Matheus Horacio
Uma das melhores sensações que há, é a de deixar pra trás as coisas que você apenas via à sua frente. É como acordar e perceber que sua dependência não é de algo ou alguém, é apenas de si.
Quem não viveu amores, acaba escrevendo sobre eles. Imaginam suas versões inteiras, em contrastes com seus corações quebrados. As palavras são a solda que os unem.
Ela era um poço de amores. Profunda e intensa. Seus sentimentos contrastavam com as experiências dolorosas que a marcou profundamente. Aquelas eram cicatrizes que um dia serviriam para mostrar que apesar dos pesares ainda vale à pena acreditar na legitimidade de alguns sentimentos. De manhã olhava pela janela, tomava um banho quente, arrumava o cabelo e antes mesmo de colocar os pés fora de casa pensava: "Hoje é meu dia!", e assim o fez, por todos os dias que se seguiram. Foi apenas amor, negou - se a rotina de pensamentos vazios e a preencheu - se do que mais possuía: sua luz.
Me tornei um personagem das histórias que escrevo. Não como a maioria das histórias, narrativas de belos amores, mas sim, um personagem que o público desconhece. Histórias que opcionalmente nunca saíram do papel, nem da gaveta.
Eu não sou pessimista, apenas evito cultivar esperanças. A realidade pode doer, mas ela sempre é o que espero dela, e assim sigo vivendo.
É inevitável que em algum momento você não olhe pra trás e perceba tudo que conquistou, da mesma forma que numa vida finita, você não conseguirá realizar tudo que já quis. Esse equilíbrio cruel, é uma balança irônica. É como se te dissessem: "você pode ir pra qualquer lugar, contanto que não passe dali."
E um dia você será a pessoa mais importante do mundo pra alguém, dando propósito e sentido a todas as coisas que não compreendia.
As vezes o fardo de ser a pessoa que trás palavras de cura é o de estar frequentemente machucado. Mas ouvir um "obrigado por tudo", pode ser compensador.
Eu sou todo amor. Não como uma gota no oceano, mas como um oceano numa gota. Embora excessos sejam ruins, é mais válido a sobra do que a falta quando o assunto são sentimentos.
Seu erro talvez não esteja no fato de não ter medo de entregar seu coração a alguém. Talvez o erro seja achar que qualquer um o mereça.
Todos os "meio amores" que tiver, nunca formarão um amor inteiro. E de forma sufocante, percebemos que há muito pouco vivido, mas a muito à se viver e mudar.
O amor é um construtor. Ele não é capaz de destruir ou desfazer nada. A não manutenção do amor, do carinho, a falta de zelo, indiferença, são destruidores. E é no achismo de que o amor cria problemas, que surgem mais pessoas que se culpam pelos mesmos.
Um dia me disseram:
"Tomé posse de tudo que for seu"
Ingrata a surpresa de ver que não tinha posses.
Ao mesmo tempo, libertadora a idéia de que nem tudo era meu.
Nem tudo me pertenceu.
Ainda há muito à se fazer.
De forma que sentia a presença de Deus em minhas ações altruístas e de amor, mais do que em seus templos. A verdadeira comunhão está nos atos, às vezes, mais do que nos símbolos.
O que comemos e bebemos, falamos e fazemos pode ser controlado. Mas o que sentimos não compartilha dessa linha, e isso se torna veneno. Pra você ou pra outra pessoa.
Você não pode ter o amor que desejar pelo mesmo motivo de não poder controlar o nascer e o pôr do sol. São coisas que não estão em nosso domínio. Naturalmente fluem, distantes da interferência humana.
A felicidade que trazemos para as pessoas não pode ser medida pela nossa própria régua. Mas muitas serão as réguas à medir. Pois felicidade quando transborda, chama atenção para sua origem. Isso é impagável!
A vida é como uma jóia delicada. Em contraste com o diamante bruto que resiste a praticamente tudo e mantém sua beleza, ela pode ser bela, mas de uma grande fragilidade. Sabendo refinar essa jóia em seu decorrer, sua existência já valeu à pena.
O homem sentado não disse muito, porém, o que disse calou ao coração de todos.
''Sou um velho bebendo. O único momento em que não estou bebendo é quando estou bêbado. Quer outro resumo de como levar a vida?'' E saiu...
Amornados os sentimentos, criou-se um vazio.
E cada sentido à partir dali tornou-se frio.
E de todo sentimento em sua natureza, modificou o que era naturalmente puro, entregou-se a frieza.
E no final todas as pétalas caem uma a uma, até que sobrou o homem, seu drink, e total amargura.
O conhecimento nos ensina o que é o erro. Sabedoria nos mostra como não reviver o mesmo. Conhecer uma situação é bem diferente de saber lidar com ela. Busque a sabedoria que só o tempo pode dar.