Matheus kaue
Fazia meses da nossa última mensagem, mas no meu coração tu era prisioneira e não passageira. Em noite rotineira, daquelas bebedeira de visão de problemas avistei-te quase como em uma clareira em meio floresta densa. Meu olhar era desconfortante, era um olhar tão distante quanto a geografia do nosso instante. Libertador mesmo que desconfortante. Naquele instante a minha liberdade era vislumbrante.
Na liberdade daquele instante a percepção de que na prisão da saudade era não o teu, mas sim o meu cárcere. Era aprender frente a realidade, mesmo que ela fosse só símbolo e invenção de mente em porre.
Enfim sorte, liberdade por verso de mente me escorre.
Uma das coisas mais significativas dessa tua partida foi que enquanto eu me perguntava sobre a ausência de uma última despedida, como sempre me preocupava boca vestida. A falta daquelas palavras que deixam a alma despida era o que por muito tempo me prendia. Era filme que se repetia, acho que já era tricologia sem expectativa.
Já passava da quinta hora de um novo dia e eu envolto em uma conversa amiga, daquelas descontraídas e regadas a doses de palavras honestas, mesmo que ardidas. Parecia tequila, talvez fosse tequila. Esse velho amigo me alertou um detalhe clássico do roteiro interpretado. - Qual seria o problema daquela partida sem conversa estabelecida? Completou afirmando: Talvez fique para outra quinta ou outra vida. Eu via clareza no que eu dizia.
Passei tanto tempo focando no roteiro e do outro e pelo meu fiz pouco. Isso não era de esboço pronto, era passo após o outro e sim com esforço.
Aos poucos me liberei das trevas da tal última conversa e rumei feito caravela a superação daquelas curvas tão belas.
Te segui por pura anarquia, rebeldia, coturno e melodia ou sei lá, gritaria. Dependia do ouvido que sentia. Referência para minha adolescência de implicância, de um punk para um emo de franja. Teve discordância, que virou fortaleza para algo de suprema importância. Era feito irmão, não só amigo de infância. Não parecia ter distância, pois mesmo nas discordâncias buscamos esperança.
Escolha por aliança, família, pois sangue não me é a principal importância.
Eu era adolescente mimado, daqueles roqueiros indignados que achava ser diferenciado. Era de me achar superestimado, mas era apenas outro roteiro adaptado de um filme já gravado do século passado. Rótulo barato que fazia-se de preconceito guiado por comboio de gado. Era diferentemente igualado a qualquer outro otário.Apenas outro deprimido de coração destruído e agora suportado por meus primeiros comprimidos controlados.
Talvez isso seja meu livro, o do seu filho, o seu ou do seu marido. Afinal quem não superestima o seu ser sofrido. No fim é o mesmo livro, nos julgamos os pais, depois o abandono do amigo e mais tarde a traição do marido. Qual destino cairá sob nossos filhos?
A beleza de matagal que cresce em terreno limpo se sobre põe a flores na sua sinceridade do que ele realmente é. Demonstra a pureza no que ele é e em sua verdadeira função ou falta de função. Para visão do olho atento cativa mais que uma mentira contada por rosa espinhenta que demonstra uma falsa beleza, feito falta de pureza daquelas que faz dolorosa mão desatenta. É pura cegueira de paixão que se inventa as 9 horas de uma sexta, afinal foram anos dessa atriz em cena.
Não conhecemos o mundo em seu estado natural, as flores foram apresentadas a minha percepção, outros passariam reto por aquele canteiro, mas percebi um girassol sofrendo, cabisbaixo de semblante sonolento. Assim percebi que o cativar e valor final viria pelo meu desejo. Feito valor de alguns beijos, esse não era segredo o valor era puro desejo, enquanto para ti o meu era olhar de desprezo. Acho que talvez eu fosse aquele girassol só preso em outro canteiro.