Martyn Lloyd-Jones
O segredo de uma vida cristã feliz é compreender que é tudo pela graça, e regozijar-se nesse fato. "Assim também vós", diz o Senhor numa outra passagem, "quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer". Esse é o Seu ponto de vista, esse é o Seu ensino, esse é o segredo de tudo. Não era esse o Seu modo? Era, de acordo com o apóstolo Paulo, que disse: "Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus". Vocês entendem o que isso significa. Ele não olhou para Si mesmo, Ele não pensou em Si mesmo e nos Seus interesses; Ele deixou de lado Sua reputação, deixou de lado as insígnias da Sua eterna glória. Ele não considerou Sua igualdade com Deus algo a que devesse se agarrar, dizendo: "Aconteça o que acontecer, não vou largar". Ele não fez isso. Ele o deixou de lado, Ele Se humilhou, esqueceu-Se de Si mesmo, e enfrentou e suportou e fez tudo o que fez olhando somente para a glória de Deus. Nada mais importava para Ele, apenas que o Pai fosse glorificado, e que homens e mulheres viessem ao Pai. Esse é o segredo. Sem olhar para o relógio, sem avaliar a quantidade de trabalho, sem manter um balanço, mas esquecendo tudo exceto a glória de Deus, o privilégio de ser chamado para trabalhar para Ele, o privilégio de ser um cristão, lembrando somente da graça que olhou para nós e nos removeu das trevas para a luz.
Um cristão nunca deveria, como a pessoa do mundo, ficar deprimido, agitado, alarmado, frenético, sem saber o que fazer. É a reação típica a problemas da parte daqueles que não são cristãos, e é por isso que está errado ficar assim. O cristão é diferente de outras pessoas, ele tem algo que o não-cristão não possui, e o ideal para o cristão é o que o apóstolo Paulo expressou tão bem no capítulo quatro de Filipenses: "Aprendi a contetar-me com o que tenho. . . Posso todas as coisas naquele que me fortalece". Essa é a posição cristã, é assim que o cristão deve ser. Ele nunca deve ser arrastado por suas emoções, quaisquer que sejam elas — nunca. Isso sempre é errado num cristão. Ele deve sempre ser controlado, como espero mostrar aqui. O problema com esses homens era que eles não tinham domínio próprio. Por isso eles eram infelizes, por isso estavam agitados e alarmados, apesar do Filho de Deus estar com eles no barco. Não há como enfatizar esse ponto em demasia. Eu o apresento como uma simples proposição, que um cristão nunca deve perder o controle, nunca deve estar num estado de agitação, terror ou alarme, quaisquer que sejam as circunstâncias. Essa é, obviamente, a primeira lição. A situação desses homens era alarmante. Estavam em perigo, e parecia que iam se afogar a qualquer momento, mas o Senhor de fato disse: "Vocês não deviam estar nessa condição. Como meus seguidores, vocês não têm o direito de estar em tal estado, ainda que estejam em perigo".
Nunca devemos permitir que a agitação ou a perturbação nos controlem, não importa quais sejam as circunstâncias, porque fazer isso implica em falta de fé, falta de confiança em nosso bendito Senhor e Deus.
Você e eu não temos que estar olhando nossa vida passada; nunca devemos ficar olhando para qualquer pecado que tenhamos cometido no passado, de modo nenhum, a não ser para louvar a Deus e engrandecer a Sua graça em Cristo Jesus. Eu o desafio a fazer isso. Se você olhar para o seu passado e este o deixar deprimido você deverá fazer o que Paulo fez. “Eu fui blasfemo”, disse ele, mas não parou aí. Disse em seguida: “Sou indigno de ser pregador do Evangelho”?
O que na verdade ele diz é exatamente o oposto: “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério” (1 Tm 1:12). Quando Paulo olha para o passado e vê seu pecado, não fica recolhido, de castigo num cantinho, a dizer: “Não presto para ser cristão; fiz coisas horríveis”. Nada disso. O que tudo isso produz nele, o efeito que lhe causa, é levá-lo a louvar a Deus. Ele se gloria na graça de Cristo, e diz: “Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus” (1 Tm 1:14).
Se você relembrar o seu passado e se sentir deprimido, quer dizer que você está dando ouvidos ao diabo. Mas se você olhar para o passado e disser: “Infelizmente, é verdade que o deus deste mundo me mantinha cego, mas, graças a Deus, a Sua graça foi mais abundante, Ele foi mais que suficiente, e o Seu amor e misericórdia veio sobre mim de tal maneira que tudo foi e está perdoado; sou nova criatura”, então está tudo bem.
