Mary Princess
O que não me faz unânime é criar meus caminhos em vez de trilhar os lugares onde todos já foram, onde eu não quero mais estar. Eu decidi ser livre, ver as coisas como elas são, não como eu quero ou penso que sejam. As pessoas que tentam viver pela verdade costumam ser sempre mal interpretadas.
Por mais que não seja tão bom assim viver de ilusão, pior é encarar a realidade como ela é. Ninguém suporta. Todo mundo precisa ter uns sonhos loucos pra pensar antes de dormir, alguma pessoa em especial pra lhe causar borboletas no estômago, uma viagem que sonhe em fazer... Qualquer coisa... Não precisa contar a ninguém... Sabe de uma coisa? É melhor não contar. Os invejosos de hoje têm facebook, instagram e podem te copiar.
Você não me enxerga. Você não me vê como mulher. Não como eu te vejo. Com tantos predicados, como poucos conseguem. Sou só mais um nome na sua folha de empregados, um salário a mais. Só isso.
E talvez eu não tenha mesmo controle dos meus sentimentos. Amando sem solicitar nada em troca. Que tola! Eu queria seu amor.
Não lhe confessaria nem em mil anos que te amo, mas aqui estou. Ao seu lado. Me desmanchando em lágrimas, sendo eu mesma, sendo sincera quanto as minhas intenções. Pretensiosas, talvez. Sonhando alto proporcional a queda é. Não me surpreende estar machucada. Nem um pouco. Eu estou jogando fora minhas esperanças por nada, por alguém que jamais faria o mesmo por mim.
A Governanta Webnovela
Não precisa mentir que minhas lágrimas te comovem. Não choro para que se compadeça de mim. Não é obrigado a me amar. Não diga que sente muito pelo fato de as circunstâncias serem essas. Não sente coisa nenhuma. Aliás, nunca sentiu.
E por que sentiria?
Eu não tenho a droga da bolsa cara, do sapato importado, do perfume afrodisíaco. Não possuo uma gota de etiqueta. Eu gosto de rock, não me visto como uma patricinha, não sou alegre e sorridente o tempo todo. Não sou uma boneca. Não integro o padrão de beleza. Não tenho medo de falar o que sinto. Pertenço à classe daqueles cujas queixas não têm valor. Não sou boa o bastante pra você. Vai ter um porém, um entretanto, um eufemismo estúpido.
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Por incrível que pareça, sou super bem resolvida comigo mesma. Quem quiser gostar de mim terá que gostar assim exatamente como eu sou porque eu sou simplesmente eu. Essa que você ta vendo agora sou eu com todas as imperfeições, errante, carente, imprevisível, sonhadora, doidona. Se isso não te bastar, não posso fazer nada.
A Governanta Webnovela
Ainda bem que sonhos se realizam. Ainda bem que sempre existe um amanhã, um novo caminho. Ainda bem que apesar de todo mal do mundo ainda existe alguém com bondade no coração a ponto de acreditar na vida mais uma vez, se deixar contagiar pela pureza das crianças ao invés de se deslumbrar pelo ouro, pelas infinitas ambições de querer conquistar o mundo todo e ainda assim nunca se satisfazer. Ainda bem que existem pessoas como você.
A Governanta Webnovela
E se você se desfizer desse sonho pode destruir sua pureza e inocência, o que te mantém de pé...
Não pensa que seu sonho é importante? Nada nesse mundo é impossível...
A Governanta Webnovela
Eu não acho que uma garota virgem seja incompetente, aberração, retardada. Pelo contrário: ela se preserva e não é teoria machista. É o que tenho feito, esperar pelo amor, ainda que ele caminhe na contramão dos meus desejos.
Eu não quero ser o smartphone, a bota, a bolsa da tal marca, o Hi-Ban, o penteado clichê. Eu gostaria de me sentir bela e importante para o mundo. Gostaria de fazer às pazes comigo mesma e acreditar que ainda há muitas pessoas legais que priorizam a essência e não a aparência, nem que elas sejam minoria. Ninguém vai levar nada disso para o caixão, então por que estão deixando de lado a essência do amor? Namorar não é usar aliança, postar as fotos dos chocolates, das rosas, não é se aliar porque pode tirar proveito. O amor fica triste com essa banalização. O mundo está virado de cabeça para baixo e é triste constatar que a maioria não vê nada de errado, apenas eu.
