mais que um sorriso mascarado
E que às vezes não vale a pena expor a minha nudez,
Pois nem sempre há olhos que possam me enxergar!
Sinto apenas olhares sob as minhas falhas.
Quero sentir também aquele olhar que me revela...
Os diferentes tons que me habitam,
O matiz da mulher que há em mim.
Olhares...
Semelhante ao olhar agraciado que me olhaste
Transluzindo-me através da minha tez,
Sobrepondo-se sobre a minha sensibilidade
Para o colorido que me habita
Apesar dos meus pesares.
Portanto sou-lhe grata por esse estado de graça.
Por esse mundo bonito que você me oferece...
Quando suas mãos pousam sob as minhas
E as repouso sobre as mãos do dono do mundo.
(Obrigado Deus meu!!!)

E ela ficou em silêncio
Ao som do vento...
Que se revelava um menino serelepe
Despenteando tudo a sua volta
Sapateando descalço
Entre delicado e arredio
Deixava nesgas de esperança nos passos
Ela podia sentir sua gargalhada
Espalhando no ar um cheiro de flor quando sorri
E em redemoinho coloria todo o quintal do mundo
Movimentando nuvens mágicas pelo céu
Com as cores que eram sós dela...
Um estampado céu de borboletas.
É nesse instante que ela agradece
E abre os braços para uma prece.
Numa serena felicidade distraída
Deixou-se embalar na ternura do momento
Pois esses dias não são frequentes,
Acontecem muito raramente!
Dias assim tem sabor
E deixam na alma um suave gosto de mel.
E então, o vento tocou de leve sua face
Num suave beijo de despedida.
Beijo assim... É feito de algodão doce!
Ela tocou a face com as mãos
E deixou-se ir...
Estava na hora de voltar para seu refúgio
E o vento prosseguiu em seu giro pelo mundo.
Entretanto,
Já não tinha mais jeito de menino serelepe!
Deixou atrás de si os devaneios,
Ganhou outros aromas, outros movimentos,
Deslocando-se agitado.
(Nada é pequeno quando se prova a ternura do vento)

Inserida por maylu

É margarida colorida
Mas na intensidade é rosa
Sim, essa sou eu.
Despindo-se da mulher contraditória...
A que tem a fortaleza no coração
E a fragilidade do mesmo
Aquela que é mais sonho que realidade
E porque não?
Sim...
Sou devaneio, intensa, imaginação, poesia.
Não sou a prudente, a que exala praticidade...
Sou a que chora filha da entardecida melancolia
Não me acerto com a exatidão
Mas sim com as indescritíveis emoções
Aquela que não aguenta se segurar por dentro
Sou o livro aberto, as páginas escritas com o coração
A história que se entremeia de sentimentos
Sensações a flor da pele, romântica incurável
Que machuca, dói e sangra as dores do mundo.
Porquanto sou lágrimas quando ferida, sou vulnerável
Sou presença, companheira e creio no amor profundo!
Não sei caminhar em linha reta, sem apego...
Meu caminho é assim: Imensidão...
Olhos que volteiam ao redor, cheios de afeição
Demasiadamente ternura, crença, pulsação
Olhar arisco em olhos ternos
Carrego um espírito bordado à mão...
... Ora dócil, ora selvagem em tez translúcida
Quem me conhece, me vê por dentro
Por vezes a voz terna entoa em grito
Um grito reprimido, contrito
Que às vezes revela uma mulher insegura
Com alma de criança pura
Sou a subjetividade da fé sem a teoria da religião
A que crê na imensidão de Deus, do caminho, da vida...
Sem explicação ou complexidade, mas facilmente concebida.
E eu sou simples assim... A palma da mão
Aberta, franca... Profusão.

O tempo não é um senhor tranquilo sentado na varanda
Ele tece, deixa suas marcas...

Inserida por maylu

Na inquietude da minha loucura
Na incompletude de sossego
Você invadiu-me a casa num abraço
Eu acreditei tão certo
Que você me teria ao seu lado
Para depois enxergar
Que me tem é dentro

Inserida por maylu

As vezes sinto-me tão só em nós
Uma solidão a dois
Harmonizada de laços
Estendendo os braços
Implorando por abraços