Esse é o modo certo de considerar o passado; e se não é assim que fazemos, estou quase tentado a dizer que merecemos permanecer em profunda tristeza. Por que crer no diabo, ao invés de crer em Deus? Levante-se e trate de reconhecer a verdade sobre si mesmo, que o passado já era, que você é um com Cristo, que todos os seus pecados foram apagados de uma vez e para sempre. Oh! Lembremos que duvidar da Palavra de Deus é pecado, é pecado permitir que o passado, que já recebeu o devido tratamento de Deus, nos roube nossa alegria e nossos serviços úteis, no presente e no futuro.
"Minha opinião acerca de tudo o que me acontece deve ser regida por estas três coisas: a compreensão que tenho acerca de quem sou, a consciência que tenho de para onde vou e o conhecimento que tenho do que me espera quando eu chegar lá."
O tipo mais confortável de religião é sempre uma religião vaga, nebulosa e incerta, cheia de fórmulas e rituais. Não me surpreende que o catolicismo romano atraia certas pessoas. Quanto mais vaga e indefinida a sua religião, mais confortável ela será.
Somente pessoas que entenderam a verdade, desejam obedecê-la. A tragédia das outras é que nunca a entenderam realmente.
Uma das primeiras coisas que você deve aprender nesta vida cristã e nesta guerra, é que, se você estiver errado em sua doutrina, estará errado em todos os aspectos da sua vida.
Nenhuma seita gosta da doutrina do pecado; e isso pelo forte motivo de que você jamais ficará popular, se pregar a doutrina bíblica do pecado. No entanto, as seitas têm que ser populares, pois, do contrário, não poderão ter sucesso.
O Novo Testamento sempre introduz os aspectos práticos com o vocábulo "portanto" ou seu equivalente. O que você faz na prática sempre deve ser uma dedução do que você crê; e se você inverter essa ordem, correrá perigo mortal. Se você não tiver um "portanto" em seu sistema, que decorra da sua doutrina, o que você terá é uma seita, e não o ensino do Novo Testamento, não o cristianismo.
Se você tiver a visão correta da verdade, terá que senti-la. Se a não sentir, será porque não tem a visão certa. Você crê de fato que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que Ele entregou o Seu corpo para ser moído e o Seu sangue para ser derramado para que você fosse perdoado? Você afirma que esta é a sua crença, e que você aceita o conceito vicário, substituitivo, da expiação, e crê que o Filho de Deus o amou até esse extremo. Se você disser que não sentiu nada em decorrência dessa sua fé, eu lhe digo que você não crê nisso, que você não chegou a ter a visão da fé, pois "Tão maravilhoso, tão divino amor, requer a minha alma, a minha vida e todo o meu ser!"
Há o perigo de que, havendo começado no Espírito, retornemos à carne. Este é o grande tema da Epístola aos Gálatas, resumindo nas palavras, "Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?" (Gálatas 3:3) O apóstolo estava escrevendo a crentes autênticos, e é uma das "ciladas do diabo" com relação ao crente. É o perigo de que, tendo começado pela visão clara de que a justificação é somente pela fé, e de que tudo na vida cristã é pela fé, você pode, inconscientemente, começar a escorregar para trás, voltando a confiar nas suas obras, de uma forma ou de outra. É uma tentação muito sutil e astuta. Até Pedro chegou a sucombir sob ela como resultado do temor que teve dos irmãos que tinham vindo de Jerusalém e, em Antioquia, o apóstolo Paulo teve que lhe resistir "na cara", como ele no-lo recorda no capítulo dois, versículo 11 de Gálatas. É o perigo de retroceder de uma posição correta. Havendo visto, na ocasião da sua conversão, que a salvação vem inteiramente pela fé e confiança no Senhor, logo você começa a confiar em suas obras e atividades, naquilo que você é, em seu próprio entendimento; e nesse ponto você introduz estes aspectos fatais. Qualquer tipo de acréscimo é sempre e inevitavelmente um erro. No caso dos Gálatas foi a circuncisão, por causa do ensino dos judaizantes. Mas, surja como surgir a tentação para que retrocedamos, é essencial lembrar que não podemos aperfeiçoar a obra da graça ao nível da carne; tudo deve ser feito ao nível do Espírito, e sempre pela fé. Em última instância, tudo é pela fé e baseado na fé, e não devemos recuar dessa verdade fundamental.(...) Faça tudo que puder, obtenha todo o conhecimento que puder, trabalhe quanto puder, porém nunca ponha a sua confiança nessas coisas. Temos que confiar única e completamente em Cristo.