A Governanta Webnovela
Eu queria tanto que as coisas fossem diferentes, fechar os olhos e voltar naquele passado em que cada um podia ser do jeito que queria, que não existia essa obrigação de estar perfeita da cabeça aos pés. Queria voltar pra aquele mundo em que o contato era olho no olho, pessoalmente, no máximo pelo telefone, que não tinha essa pressão de trocar foto do perfil, postar o que comeu, o que ganhou, onde esteve.
Toda garota tem um amor para chamar de seu, alguém para protegê-la, um abraço para se aconchegar. Eis que toda regra tem sua exceção e essa leva o meu nome.
Amor e ódio, por regra, estão interligados. O ódio também é de pigmentação vermelha das lágrimas, dos olhos inchados, dos berros para o infinito, aqueles gritos que de tão altos te deixam rouco. O amor semeou dúvidas, colheu indiferença. O ódio já falou de amor. O amor perdoou. O ódio é um menino medroso que se julga adulto demais para reconhecer que errou, tanto que apenas uma vida não basta para oferecer rosas ao coração machucado, atordoante escarlate, arranhando as arestas que outrora foram poéticas, ainda que breves fossem os poucos versos de amor que nunca entregou, as bochechas ruborizadas entregavam todo o esforço. O amor clamou por redenção porque uma vida não valia de nada sem aquele que com seu coração estava. O ódio já se entregou por inteiro, exigindo o mesmo compromisso. O amor é o caminho mais simples para a (não tão) inexplicável insônia filosófica, contendo as teorias de conspiração mais tragicômicas, nem Platão seria pioneiro ao definir tudo que o amor sabe e esconde nos manuscritos imaginários. O ódio é a constante entre dia e noite. Pressente o fim, não passou do começo. O egoísmo proveniente da sensação de perda, quando o vazio abraçou mais forte que a própria mãe. A oração que poderia ter libertado. O telefonema ignorado. Falso sustento no inexistente amor-próprio. Tudo ficou esclarecido a princípio, embora a conversa tenha tomado rumos tão desagradáveis que fica difícil especificar quem está com a razão. O ódio vence pela brutalidade. O amor não perde por esperar.
Puppy Love
Pra mim nunca vai existir outro amor. Eu não tenho essa pretensão porque aprendi que não adianta pedir algo quando Deus se recusa a dar.
A Governanta Webnovela
Prazeroso de verdade é ter quem te conforte da porta para fora da balada. Alguém que te sinta além da maquiagem, do salto alto. Que veja beleza nas suas lágrimas e seja o seu porto-seguro naqueles momentos em que a chuva está forte. Alguém que te enxergue além dos títulos e da conta bancária. Alguém com quem você possa se dar ao luxo de conviver também com os defeitos porque amor de verdade não é apenas atração física, muita gente se confunde.
Um relacionamento não pode se sustentar na cama, nas aparências. É o que eu tanto vejo hoje: garotas engravidando dos caras para não trabalhar nem estudar, apenas ter vida boa enquanto alguém trabalha duramente. Tudo bem, se elas se sentem felizes assim, de que me importa? Postando nas redes sociais que têm o cabelo, as roupas da moda e um Instagram cheio de fotos enfeitadas é o que conta, muito mais do que a veracidade dos fatos... Lamento dizer que nosso mundo é interesseiro.
A Governanta Webnovela
Eu já cansei de as pessoas determinarem o que eu devo dizer ou sentir. Eu não sou mais criança. Já me escondi e me calei e no que deu? Perdi mais da metade da minha juventude, um monte de oportunidades...
A Governanta Webnovela
A raiva me protege de rasgar as palavras de amor que escrevi e julgo que seja um tanto cedo para bradar arrependimentos.
