Martinho Lutero
Muitas vezes fui levado à oração pela irresistível convicção de que este era o único lugar para onde podia ir.
A lei de Deus, a doutrina mais salutar [benéfica] da vida, não pode fazer avançar os seres humanos em seu caminho para a justiça, mas sim os impedir.
"Os livros que lemos devem ser apenas placas de sinalização na estrada apontando o caminho direto para as Escrituras. Se andamos de livro em livro e não chegamos nas Escrituras, esses livros não são boas placas sinalizadoras, porque eles nos apontam para mais placas, e mais placas (livros, livros, livros) - e não para o destino - As Escrituras. A Escritura e só ela é a nossa vinha, na qual todos nós devemos trabalhar até a fadiga. "
As vezes sinto que, por causa de ocupações ou pensamentos alheios, fiquei frio ou perdi a vontade de orar. (…) Por isso é bom que, de manhã cedo, se faça da oração a primeira atividade, e de noite, a última. E cuide-se muito bem desses pensamentos falsos e enganosos que dizem: ‘Espera um pouco, daqui a uma hora vou orar, antes ainda tenho que resolver isto ou aquilo’. Porque com esses pensamentos a gente passa da oração para os afazeres que prendem e envolvem a gente a ponto de não mais sair oração o dia inteiro.
Misturar a Lei e o Evangelho não só nubla o conhecimento da graça, mas também corta Cristo completamente.
Pensei que o velho homem tinha morrido nas águas do batismo, mas descobri que o infeliz sabia nadar. Agora tenho que matá-lo todos os dias.
Não há sociedade, relacionamento ou intercâmbio mais amoroso, amigável e encantador do que um bom casamento.
Pregam doutrina mundana os que dizem que tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando.
Enquanto sofremos, somos poderosamente erguidos pela esperança, porque a Escritura nos encoraja com as mais suaves promessas e ricas consolações que a fé ensina.
Não podemos impedir que os pássaros voem sobre as nossas cabeças, mas podemos impedir que eles façam ninhos sobre elas. Assim também não podemos nos livrar de sermos tentados, mas podemos lutar para não cairmos em tentações.
A justificação deve ser ouvida incessantemente em nossos ouvidos, porque a fragilidade de nossa carne não nos permitirá segurá-la perfeitamente e acreditar de todo o coração.
O pecado não é cancelado pela vida legal, pois ninguém é capaz de viver de acordo com a lei. A lei revela culpa, enche a consciência de terror e leva os homens ao desespero.
(...) Se nossos pecados pudessem ser removidos por nossos próprios esforços, que necessidade haveria para o Filho de Deus ser dado por eles? Visto que Cristo foi dado por nossos pecados, é lógico que eles não podem ser afastados por nossos próprios esforços.
"A Alemanha deve ficar livre de judeus, aos quais após serem expulsos, devem ser despojados de todo dinheiro e joias, prata e ouro, e que fossem incendiadas suas sinagogas e escolas, suas casas derrubadas e destruídas (…), postos sob um telheiro ou estábulo como os ciganos (…), na miséria e no cativeiro assim que estes vermes venenosos se lamentassem de nós e se queixassem incessantemente a Deus". – Livro: "Sobre os judeus e suas mentiras"
"Nenhuma religião há, em toda a terra, que ensine esta doutrina da justificação; eu mesmo, ainda que a ensine publicamente, com grande dificuldade a creio em particular."
"Enche-me de espanto não ter plena confiança em minha doutrina. Por causa dela tornei-me inimigo de mim mesmo, enquanto os meus discípulos pensam sabê-la na ponta do dedo."
Deus nos humilhará sempre que nos inflarmos por causa da nossa justiça, sabedoria ou poder e nos irritarmos com pessoas injustas, tolas e menos poderosas do que nós. Pois tu és poderoso não para fazer os fracos ainda mais fracos, pela opressão, mas para torná-los fortes, exaltando-os e defendendo-os. E és sábio não para rir dos tolos e, assim, fazê-los ainda mais tolos, mas para acolhê-los, assim como queres que façam contigo, e para instruí-los. Assim, és justo para justificar e desculpar o injusto, não para condená-lo apenas, falar mal dele, julgá-lo e castigá-lo. Pois este é o exemplo de Cristo para nós, conforme diz: "O Filho do Homem não veio para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo através dele" (Jo 3.17); e mais uma vez em Lc 9.55s. : "Vocês não sabem de que espírito são filhos? O Filho do homem não veio para destruir as almas, mas para salvá-las."