Por que o cristão, homem ou mulher, fica deprimido? É porque ele examinou a si mesmo desta maneira minuciosa - é sempre uma questão de pormenores, de pontos refinados, de tomar o pulso espiritual, de medir a temperatura espiritual. É levada a efeito toda investigação que se pode imaginar, e depois os resultados são reduzidos a uma sinopse. Eis aí, então, o registro; e é péssimo. A conclusão óbvia que se tira é: "Muito bem, será que sou cristão mesmo? Alguma vez fui realmente cristão? Será possível?"
O objetivo do diabo é conseguir que alimentemos esse sentimento. Se ele conseguir fazer que nos examinemos de tal maneira que isso não seja apenas uma introspecção, mas nos leve à conclusão de que nunca fomos cristãos, ele ficará mais que satisfeito. Estou procurando fazê-los lembrar-se de que a resposta fundamental ao diabo, é que, seja como for que nos sintamos, continuamos sendo cristãos. Contudo, como prová-lo a nós mesmos? Essa é a real necessidade nesse ponto. O modo de fazê-lo - e esta é a razão por que os reformadores protestantes viram que esse é o artigo fundamental de uma igreja para que se firme ou caia - é lembrar-nos da justificação só pela fé! O diabo diz: "Olhe a sua ficha, só há uma conclusão, você não é cristão, nunca foi." Responda ao diabo dizendo-lhe que o que torna um homem num cristão não é nada que se ache nele, e sim "o Sangue de Jesus e Sua Justiça". Graças a Deus por isso, pois se todos nós examinássemos verdadeiramente a nós mesmos e tentássemos decidir com base no registro da nossa própria vida se somos cristãos ou não, nunca existiria nem um único cristão!Há somente uma coisa que nos faz cristãos - a justiça de Cristo e nada mais.
A introspecção doentia e a morbidez são erradas, na verdade são pecaminosas, e o cristão não tem o direito de ficar deprimido dessa maneira. A libertação virá quando você perceber o que o diabo está tentando lhe fazer, e que ele o cegou temporariamente para justificação somente pela fé. A justificação pela fé é sempre o lugar onde você pode se firmar. Toda vez que você ver que está escorregando para baixo na rampa da depressão, o lugar onde sempre você haverá de recuperar a estabilidade e de encontrar um ponto de apoio para os pés, é a justificação pela fé somente. Ela vence a maioria das ciladas do diabo. Portanto, estejamos seguros quanto a isto, pois é o remédio por excelência contra a morbidez e a introspecção doentia.
Na medida em que somos governados pelo ego, ficamos doentiamente sensíveis e, nessas condições, facilmente nos sentimos feridos, deprimidos e desanimados. O ego está sempre à espera de insultos e desfeitas. É sempre hipersensível. É frágil, fica melindrado por toda e qualquer coisa. Qualquer coisinha o pertuba e o deixa alarmado. Ego é totalitarismo; ele exige tudo, e fica irritado e magoado se não consegue tudo. Em consequência, ele vem a ser uma fecunda causa de conflitos, divisões e infelicidade na vida da Igreja, na vida da comunidade, na vida do Estado e, por último, na vida do mundo em geral.
Temos que aprender a parar de preocupar-nos conosco e com a opinião que temos de nós mesmos, como também da de outras pessoas. O ego alimenta o ego, e a maneira pela qual o faz é sumamente sutil e engenhosa; ele externa os seus cumprimentos e nos elogia, e responde às críticas. É-nos essencial chegar ao estágio final em que o ego deixa de alimentar a si próprio - "nem eu tão pouco a mim mesmo me julgo". E o único jeito de fazê-lo é o indicado pelo apóstolo. É tratar de entender que nada importa, senão o julgamento, a avaliação e a opinião do Senhor.
Mundaneidade é aquele estado no qual o nosso pensamento é governado pela mente e pela perspectiva do mundo. (...) Tudo é feito e criado por Deus, e assim sendo, todas as coisas não apenas são boas, como também são legítimas para o cristão. O uso destas coisas se torna mundano quando permitimos que aquilo que é correto e legítimo consuma demasiadamente o nosso tempo, a nossa atenção, o nosso interesse e o nosso entusiasmo.