Essas noites voam tristes, a distração barata leva as horas embora de qualquer forma e eu me incentivo dia após dia arrancar esse sentimento, levando para outros ares o meu sorriso, aquele que eu visto durante o dia para que ninguém jamais desconfie que por trás dele tudo o que existe é uma menina triste que certamente vai te amar até o último suspiro e será incapaz de te substituir, ainda que caindo em contradição saiba que aquela história de que os opostos se atraem é meramente falsa.
Preservar o bem querer serviu de muralha amadeirada para o medo não se instalar e me confundir, medo esse que sempre senti, admirando em uma distância confortável para que nunca tivesse conhecimento do meu amor. Em vez disso, estive segura em uma posição de neutralidade que me custou mais do que eu poderia pagar.
O desejo foi o segredo que me colocou nessa situação de fogo amigo, brigando comigo mesma para barrar as lágrimas e revestir-me de uma indiferença que se existe é muito superficial e não lê o brilho que sempre esteve em meu olhar, traduzido de todas as maneiras nos mais doces gestos que desconversei porque não sou dada a lidar com desastrosas intromissões.
Seu lugar ser ao meu lado, mesmo quando léguas de distância nos separam tão descaradamente. Você ser o meu melhor amigo, eu a sua amada. Seu colo ser o meu refúgio, seus braços as imponentes e bem desenhadas asas brancas de um anjo, aquele olhar que foi curando as minhas feridas do passado e foi mais assertivo que o declamar de belos versos.
Não falar. Não por não poder nem querer, mas ser escrava das próprias palavras, fugindo de um eventual arrependimento, da vergonha que confronta diretamente a timidez, da retração que cobra com juros a falta de atitude. Tomar a contramão para fugir do fim, por não estar preparada para ver a vida modificando severamente todas as minhas certezas.
Vejo as horas correrem e a coragem insiste em não se apresentar. O orgulho festeja, irônico, satisfeito por manter-me sob o seu controle, sem distinguir ambiguidades e colaborar por um bom desfecho. Se a poeira abaixar, nem que seja a um ritmo vagaroso, espero te enxergar e deixar para trás o medo bobo de menina, pois a felicidade implica em riscos e se eu não corrê-los posso nunca mais ver a oportunidade repetir-se.
Quando estiver olhando em meus olhos, desvende a minha alma, tem muita coisa que eu não sei dizer com palavras. Meu olhar não mente, procura a candura do seu tom de avelã para ler as cartas não impressas, aquelas que escondemos dentre todas as responsabilidades programadas para nos afastar. Beije minha testa com ternura, abrace-me bem forte até que sejamos apenas nós dois no mundo, nós dois contra todo o resto; junte suas mãos com as minhas e prometa que enquanto tiver forças, jamais me deixará sozinha.
Desordenando os parágrafos, remontando teorias, desmontando outras, disfarçando o pulsar de um coração partido com as responsabilidades, dividindo minha dor com um público que não conhece o seu nome, mas tem ciência da sua relevância nas linhas tortas as quais o dom se aprimora, seja para passar despercebido ou não, seja para nunca te entregar o meu coração, embora não me reste outra alternativa a não ser colocar em pratos limpos, com franqueza aceitar ou pelo menos mentir um pouquinho mais dizendo que confio nas artimanhas do destino e pacientemente me servir de mais esperança, nem que seja para seguir fisicamente viva.
O vento soprou em meus lábios o gosto de um beijo. Não sei se era o seu. Reconheci esse gosto bom e procurei saber se esse beijo é o prenúncio de um sonho ou apenas indício de uma iminente chuva. Sonhei com você essa noite. Bom demais para ser. O meu primeiro beijo de verdade, sem recriminações, pautada pela liberdade, sua sem deixar de ser minha, para te amar sem deixar de me amar.
O vento trouxe o seu beijo, trovejando saudades. Você está bem. Sendo assim, ficarei também. À sua espera. À espera desse beijo de amor que eu nunca ganhei, mas sonhei que poderia ser.
Ninguém amadurece se não para um segundo para pensar. Quem nunca reconhece o erro padece a repetição até que extraia a lição.