Marquês de Maricá

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Há duas coisas que não se perdoam entre os partidos políticos: a neutralidade e a apostasia.

As revoluções, que regeneram as nações velhas, arruinam e fazem degenerar as novas.

Não haveria História mais insípida e insignificante que a dos homens, se todos tivessem juízo.

A religião amansa os bravos e alenta os fracos.

Os homens preferem geralmente o engano, que os tranquiliza, à incerteza, que os incomoda.

Fazemos ordinariamente mais festa às pessoas que tememos do que àquelas a quem amamos.

Os homens em sociedade são como as pedras numa abóbada, resistem e ajudam-se simultaneamente.

Nenhum governo é bom para os homens maus.

A avareza contribui muito para a longevidade, pela dieta e abstinência.

É felicidade para os homens que cada um deles a defina a seu modo com variedade, na sua essência e objectos.

Os velhacos têm por admiradores todos os tolos, cujo número é infinito.

A memória dos velhos é menos pronta, porque o seu arquivo é muito extenso.

A democracia é como a tesoura do jardineiro, que decota para igualar; a mediocridade é o seu elemento.

Os homens de pouca inteligência não sabem encarecer a própria capacidade sem rebaixar a dos outros.

Há pessoas que dizem mal de tudo para inculcar que prestam para muito.

O invejoso é tirano e verdugo de si próprio: ele sofre porque os outros gozam.

Para quem não tem juízo os maiores bens da vida convertem-se em gravíssimos males.

Os homens mais orgulhosos são geralmente os mais irritáveis e vingativos.

Os tolos são muitas vezes promovidos a grandes empregos em utilidade e proveito dos velhacos, que melhor os sabem desfrutar.

A covardia preserva frequentes vezes a vida.

Ninguém duvida tanto como aquele que mais sabe.

Todos querem liberdade, muitos a possuem, poucos a merecem.

A experiência que não dói pouco aproveita.

A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.

Uma grande qualidade ou talento desculpa muitos pequenos defeitos.