No livro de Jó, o homem sábio disse: “Fiz aliança com meus olhos” (Jó 31.1). Era como se dissesse: “Olhem diretamente, não olhem para a direita ou para a direita. Cuidem de seus olhos propensos a vaguear, esses olhos que se movem quase automaticamente e veem coisas que iludem e induzem ao pecado”. “Faça uma aliança com os seus olhos”, declara esse homem. Concorde em não olhar para coisas que tendem a levá-lo ao pecado. Se isso era importante naqueles dias, é muito mais importante em nossos dias, quando temos jornais, cinemas, outdoors, televisão e assim por diante! Se há uma época em que os homens precisam fazer aliança com seus olhos, esta época é agora. Tenham cuidado com o que leem. Certos jornais, livros e diários, se os lerem, eles lhes serão prejudiciais. Vocês devem evitar tudo que lhes prejudica e diminui sua resistência. Não olhem na direção dessas coisas; não queira nada com elas... Na Palavra de Deus, vocês são instruídos a mortificar “os feitos do corpo” e não satisfazer “a carne no tocante às suas concupiscências”. Agradeça a Deus pelo evangelho poderoso. Agradeça a Deus pelo evangelho que nos diz que agora somos seres responsáveis em Cristo e que nos exorta a agir de um modo que glorifica o Salvador. Portanto, “nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências”.
Enfrentem as primeiras movimentações e impulsos do pecado em vocês; combatam-nos logo que aparecerem. Se não fizerem isso, estão arruinados. Vocês cairão, conforme somos ensinados na epístola de Tiago: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”. O primeira moção do pecado é um encantamento, um leve incitação de cobiça e sedução. Esse é o momento em que temos de lidar com o pecado. Se deixarem de enfrentar o pecado nesse estágio, ele os vencerá. Cortem o mal pela raiz. Ataquem-no de imediato. Nunca lhes permitam qualquer avanço. Não o aceitem de maneia alguma. Talvez sintam-se inclinados a dizer: “Bem, não farei tal coisa”; mas, se aceitam a ideia em sua mente e começam a afagá-la e entretê-la em sua imaginação, vocês já estão derrotados. De acordo com o Senhor, vocês já pecaram. Não precisam realmente cometer o ato; nutri-lo no coração já é o suficiente. Permitir isso no coração significa pecar aos olhos de Deus, que conhece tudo a respeito de nós e vê até o que acontece na imaginação e no coração. Portanto, destruam o mal pela raiz, não tenham qualquer relação com ele, parem-no imediatamente, ao primeiro movimento, antes que comece a acontecer esse processo ímpio descrito por Tiago.
Se vocês apenas reprimirem uma tentação ou esse primeiro movimento do pecado, ele provavelmente surgirá novamente com mais vigor. Nesse sentido, concordo com a psicologia moderna. A repressão é sempre má. “Então, o que devo fazer?”, alguém pergunta. Eu respondo: quando sentir aquele primeiro movimento do pecado, erga-se e diga: “Isto é mau; isto é vileza; é aquilo que expulsou do Paraíso os nossos primeiros pais”. Rejeite-o, enfrente-o, denuncie-o, odeie-o pelo que é. Assim, terá lidado realmente com o pecado. Você não deve apenas fazê-lo recuar, com um espírito de temor e de maneira tímida. Traga-o à luz, exponha-o, analise-o e, denuncie-o pelo que ele é, até que o odeie.
se você cair no pecado (e quem não cai?), não restaurem a si mesmos de modo superficial e apressado. Leiam 2 Coríntios 7 e considerem o que Paulo disse sobre a “a tristeza segundo Deus” que produz arrependimento. Outra vez, tragam à luz aquilo que fizeram, contemplem-no, analisem-no, exponham-no, denunciem-no, odeiem-no e denunciem a si mesmos. Mas não façam isso de um modo que os atire nas profundezas da depressão e desânimo! Sempre tendemos a ir aos extremos; ou somos muito superficiais ou muito profundos. Não devemos curar superficialmente a ferida (cf. Jr 6.14), mas tampouco devemos lançar-nos no desespero e melancolia, dizendo que tudo está perdido, que não podemos ser crentes, e retornar ao estado de condenação. Isso é igualmente errado. Temos de evitar ambos os extremos. Façam uma avaliação honesta de si mesmos e do que fizeram, condenando totalmente a si mesmos e seu ato; porém compreendam que, confessando-o a Deus, sem qualquer desculpa, “ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). Se vocês fizerem essa obra de maneira superficial, cairão novamente no pecado. E, se vocês se lançarem em um abismo de depressão, hão de sentir-se tão desesperados que cairão em mais e mais pecado. Uma atmosfera de melancolia e fracasso leva a mais fracasso. Não caiam em nenhum desses erros, mas respondam à obra da maneira como o Espírito sempre nos instrui a fazê-la.