Marshall B. Rosenberg
Quando nos concentramos em esclarecer o que está sendo observado, sentido, e necessário ao invés de diagnosticar e julgar, descobrimos a profundidade de nossa própria compaixão.
As análises que fazemos dos outros são, na verdade, expressão das nossas próprias necessidades e dos nossos próprios valores.
Para praticar o processo de resolução de conflitos, devemos abandonar completamente o objetivo de levar as pessoas a fazerem aquilo que nós queremos.
Somos perigosos quando não estamos conscientes da nossa responsabilidade pelo modo como nos comportamos, pensamos e sentimos.
O que eu quero na minha vida é compaixão, um fluxo entre mim e os outros baseado em uma doação mútua do coração.
Toda violência é o resultado das pessoas enganarem a si mesmas, acreditando que a dor delas deriva de outras pessoas e que, conseqüentemente, essas pessoas merecem ser punidas.
A paz requer algo muito mais difícil do que vingança ou simplesmente dar a outra face; requer empatia com os medos e necessidades não satisfeitas que criam o ímpeto para as pessoas se atacarem umas às outras. Estando conscientes desses sentimentos e necessidades, as pessoas perdem o desejo de atacar de volta porque podem ver a ignorância humana que leva a esses ataques.
Não pense que o que diz é empatia. Assim que pensa que o que diz é empatia, estamos distantes do objetivo. Empatia é quando conectamos a nossa atenção, a nossa consciência, não o que falamos.
Nós nunca ficamos com raiva por causa do que os outros dizem ou fazem. É o nosso pensamento que nos deixa com raiva.
Raiva, depressão, culpa e vergonha são o produto do pensamento que está na base da violência no nosso planeta.
Por mais impressionados que possamos estar com os conceitos de comunicação não violenta, é somente através da prática e da aplicação diária que as nossas vidas podem ser transformadas.
Nunca questione a beleza do que está a dizer, quando alguém reage com dor, julgamento ou crítica. Significa apenas que esse alguém não te ouviu.
Os elogios convencionais muitas vezes tomam a forma de julgamentos, embora positivos, e às vezes são feitos para manipular o comportamento dos outros. A comunicação não violenta incentiva a expressão de apreciação apenas para celebração.
Para praticar a Comunicação Não Violenta é fundamental que eu seja capaz de desacelerar, de ter tempo para respirar, para passar de uma energia que eu escolhi, a outra que eu acredito de onde nós devíamos vir, e não aquela para a qual eu estava programado. Eu começo o dia com uma lembrança sobre onde eu quero estar.
A Comunicação Não Violenta pode ser efetivamente aplicada em todos os níveis de comunicação e em diversas situações: relações íntimas, famílias, escolas, organizações e instituições, terapia e aconselhamento, negociações diplomáticas e comerciais, disputas e conflitos de qualquer natureza.
As pessoas que parecem monstros são apenas seres humanos cuja linguagem e comportamento às vezes nos impedem de perceber a sua natureza humana.
"Posso lidar com você me dizendo O que eu fiz ou deixei de fazer.
E posso lidar com suas interpretações.
Mas, por favor, não misture as duas coisas.
Se você quer deixar qualquer assunto confuso, Posso lhe dizer como fazer: Misture o que eu faço Com a maneira que você reage a isso.
Diga-me que você está decepcionada Com as tarefas inacabadas que você vê, Mas me chamar de “irresponsável”
Não é um modo de me motivar.
E me diga que fica magoada Quando digo “não” às suas aproximações, Mas me chamar de um homem “frígido”
Não vai melhorar suas chances.
Sim, posso lidar com você me dizendo O que fiz ou deixei de fazer.
E posso lidar com suas interpretações.
Mas, por favor, não misture as duas coisas.
Nossas palavras, em vez de serem reações repetitivas e automáticas, tornam-se respostas conscientes, firmemente baseadas na consciência do que estamos percebendo, sentindo e desejando.
A essência da CNV está em nossa consciência daqueles quatro componentes, não nas palavras que efetivamente são trocadas.