Marquês de Maricá

101 - 125 do total de 546 pensamentos de Marquês de Maricá

A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.

Há muitos homens que se queixam da ingratidão humana para se inculcarem benfeitores infelizes ou se dispensarem de ser benfazentes e caridosos.

Dizer-se de um homem que tem juízo é o maior elogio que se lhe pode fazer.

O insignificante presume dar-se importância maldizendo de tudo e de todos.

A atividade sem juízo é mais ruinosa que a preguiça.

Muita luz deslumbra a vista, muita ciência confunde o entendimento.

A razão destrói nos homens as criações da sua própria imaginação.

A preguiça gasta a vida, como a ferrugem consome o ferro.

Os grandes empregos desacreditam e ridicularizam os pequenos homens.

O que há de melhor nos grandes empregos é a perspectiva ou a fachada com que tanta gente se embeleza.

A ignorância tem os seus bens privativos, como a sabedoria os seus males peculiares.

A religião supre o juízo e a razão que falta em muita gente.

Ninguém considera a sua ventura superior ao seu mérito, mas todos se queixam das injustiças dos homens e da fortuna.

Os homens têm querido dar razão de tudo, para dissimular ou encobrir o seu pouco saber.

É judiciosa a economia de palavras, tempo e dinheiro.

Há homens que hoje crêem pouco ou nada, porque já creram muito e demasiado.

Os homens enganam-se miseravelmente quando esperam encontrar a sua felicidade, mais na forma dos seus governos que na reforma dos seus costumes.

O governo dos tolos é sempre mais infesto aos povos que o dos velhacos.

Somos tão avaros em louvar os outros homens, que cada um deles se crê autorizado a louvar-se a si próprio.

Há homens para nada, muitos para pouco, alguns para muito, nenhum para tudo.

A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência.

O homem mais sensível é necessariamente o menos livre e independente.

A mocidade é a estação da felicidade sensual, a velhice, a da moral e intelectual.

A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.

A pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida humana.